Senti meu joelho arder, apesar de ter caído em cima de alguém meu joelho ralou no chão. Eu fiquei com os olhos fechados, pois não estava afim de responder a alguém furioso por minha falta de cuidado, mas isso tinha que acontecer. Abri um dos meus olhos pra espiar quem era, e era simplesmente quem eu não queria ver.
— Está confortável? – Vincent ironizou.
Não respondi imediatamente porque estava olhando nos olhos esverdeados dele.
— Parece que sim. – Me levantei imediatamente acordando do transe que o par de olhos dele me deixava. — Você está bem?
— Estou – Respondi seca.
Me lembrei da noite anterior em que nós brigamos.
— Não parece – Ele apontou para o meu joelho e estava sangrando mais do que eu imaginava.
— Droga! – Pensei alto, me virei pra ir embora, mas senti sua mão pegar no meu braço olhei mortalmente para ele que me soltou imediatamente.
— Deixa-me ajudar, tenho curativos aqui na bolsa – Ele tirou a mochila das costas e começou a remexer procurando por algo.
— Você anda com curativos na bolsa? Porque? – Não contive minha língua.
Ele riu.
— Eu faço curso de primeiros socorros. – Explicou.
Aquilo era legal.
Me lembrei que Verônica tinha dito que ele estava doente, então era mentira, olhei para ele e analisei seu rosto, ele estava pálido, mas não parecia doente. Até parecia bem, tanto que estava andando por aí. Eu não falei nada apenas fiquei o observando, ele foi em direção ao banco que havia ali e me chamou para sentar também.
Eu me sentei ao lado dele e ele se levantou e em seguida se pôs de joelhos, pegou a gaze e limpou o sangue que escorreu e colocou o curativo em cima da pequena ferida no meu joelho. Levantei assim que ele acabou e ele levantou junto se colocando a minha frente, impedindo minha passagem.
— Que é? – Saiu quase um grito.
— Não vai agradecer? – Perguntou com um sorriso cínico no rosto se aproximando do meu rosto.
Me aproximei do seu ouvido.
— Não pedi sua ajuda – Dei tapinhas amigáveis nas costas dele e passei por ele o empurrando com o ombro.
Mais uma vez ele não veio atrás de mim.
No meio do caminho senti meu celular vibrar várias vezes, mas decidi não responder a nenhuma mensagem, apenas quando chegasse em casa. Cheguei em casa e vi algumas malas na sala de estar, sabia que meus pais haviam chegado.
Larguei minha bolsa em qualquer lugar e corri pela casa a procura deles. Fui em todos os quartos e nada, mas eu sabia que eles estavam em algum lugar, decidi ir até a varanda do quarto deles e vi a sombra dos dois pelas portas e já ia entrando, mas vi que estavam conversando sobre algo sério, eu ia sair e deixá-los, mas minha curiosidade se aguçou quando ouvi o nome de Anna.
— Precisamos contar. – Ouvi a voz da minha mãe em tom de preocupação, ouvi os passos dela de um lado para o outro. Sai de perto da porta porque poderiam ver minha sombra e me escondi ao lado dela, escorada na parede.
— Não podemos dar falsas esperanças a ela – Ouvi meu pai dizer e os passos da minha mãe serem interrompidos. Ouvi um choramingar e fiquei totalmente confusa com aquilo.
Ouvi a porta da frente batendo e decidi sair do quarto antes que eu fosse pega, quando sai do quarto dei de cara com Bernardo que estava com a expressão brava para mim, ele cruzou os braços e ficou me olhando mortalmente, tentei caminhar, mas fui impedida e revirei os olhos.
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UMA CARTA PARA MIM
SpiritualAngelina Forbes é uma jovem com personalidade forte, cheia de energia e marcas. Depois de perder sua irmã mais nova, após ela ter começado a namorar um rapaz misterioso, Angelina decide ir atrás do que seria o motivo do suicídio da irmã. Cheia de ó...