Tyler estacionou o carro na garagem da minha casa e olhou para mim com um olhar solidário.
– Você quer que eu vá buscar o Tyde e a Sage ou quer que eu fique aqui te fazendo companhia? – Ele disse no mesmo tom de voz suave que havia usado comigo antes. – Eu posso ligar para eles e mandar eles pegarem um táxi.
– Não precisa ficar aqui comigo... – Eu falei baixo e respirei fundo. – Eu estou bem, só preciso tomar um banho.
Mas eu não estava bem, não estava nem um pouco bem.
Observei Tyler sair com o carro e entrei em casa, segui direto para o quarto e me joguei na cama. As lágrimas no meu rosto já haviam secado a muito tempo, agora eu sentia raiva.
Sentia apenas raiva de Connor por me enganar e me humilhar. Eu não acredito que fui tão tolo mais uma vez.
Decidi tomar um banho para ver se esfriava a cabeça e caminhei até o banheiro, no meio do caminho senti meu celular vibrar e o peguei no bolso.
00:17 Connor: Onde você está?
00:17 Connor: Eu pedi para me esperar lá, onde você está?
00:18 Connor: Troye, eu não consigo te encontrar, atende o celular.
Eu ri ao ler aquelas mensagens. Naquele momento, eu não sentia mais nada por Connor e sentia raiva de mim por ter sido tão tolo.
00:20 troye: Eu nunca mais quero te ver na minha frente.
00:21 Connor: O que?
00:21 Connor: Como assim?
Parei na frente do quarto de Connor e encarei a porta. Eu não queria entrar lá e sabia que não devia.
00:25 Connor: Troye, eu posso explicar...
Abri a porta do quarto de Connor e fiquei encarando o espaço escuro.
00:27 Connor: Você foi pra casa?
Liguei a luz e me deparei com aquilo.
00:28 Connor: Eu estou indo aí!
A cama de Connor e o chão estavam cheios de pétalas de rosas, haviam algumas velas apagadas espalhadas pelo chão. Deixei o celular cair no chão fazendo com que a tela trincasse e fiquei boquiaberto.
No centro da cama havia um papelão com algumas coisas escritas. Me aproximei da cama para que pudesse ler melhor.
Quer namorar comigo?
Segurei a placa e deixei algumas lágrimas caírem sobre ela, borrando o que estava escrito.
Fiquei parado lá encarando tudo aquilo até que escutei Connor abrir a porta atrás de mim e se aproximar.
– Troye... – Ele falou com uma voz baixa. – Eu...
– Ela beijava bem? – Eu dei uma risada fraca ainda sentindo as lágrimas escorrerem.
– Ela quem? – Ele falou confuso e tocou meu ombro.
– A menina que você beijou na boate. Ela ao menos beijava bem?
Me virei para ele e observei ele dar um passo para trás, dei um sorriso fraco e enxuguei as lágrimas.
– Troye... eu posso – Ele fez menção de enxugar o resto das minhas lágrimas mas eu afastei a mão dele do meu rosto. – Eu posso explicar...
Eu comecei a rir alto e olhei diretamente nos olhos dele, rasguei a placa que estava na minha mão e passei direto por Connor esbarrando no ombro dele, parei perto da porta ainda de costas para ele.
– Eu quero que você saia da minha casa ainda hoje. – Eu disse com uma voz seca. – Não somos mais amigos e eu não quero mais te ver na minha frente, Connor Franta.
Peguei meu celular no chão e sai do quarto deixando Connor sozinho lá, caminhei até a sala e escutei ele me seguindo.
– Troye, me escuta – Ele disse logo atrás de mim e me segurou pelo pulso. – Aquilo que você viu... Foi ela quem me beijou, eu não sabia o que estava acontecendo, eu mal vi o rosto dela.
Eu olhei para ele e contive a vontade de dar um soco na cara dele.
– Você ia me pedir em namoro... – Engoli em seco e abaixei a cabeça.
– Eu... – Ele disse e eu pude escutar a hesitação em sua voz. – Eu te amo, Troye.
Por um breve momento, o meu coração parou.
0,01 segundos foi o tempo necessário para eu decidir entre duas opções:
Perdoar Connor e provavelmente me decepcionar no futuro ou esquecer Connor e qualquer rastro de sentimento que eu ainda tinha por ele.
Eu nunca tinha feito uma escolha tão difícil.
Sorri para Connor e soltei meu braço de seu toque. Encarei por última vez aqueles olhos verdes pelos quais me apaixonei um dia e pronunciei as palavras com dificuldade.
– Eu não gosto de você, Connor. Nós sequer somos amigos.
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Don't Keep Love Around // Tronnor
Fanfic"Era como se todos os sentimentos reprimidos que um dia eu tive por ele estivessem tentando voltar, mas eu sabia que não podia deixar isso acontecer."
