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Sábado, 18:30

''Vamos sair hoje.''

olhei para Jinwoo e elevei uma sobrancelha, abanando a cabeça, desaprovando.

''VÁ LÁ, SARAH. NÃO SEJAS CHATA.''

lancei-lhe um olhar agora ameaçador. ''Chato és tu." Observei o meu dispositivo móvel e tentei ignorar Jinwoo, no entanto rendi-me ao seu olhar de cãozinho abandonado e triste.
"Eu apanho uma bebedeira e fazemos asneiras, não quero."

"Não fazemos nada, não sejas tola."

Suspirei e olhei-o. "Está bem, podemos ir."
Jinwoo festeja, balançando os seus braços no ar e soltando ruídos alegres da sua boca.

Ponto de vista de Jinwoo 

Sarah demorara demasiado uma vez que estava sem vontade de sair. Levantei o meu braço e com o meu indicador, movi a manga do meu casaco de cabedal, enxergando as horas. 21:45, e Sarah ainda se encontrava stressada pois não encontrava os seus sapatos confortáveis e chiques, gritando desesperadamente pela sua mãe, que a ajudava aflita. Soltei uma gargalhada baixa e encostei-me à porta, olhando o chão atentamente. A minha vida na Coreia não pode ser comparada ao meu estilo de vida aqui na zona ocidental, os meus princípios e costumes eram completamente diferentes, e Sarah aceitou-os da melhor maneira. Apesar de continuar a denominar-me de 'maricas', que pelo que ela me explicou, era um sinónimo para pessoa muito engraçada. 

Os meus pensamentos foram corrompidos pelos ruídos suaves dos passos de Sarah pelo chão, e o meu olhar subiu para vislumbrar discretamente o seu corpo. Sarah estava com um vestido pelos joelhos branco e de alças, com umas sapatilhas converse brancas, e com receio no seu olhar. 

''Os saltos não me serviam.'' encolhei de seguida os seus ombros, fazendo-me novamente rir baixo. 

''Fica giro assim, não te preocupes.''

Ela assentiu, e saímos de casa, começando a nossa jornada até ao bar onde iríamos passar parte da noite. 

O bar era simples, com música House a tocar relativamente alto, e pessoas do colégio agitados, talvez pelo alcoól, a dançar pelas pistas. 

''Não podemos beber muito.'' falei para o ouvido de Sarah, que olhara para mim e acenara afirmativamente. 

Olhei em volta e observei uma figura familiar de longe, reconhecendo que era Steve. No entanto, decidi ignorar e não preocupar o estado de espírito de Sarah, sentando-me então num dos bancos altos do balcão do bar, ao lado da rapariga. 

''Duas cervejas, por favor.'' Sarah pede. 

''A tua mãe deu-nos horas para chegar a casa?'' Perguntei curioso, obtendo como resposta um 'não'.

Ao chegarem as cervejas, peguei na garrafa e levei-a à boca, bebendo um gole da mesma. Sarah fez o mesmo, sorrindo satisfeita. Naquele bar/discoteca, os adolescentes dançavam frenéticos ao som da música estridente e agitada. Encontravam-se na pista indivíduos desde 15 a 20 e poucos anos. Algumas raparigas bastante atraentes, alguns rapazes podres de bêbedos, e por aí. Mais ao fundo observava Steve e um dos seus amigos oferecendo porrada a algum pobre rapaz que provavelmente tentou a sua sorte com uma rapariga que eles também tinham na fisga. Ou simplesmente porque lhes apeteceu bater em alguém. 

Engoli em seco, e aquilo que eram 2 cervejas evoluiu para algum licor, e de licor para vodka, assim sucessivamente. 

Era exatamente 01:34 da manhã, e eu encontrava-me na pista de dança daquele edifício, dando pulos e apontando para o tecto, como a maioria fazia, frente a frente com Sarah, cuja expressão facial era alegre e festiva, contagiando-me a sentir do mesmo modo. Movi agora a minha mão para a cintura da rapariga, puxando-a para mim no meio daquela multidão. Sentia as pequenas gotas de suor do meu rosto escorrerem pelo meu pescoço e sentia o calor invadir o meu corpo. Quando a música terminou, puxei Sarah para fora daquela desordem, direccionando-nos para fora do bar. Esta resmungava por ter saído de lá, mas o sorriso no seu rosto permanecia o mesmo, fazendo-me rir ligeiramente. 

Tenderness  | JinwooOnde histórias criam vida. Descubra agora