Abri os olhos, ainda estava de madrugada e Connor estava acordado acariciando minha cabeça. Olhei para ele me perguntando a quanto tempo ele estaria ali. Connor estava dormindo a quase cinco dias.
– A quanto tempo você acordou? – Eu disse confuso olhando para ele – Eu tenho que chamar a enfermeira.
– Não... Não precisa. – Ele disse se sentando na cama – Eu queria falar com você.
– Connor, você tá aqui a quase uma semana, eu preciso chamar a enfermeira para ver se você está bem, já que você acordou.
– Não, Troye... – Ele segurou meu braço impedindo que eu me levantasse. – Eu preciso falar com você agora.Algo em mim dizia que eu tinha que enfrentar Connor e conversar com ele agora que estávamos cara a cara... Agora que eu finalmente tive a oportunidade de estar cara a cara com Connor.
– Por que? – Minha voz saiu fraca como se eu não a usasse a um tempo. – Por que você pensou em me deixar?
Ele me encarou por alguns segundos e recolheu os braços para perto de si, esfregando os pulsos em um movimento involuntário que fez com que ele soltasse um gemido de dor.
Connor me olhou nos olhos e começou a tirar os fios que estavam conectados ao corpo dele e desligou as máquinas para que nenhum alarme começasse a soar. Eu ia impedi-lo de fazer aquilo se ele não tivesse me segurado pelo braço mais uma vez e me puxado por um corredor.– Você sabe qual porta abre para as escadas do telhado? – Ele perguntou enquanto me puxava pelo corredor, eu estava tropeçando nos meus próprios pés e quase cai diversas vezes.
– Acho que a última à esquerda... por que você quer ir para o telhado?Eu não tive uma resposta, Connor só continuou andando até as escadas e depois subiu as escadas com pressa até que chegou no telhado e correu para o centro dele.
Eu me aproximei com cuidado e observei Connor parado no telhado do hospital vestindo apenas aquele roupão que deixava parte de sua bunda à mostra.
Mais um item para a minha lista de coisas que seriam engraçadas se não fossem tão tristes.– Con? – Eu disse e toquei seu ombro por trás com cuidado, eu não queria assustar ele apesar de saber que ele tinha noção da minha presença. – Você está bem?
– Você está namorando o Tyler? Vocês dois... vocês têm alguma coisa? – Ele disse com a voz baixa sem se virar para mim. O meu choque ao ouvir aquilo teria sido evidente para ele se ele pudesse ver meu rosto.
– Não... – Eu disse com a voz calma. – Você tem algo com a Kayla?
– Não, mas já tive. – Ele se virou para mim e olhou nos meus olhos. – Por que?
– Nada – Eu dei de ombros. –, só seria péssimo ter uma namorada sendo acusada por roubar o celular da minha irmã e tudo mais...Ele riu do que eu disse e levou uma mão até minha bochecha.
– Eu adoro seu senso de humor, Troye Sivan. – Seu dedo começou a acariciar minha bochecha.
Eu senti as lágrimas chegarem aos olhos quando a pergunta ardeu em minha garganta.
– O que houve? – Ele disse preocupado e se aproximou mais.
– Por que você quis me deixar? – Eu disse com a voz mais fraca ainda e desviei o olhar de Connor.Connor me olhou como um pai olha para seus filhos ao ter que explicar algo difícil. Era um olhar de afeto e compreensão, eu não estava preparado para receber aquele olhar, não agora. Eu queria brigar com Connor e bater nele, queria chorar por todos os dias em que pensei que iria perder ele, queria fazer ele se sentir como eu me senti por dias e meses.
Mas naquele momento, tudo acabou.– Eu não quis te deixar, Troye. – Ele segurou meu rosto fazendo com que eu olhasse para ele e esboçou um leve sorriso. – Eu quis me deixar. Eu não aguentava mais ser insuficiente, tudo me atingiu de uma forma tão grande... Eu acabei mergulhando de cabeça em sentimentos que não mereciam atenção. Eu pensei que estava fazendo a coisa certa ao me afastar de todos mas não estava. Nunca estive... – Haviam lágrimas em seus olhos, lágrimas que ele não se esforçou para secar. – Eu te amo.
Eu me aproximei de Connor e o beijei.
Um beijo que foi calmo no início mas que ganhou ferocidade conforme se misturava aos sentimentos que estávamos despejando ali, naquele momento; Um beijo que terminava com selinhos e suspiros e começava logo depois tão intenso quanto o último; Um beijo que transmitia a sensação de precisar de alguém de todo o coração e ao mesmo tempo o alívio por estar ali com aquela pessoa. E eu percebi que não importa o que aconteça entre mim e Connor, nós sempre seriamos aquilo. Sempre teríamos um sentimento tão oposto a si próprio quanto o azul e o vermelho e sempre seriamos tão harmoniosos quanto o roxo.Ficamos nos beijando naquele telhado até que o primeiro raio de sol apareceu.
Naquele dia eu decidi que não deixaria nada apagar aquilo que sentíamos um pelo outro.Não acaba aqui não, ainda tem uns capítulos e tal né faz parte do ritual de fazer vocês sofrerem.
E se vocês gostam de The 100 e shippam Clexa, vale a pena ler as fanfics da SirDookieAnny pq ela é show e me ajudou a escrever esse cap (literalmente, eu to com um dedo quebrado)
Mamãe ama vocês
XoXo
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Don't Keep Love Around // Tronnor
Fanfiction"Era como se todos os sentimentos reprimidos que um dia eu tive por ele estivessem tentando voltar, mas eu sabia que não podia deixar isso acontecer."