Um mundo em ruínas

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A cidade de Atlântida era fruto de anos de trabalho dos místicos homens de túnica preta que vieram das estrelas à muitos anos atrás e traziam progresso para a Grécia e regiões adjacentes, agora a ultima obra estava quase completa e um rumor começou a surgir e se espalhar pela cidade de marfim.
Um tesouro seria selado na cidade que ficava na ilha e muitos ladrões começaram a planejar emboscadas e preparar as espadas e dardos envenenados, mas isso não preocupa os poetas que usavam túnicas  pretas e sim inimigos vindos das estrelas.
Para a proteção do universo, durante tempos imemoriais, a arma mais poderosa foi escondida em um mundo secreto e um mapa foi criado para localizar ela, caso fosse preciso, o mapa foi dividido e estava sendo escondido pelo universo e Atlântida seria o lar de um pedaço do mapa.
Duzentos anos se passaram e a localização do mapa estava em perigo, algo deveria ser feito.
Os sábios se reuniram em cada ponto da cidade e ativaram a defesa emergencial, afundar a cidade, foi uma decisão difícil...a última defesa da cidade tinha consequências para todos.
Um terremoto abalou as torres da cidade e logo depois ondas devoraram a cidade e ela submergiu em meio ao oceano junto com os ladrões e com os habitantes da cidade. 

Enquanto isso no presente Looker se preocupava para ir para o colégio, o quarto estava mais organizado; cama forrada, chão limpo e roupas guardadas e não espalhadas por todo ambiente.
Ele pegou os fones de ouvido e saiu de casa, desde que ganhou a armadura Looker ia voando para o colégio, mas depois dos acontecimentos da noite passada ele precisava esfriar a cabeça e pensar, a janela do ônibus era o melhor local, o silêncio da viagem era suficiente para que ele pudesse colocar a cabeça no lugar.
Quando Looker chegou no colégio percebeu um som alto vindo do pátio, estava tocando Ludmilla - 24 horas por dia e algumas garotas estavam dançando, entre elas Luna.
Os cachos vermelhos da garota balançavam junto com a música. Ela e as garotas não estavam de uniforme, ela usava um short curto camuflado, tênis pretos e amarelos, blusa curta estampada com o símbolo de uma bomba e o umbigo a mostra, pulseiras multicoloridas no braço direito. Ela se abaixou em um passo e quando levantou viu Looker e sorriu para ele, ela usava batom vermelho.
-Oi, Luna disse olhando para o garoto e lembrando do beijo.
-Oi..., o tom de voz do garoto baixo e distante.
-Eu queria falar sobre ontem..., Luna disse sem jeito enquanto passava os dedos por entre os cachos vermelhos.
-É que...., Looker não completou a frase, ele viu Juliana parada perto da porta do colégio e seguiu até ela, ele não tinha mesmo uma frase formulada para dizer a Luna. A noite anterior tinha sido confusa.
-Tenho notícias, Juliana disse para Looker, -Pistas e um mapa.
-Era tudo que eu precisava..., Looker precisava pensar em outras coisas, Daniela era a paixão de infância e namorar com ela era um sonho realizado, mas Luna era a garota que tinha crescido ao lado dele e o beijo dela tinha sido diferente, -Uma distração...
-Pode me explicar a situação?, Juliana perguntou ao ver a situação do garoto, - De repente eu posso ajudar.

Looker olhou no relógio e se sentou em um dos bancos de cimento com Juliana, apesar ser 8 horas era sexta-feira e era dia de tempo vago. Ele contou a história para a garota.
-Olha... eu não te conheço a muito tempo, na verdade eu quase prendi ontem, Juliana colocou as mãos atrás da cabeça, -Mas você precisa se decidir logo, se a Daniela fosse sua alma gêmea você não teria ficado tão impactado com a Luna e ao mesmo tempo você cresceu com a Luna e não percebeu o quê sentia todo esse tempo, os dois casos podem amor verdadeiro.
-Isso não ajudou muito, Looker coçou o cabelo e olhou para as roupas de Juliana, ela estava vestida como uma aluna do colégio Nicolau Flameu, - Qual o motivo do uniforme?
-Esse lugar é uma fonte de magia, só de ficar perto do prédio eu fico muito mais forte, Juliana disse, - Vou ficar na turma de vocês pelo menos eu vou poder dar uma ajuda...
-E o lance de não interferir?, o garoto perguntou já que a garota disse que estaria de mãos atadas praticamente, - E o seu colégio?
-Pedi férias da Ordem ontem e eu já completei meus estudos ano passado, Juliana reforçou o batom roxo que estava ficando fraco e isso a fez lembrar de Bárbara, algo que a deixou meio pra baixo, - Agora eu sou colega de classe de vocês e eu sempre quis conhecer São Paulo, a Baixada Fluminense não é tão legal.
-Baixada Fluminense? Tipo a Baixada Santista?, Looker perguntou, ele tinha pouca vontade de conhecer o Rio de Janeiro e por isso não sabia quase nada sobre o Estado e seus municípios, - É muito quente?
-A minha tem muito mais criminosos e calor, aqui é bem frio, tipo, dá vontade de colocar um casaco, Juliana deu um sorriso, -Eu nasci em São João de Meriti, mas depois eu fui morar em Belford-Roxo e agora eu moro no Centro do Rio.
-Quando essa missão acabar eu vou te visitar, Looker disse sorrindo, -Se você quiser pode dormir na minha casa
-Agradeço, mas sua tia já me ofereceu a casa dela e depois de uma noite de sono na cama do quarto de hóspedes e difícil pensar em outra cama, disse a garota, -Vocês são bem melhores que os meus parentes...
-Sem tristeza, Looker tentou animar a garota, - E qual o lance do mapa?
-Você tem razão... e eles deixaram um rastro mágico, não é 100% certo, porque outro feiticeiro pode estar  na região de passagem e isso ser só o caminho dele, mas é uma pista.
O sinal tocou e o terceiro ano adentrou no colégio. A maioria dos garotos reparou na aluna nova.
-Acho que gostaram de você..., Looker disse dando uma risada.
-Ruim pra eles, Juliana disse depois de subir a rampa, - Além de eu ser lésbica... Eu tenho uma surpresa que eles não vão curtir muito.
Looker e Juliana deram risadas e as aulas começaram.  Looker passou o tempo todo evitando Daniela e Luna.
Quando as aulas acabaram e ele seguiu para o ponto de ônibus com Juliana quando os dois sentiram algo, Looker viu apenas um aviso no canto inferior de seus olhos e sua armadura foi ativada sem que ele pedisse enquanto Juliana quase desmaiou, a perturbação no campo mágico era como ondas nascidas de uma rocha atirada em um lago.
-Acho que tem Arautos perto, Disse Juliana se recompondo.
-Eu tenho certeza, Looker disse enquanto colocava os óculos, - E vou checar agora, vem comigo?
-Vamos nessa!, As mãos de Juliana pegaram fogo e tatuagens tribais surgiram em seu braço direito, -Vamos chutar uns lagartos

Jornada de Um Herói Qualquer -Caminhando pelo Mundo Novo Onde histórias criam vida. Descubra agora