Looker tinha perdido a consciência e as últimas coisas das quais ele lembrava era de ser atacado um réptil gigante, ser envenenado pelo mesmo réptil gigante e ver o pai e o tio surgindo do nada e segurando ele. Agora ele estava deitado de olhos fechados em uma cama confortável, seu corpo estava dolorido e não tinha forças para levantar, ao abrir os olhos ele viu um teto branco com um lustre iluminando o quarto.
Tudo estava calmo e ele percebeu que estava sendo observado por alguém, uma garota perto da porta do quarto.
-Bom dia, Disse a garota sorrindo, ela era baixinha, tinha cabelo preto e liso solto, pele morena, olhos castanhos e usava um uniforme de enfermeira, - Você está acordado, isso é bom
-Sem querer ser grosseiro, mas aonde eu estou?, Looker olhou para a garota que parecia ter dezesseis anos e gostar de ir a academia,- E quem é você ?- Erro meu,Disse a garota enquanto olhava para uma ficha na prancheta,-Esqueci de me apresentar, eu me chamo Gabriele
Looker olhou para o quarto. Era totalmente branco e totalmente apático, não tinha uma janela nem flores ou quadros. Seu primeiro pensamento era que toda a luta com a criatura reptiliana não passou de um delírio e que agora ele estava internado em um hospício.
-Manicômio legal...,Looker disse levantando da cama,- A unica coisa chata vai ser essa roupa de paciente,mas se eu puder trocar por uma camisa de força eu aceito.
-Oi ?,Gabriele olhou confusa para o garoto, o gás venenoso não deixava sequelas se os procedimentos fossem realizados a tempo e pelo que constava na ficha ele havia sido salvo com tempo de sobra,-Você tá legal ? Delírios ? Alucinações ? Tontura ?
-Pode ficar despreocupada porque eu não vou usar um chapéu feito de jornal e dizer que eu sou Napoleão, Looker calçou um par de pantufas que encontrou perto de um pé da cama,- Sou muito alto pra fazer uma coisa dessas.
-Aonde você vai menino ?, Gabriele tentou segurar a porta, mas o garoto abriu mesmo assim.
Quando Looker saiu do quarto viu a coisa mais inacreditável do mundo. Um tipo de ogro de pele azul usando um uniforme de enfermeiro e conversava com uma criatura baixinha que parecia ser a médica encarregada do lugar e ao fundo humanos passavam arrastando macas com criaturas fantásticas deitadas nela.
-Moça..., Looker entrou no quarto, olhou para Gabi e disse : - Acho que você me deu um pouco a mais de remédio do que deveria
-Eu não te dei remédio nenhum, Gabriele disse sentada na cama, - Só vim te dar alta porque o tratamento de desintoxicação de veneno de Arauto funcionou.
-Então tudo aquilo foi real!?, Looker perguntou perplexo afinal tudo tinha sido tão bizarro que a explicação mais lógica era a que ele tinha tido uma crise nervosa e ele estava internado até se recuperar,-Aquele reptiliano de 2 metros e pouco realmente tento me matar?
-Você lembra de mais alguma coisa daquele momento?, Gabi perguntou antes de deitar na cama, que folgada pensou Looker, -Qualquer coisa.
- Abre um espaço aí, Looker deitou na cama do lado da enfermeira, - Eu me lembro do meu pai e do meu tio correndo pra me salvar...
-Então acho que eu vou ter que explicar tudo pra você então..., Gabriele colocou as mãos atrás cabeça, -Seu pai e seu tio são membros de uma organização chamada Homens de Preto da qual eu faço parte...
-Então os M.I.B's são reais!?, Looker virou a cabeça e olhou para Gabi, - Meu pai e meu tio tudo bem, mas você é uma enfermeira... não parece muito heróico.
-Sem graça!, Gabi disse se virando para o lado de Looker e ficando com o corpo em cima dele, Looker perdeu o fôlego, - Eu tenho dezessete anos e ralei muito pra chegar aqui...
Antes da garota terminar a frase a porta abriu e um dos momentos mais constrangedores aconteceu. A porta abriu e quatro pessoas entraram no quarto e viram a enfermeira Gabriele em cima de Looker na cama, essas pessoas eram Joel, Alice, Susana e Luna.
-Vocês querem que a gente volte depois?, Joel disse depois de simular uma tosse, -Nós podemos...
Gabriele e Looker ficaram vermelhos, Gabi saiu de cima do garoto e os dois se levantaram.
- Senhor e senhora Bullet..., Gabriele disse envergonhada e ficou mais vermelha quando viu Susana na frente dela, uma das maiores médicas do sistema solar, - Doutora Susana... o paciente está em perfeitas condições...
-Tô vendo..., Luna disse em tom maldoso. Ver Looker com outra garota daquele jeito fez o estômago dela revirar, - Você cuidou muito bem dele.
-Ei! Não é o que você tá pensando! -Gabriele disse com um tom de voz de quem estava prestes a voar no pescoço de outra pessoa.
-Calma meninas, Susana se manifestou para evitar a briga que com certeza iria acontecer, - Gabriele, eu quero ler o seu relatório enquanto o meu maninho e a minha cunhada explicam algumas coisas pras crianças aqui.
-Tudo bem doutora Susana, Gabriele pegou a prancheta e saiu do quarto encarando Luna, garota insolente ela pensou.
-Dia confuso..., Joel disse tentando iniciar um diálogo com o filho, afinal contar para o filho que alienígenas existem, que você é membro de uma polícia/ONU intergalática e por último e não menos importante... o fato de que ele era adotado e era um alienígena.
-Nem me fala..., Looker sentou na cama e colocou as mãos atrás da cabeça, - Não é todo dia que você acorda num quarto de hospital achando que ficou maluco, descobre que alienígenas existem e uma enfermeira sobe em você.
-Bem louco, Alice disse enquanto sentava na cadeira perto da cama, Nós precisamos ter uma conversa séria.
-Você lembra o que aquele Arauto disse antes de se matar, Joel perguntou, Ele te chamou de alguma coisa?
-Depois que ele soltou o gás roxo ele me chamou de Hett, Looker disse de forma casual, É um tipo de ofensa?
-Na verdade os Hett são uma raça extinta, Joel sentou na cama e olhou para o filho e disse : - Você é um dos dois últimos membros dessa espécie.
-Quê?, Looker levantou o tronco e olhou para o pai e para a mãe, Tipo eu e você ou eu e mamãe e eu sou um hibrido?
-Não...Looker..., A voz de Alice estava saindo com dificuldade e ela estava prestes a chorar, - Nós somos humanos e... você é adotado..., Alice caiu no choro.
-Mãe..., Looker levantou e correu ao encontro de Alice que estava com as mãos cobrindo o rosto, - Por que a senhora está chorando?
-Filho..., Alice levantou o rosto, Você não tá com raiva? Nós escondemos isso de você...
-Eu quase fui morto por tal de "Arauto" que consegue jogar um gás venenoso muito louco, Looker sorriu, -Eu entendo vocês terem me escondido..., mas existe mais alguém da minha "espécie" quem é?
-Nós não sabemos..., Joel disse olhando para o filho e para a esposa, Looker era filho dele afinal ele trocou fraldas e acordou no meio da noite, - Mas outra pessoa veio com você, ela só não está aqui.
-Quando eu vou poder conhecer ela?, Looker perguntou
-Amanhã, Luna respondeu, ela estava calada perto da porta olhando um quadrinho chamado "MdM mais ou menos 50 anos" no celular, - E é quando nosso treinamento começa, garoto do espaço...
-Quase esqueci de você, Looker sorriu, -Foi mal
-Sem problemas, Luna respondeu enquanto abria a porta, - Te vejo amanhã na escola.
Looker trocou de roupa e seus pais o levaram pra casa. Ele teve que escutar um sermão durante o caminho de volta. Mesmo com sono o garoto não parava de pensar na pessoa que ele ia conhecer e principalmente, Como era o planeta dele.Eram 06:00 da manhã e Looker não tinha dormido direito, a cabeça dele estava a mil, depois da aula ele iria conhecer alguém do mundo dele, mundo que ele nem sabia que existia e fazia parte.
Ele tomou banho, se arrumou, pegou a mochila, se dispediu dos pais
e as chaves de casa e seguiu para o ponto de ônibus. O ônibus estava vazio e tinha cheiro de cerveja. Ele sentou na janela do lado esquerdo do ônibus, colocou os fones no ouvido e deu play no Podtrash, não se passaram cinco minutos e ele estava rindo sozinho, baixo para ninguém estranhar, e uma garota sentou do lado dele.
Era Daniela, a garota tinha cabelos cor de brasa, olhos azuis celeste, rosto fino, bochechas rosadas e pele branca que lembrava porcelana.
-Eu adoro o Exumador, Daniela disse olhando o celular de Looker.
-Dani..., Looker ficou vermelho ao olhar para a garota, ele era apaixonado pela garota apesar de quase nunca conversarem.
-Dani, é a primeira vez que alguém me chama assim além da minha irmã, Daniela disse sorrindo e tirando o celular do bolso, Acredite se quiser e eu gostei.
-Ah..., Looker não sabia o que dizer e puxou um assunto qualquer, - Tem teste hoje né? Logo o primeiro bimestre acaba...
-Verdade, Daniela respondeu,- Logo a vida real começa... e me dá seu telefone?
- Claro..., Looker estava sem graça, mas conseguiu passar o número.
-É a segunda vez que você começa a falar com outra garota e me esquece, Luna surgiu do nada e já soltou um comentário maldoso, - Isso já tá ficando chato...
-Não sabia que você tinha namorada?, Daniela rebateu o comentário com uma dose de sarcasmo, - Ou melhor dizendo, dona.
Looker deu uma risada e Luna ficou séria encarando e o sorriso no rosto do garoto sumiu. Nesse momento o ônibus parou e o silêncio constrangedor parou.
Eles chegaram no colégio, O Instituto Nicolau Flamel era uma instituição secular cheia de lendas e a mais legal e fantasiosa era a de que o colégio era inicialmente uma escola de magia fundada pelo próprio Flamel.
O lugar era enorme, o caminho até o prédio principal era constituído por uma trilha de pedras cercada por um gramado bem cuidado cercado por bancos de cimento, do lado do prédio principal tinha uma quadra com campo de futebol, duas cestas de basquete e uma pequena pista de corrida com arquibancadas de cada lado.
O trio improvável entrou no colégio com Luna fazendo cara feia, O prédio era grandioso e lindo, no térreo pintado de cobre ficavam a secretaria, o refeitório e a escada principal. Logo depois de subirem as escadas eles chegaram na sala de aula da turma 3003, o último ano letivo havia começado há duas semanas e o clima de despedida já tinha começado.
E ele ainda não tinha se declarado para Daniela...nem ela tinha se declarado para ele.
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Jornada de Um Herói Qualquer -Caminhando pelo Mundo Novo
Science FictionQuando lenda urbanas, mitos e fábulas se mostram verdadeiros. Um herói improvável com um passado fantástico deve agir pra proteger sua família e o mundo.