Olhei para ele e tentei não libertar uma gargalhada que ansiava por sair da minha boca. Estiquei a minha mão para um corredor que se encontrava ao lado.
''Já fui aí, e não, não sou uma rapariga.'' Ele suspirou, passando a mão pelo rosto. De facto, alguém já o tinha encaminhado para a casa de banho das raparigas, infelizmente não fui a primeira a ter essa ideia genial.
''É uma pena. Bem, sendo assim a casa de banho é do outro lado do bloco. Vais encontrar uma porta com o símbolo de um homem, é aí.'' voltei a olhar para o telemóvel, e reparei que ele também olhou.
''Não é muito normal raparigas jogarem jogos de acção, muito menos tiroteios.'' ele comenta.
Suspirei bruscamente e revirei os olhos. ''Que bom para ti.''
''Por acaso a versão 2.0 desse jogo é bastante melhor, no entanto a 2.6 é mais fraca, eu pessoalmente não gostei dos gráficos das granadas.'' O ser puxa uma cadeira, sentando-se do meu lado, sem perguntar. Ao ouvir as suas palavras, senti-me muito ligeiramente surpreendida, pois nunca nenhum rapaz veio falar comigo sobre jogos, mesmo sabendo que eu gosto desse género de coisas. Na verdade, nunca nenhum rapaz veio falar comigo ao certo.
''Não estavas afrito?'' imitei a sua pronúncia cómica, olhando para ele de lado.
''Passou.'' Ele sorriu, expondo dentes perfeitamente alinhados e limpos. Anuí e segurei o rosto com o meu braço.
''Eu gosto da versão 2.6.'' murmurei chateada, pois este tinha uma opinião contrária à minha, mas logo mudei de assunto. ''Não devias estar com os teus amigos coreanos, ou com alguém que te guie?'' permaneci com uma expressão séria, tentando de certa forma afastar o jovem.
Este solta uma gargalhada baixa, e faz o mesmo que eu. ''Não tenho muitos amigos, apenas...'' ele olha para o livro de novo. ''colegas. E já escolhi a minha guia, acho que vais ser tu. ''
Arregalei rapidamente os meus olhos, pausei o jogo e olhei para ele. ''porque raios me queres como guia? Nem te conheço.''
''Tu disseste-me onde era a casa de banho, provaste que sabes ser uma boa guia. E para além disso, eu não conheço ninguém daqui, és a mais próxima que tenho de uma colega.''
Não acredito que isto que me está a acontecer. Não tenho nada contra o mundo, eu simplesmente não gosto de me dar com muita gente, para mim a família chega. Muito menos com um rapaz estrangeiro, que me quer como guia. Não se trata apenas de eu ser a guia, trata-se de ele possivelmente dormir em minha casa, trata-se de eu ser responsável, trata-se de eu ter uma companhia. E eu não estava habituada a ter uma companhia desde que o meu único amigo se afastou.
''Tu és algum tarado?'' olhei para ele ligeiramente desconfiada. O rapaz, cujo nome não sei, olhou-me assustado.
''Acho que não.'' respondeu, permanecendo com aquela expressão. ''Chamo-me só Jinwoo, mesmo.'' Ele sorri novamente, fazendo uma impressãozinha aparecer no meu estômago, pois nunca tinha visto um sorriso tão sincero como aquele. Pelo menos aparentava ser.
''Chamo-me Sarah Childs. Tens a certeza que não queres outra pessoa como guia? Não me apetece muito ser.'' Falei, sem um pingo de entusiasmo na voz, ao contrário de Jinwoo.
''Não custa nada, eu posso dormir em casa de outra pessoa, se quiseres. É que é complicado orientar-me sozinho numa escola diferente.'' Este respondeu. E era verdade, compreendo o seu lado. E graças a isso, o meu coração cedeu e eu pronunciei receosa de me arrepender:
''Certo. Posso ser a tua guia.''
Um pequeno brilho nos olhos de Jinwoo apareceu e novamente aquele adorável sorriso, que para mim era sombrio, apareceu nos seus lábios. ''Obrigado, muito mesmo! Que alívio.'' Sinto um suspiro proveniente da sua boca. ''Quando vamos falar com a directora?''
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Tenderness | Jinwoo
Fiksi Penggemaradj. ten·der·er, ten·der·est // ternura; sensível 1. a. facilmente derrubado ou destruído; frágil: uma frágil pétala; jovem e vulnerável; 2. delicado; facilmente magoável; sensivel: pele sensível. 3. . Considerável e protetor; b...