Sinopse - Prólogo

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Sinopse

Berek e Seth são órfãos, mas isso por si só em nada os faria especiais. Pois no mundo medievo onde vivem é comum a morte chegar cedo. E para todos. Ou quase todos… Que Ddiäna, a mãe dos irmãos, era elfa – bela como descrevem as canções e imortal de corpo e espírito.

Mas deu-se que há sete anos, na Noite do Luar Escarlate, Ddiäna pereceu junto de seu marido, humano de vida curta e frágil. Ambos foram assassinados por um obscuro algoz. Sacrificaram-se pelos filhos.

Berek e Seth são, portanto, órfãos semielfos. E isso os torna especiais. Lamentavelmente especiais… Pois no mundo distópico onde vivem o longevo preconceito entre elfos e homens deu forma a uma intolerância mortífera para com os mestiços.

Forçados a habitar as margens da civilização, eles se escondem sob capas e sombras. E agora, depois da Primeira Chacina, têm sido perseguidos abertamente.

Quando cavaleiros de vermelho, sob as ordens d’O Absoluto, arauto do Luar Escarlate, põem-se a caçar os irmãos, Berek e Seth precisam fugir.

E eis que dão início a uma jornada pela própria sobrevivência.

Uma jornada que lhes permitirá descobrir verdades ocultas sobre os ódios e os preconceitos. Sobre as identidades de elfos, humanos e semielfos. Sobre as bases que sustentam os véus da realidade presente. E sobre a História não escrita por detrás da história.

E será a mera verdade o bastante para confrontarem O Absoluto todo-poderoso?

*****

Prólogo

Lá fora o céu era vermelho, bem como vermelho era o sangue que escorria dela. Sangue no seio que tinha me amamentado. Mas ela não demonstrava o receio nem a mágoa. Nunca. Ele já tinha tombado havia tempo, aquele que era mais destemido que ela. O amor o tinha tornado imprudente. E eu? Eu sentia medo, e muito. Estava desesperado e hoje me pego chorando pelos cantos, me reprovando por não ter feito nada. Em vão… “Eu jamais poderia ter impedido”, tento me consolar.

Logo depois eu vi fogo, fogo de ouro. A sombra saiu cambaleante para a noite sem Lua. E minha senhora enfim caiu também, exausta. Meus olhos arderam, marejaram. Água morna os embaçou.

Ouvi então um lamento fraco, uma melodia triste, na madrugada em que mesmo a deusa derramou lágrimas. A deusa pedia o perdão do mundo, porém não me comoveu. Não a perdoei.

E não a perdoaria. Porque aquele dia era de festa e, no entanto, ninguém sorriu; deviam ter soltado fogos de artifício e, no entanto, era escuro onde eu estava; era o solstício de verão e, no entanto, tive frio…

Além do Sol e da LuaWhere stories live. Discover now