Aaron marcara de se encontrar com Daryl ao meio-dia do dia seguinte a conversa que tiveram. O homem estava nervoso em adentrar novamente Alexandria e deixar Rick e os outros desconfiados de seu nervosismo. Fez uma promessa e tinha de cumprir; roubar as armas do arsenal e ajudar Daryl por trás de todos. Sabia que era muito errado e deixaria Rick furioso, mas por outro lado Daryl estava certo. Deixar Carol para morrer foi a pior decisão tomada pelo líder.
Entrou na sala com o suor pingando na testa e checou se havia mais alguém ali.
Não havia.
Abriu a bolsa e rapidamente pegou as armas, fechando e disfarçando com seu casaco para ninguém notar. Quando saiu, quase teve um ataque de pânico ao ver Rick sair de sua casa passando pela varanda e se aproximar.- Vai sair de novo Aaron? - ele pergunta ao chegar mais perto.
- Eu... Eu encontrei ontem uns estoques numa loja que tem muita coisa que pode nos ser útil ontem... Vou voltar pra dar uma olhada - tentou soar o mais natural possível, mas sua voz falhou um pouco.
- Não é a hora pra isso agora. Temos que nos preparar pra guerra.
- Guerra?
- Ainda não acabou, Aaron. Temos que derrubar Negan, e a hora está chegando.
Aaron analisou por um momento na pergunta que havia se passado em sua cabeça, e decidiu questionar - E vão resgatar Carol?
Rick abaixou a cabeça. Tê-la abandonado ainda o atormentava.
- Não. Não há mais como... E agora o Daryl... - contorceu a face ao lembrar que tinha perdido outra pessoa importante em um momento tão inoportuno.
- Não quero julgar suas decisões, Rick, mas até agora elas falharam e eu não sei como vamos sobreviver daqui em diante. Mas eu vou tentar manter isso aqui o mais normal possível, e vou checar essa loja pra conseguir recursos, como sempre fazemos.
Rick não o impediu. Aaron simplesmente caminhou até o portão e o atravessou o seguindo com suas mentiras ao seu encontro com Daryl. O líder ficou para trás com uma mente conturbada com tudo que estava acontecendo.
Daryl esperava Aaron no mesmo local, e aparentava exausto. Provavelmente não havia dormido durante todos os últimos dias.
- Conseguiu? - perguntou levantando-se do chão rapidamente ao avistar Aaron.
- Sim - Aaron suspirou - Daryl, se formos fazer isso, eu preciso que me prometa que se conseguirmos, você voltará pra Alexandria.
Daryl hesitou em responder.
- Eu sei que você não está muito feliz com Rick agora, mas você ainda é você, e você se preocupa com as pessoas. Alexandria inteira está correndo perigo, Daryl. Eles precisam de você. E de Carol.
- Ela ajudar quem deu as costas para ela? Eu não permitiria.
- Carol entendeu a decisão de Rick ao contrário de você. Ela não deixou rastros por um motivo, e por mais que tenha sido errado, ela compreendeu. Ela fez isso por Rick e sua família, por Maggie, por Glenn, e claro, por você. E se ela sair dessa, com certeza os ajudaria outra vez e quantas vezes fosse preciso.
Daryl sentiu seu coração apertar. Por mais que o homem à sua frente estivesse certo, tudo o que queria fazer quando resgatasse a mulher seria protegê-la de tudo, e tentar fazê-la recobrar sua afetada sanidade. Ela precisava disso, e ele também. E eles fariam aquilo juntos.
- Certo. Se conseguirmos, eu vou voltar - ele diz ainda pensando em hesitar, mas era a decisão mais justa.
***
- Ah! O Negan não vai acreditar quando souber que você tentou fugir. E ele vai se divertir tanto quanto nós estamos nos divertindo agora - o homem de dentes podres dizia enquanto Carol estava erguida com as mãos presas por uma corrente. Eles haviam a espancado tanto que o lado esquerdo de seu rosto começava a inchar.
Ela não respondeu nada.
- Sabe o que eu queria fazer agora? Jogar você naquela sala onde você queimou dois dos nossos. Como foi ouvir os gritos deles serem carbonizados vivos?
Carol tremeu com aquelas palavras. Relembrou do momento em que viu os homens passando exatamente pelo o que o homem à sua frente descrevia, através do vidro da porta.
- Você acha que nós somos monstros? O verdadeiro monstro aqui é você, Carol. Quantas pessoas você já matou? Aposto que nem sabe quantas. E o pior é que você não mata com um tiro na cabeça, não é? Você faz as pessoas morrerem sofrendo, com dor. Você é o verdadeiro monstro.
Ela apertou os olhos com força. Passou alguns segundos daquele jeito, até abrir sentindo as lágrimas escorrerem. Começou a murmurar através da mordaça.
- O que você quer falar, sua desgraçada? - o homem pergunta puxando o pano da boca de Carol com força.
- Por favor... - ela diz baixo.
Ele a olhou sem entender - Fale mais alto.
- Por favor... Me...
- O que?
- Por favor. Me mate.
41 horas, 12 minutos, 15 segundos.
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Last Day on Earth?
FanfictionSejam gentis uns com os outros, como você disse - como se fosse seu Último Dia na Terra.