Capítulo 4 - Você parece com ela ❤

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Meu sangue estava fervendo. Aquela garota realmente era uma coisa. Queria mesmo arranjar confusão comigo e ela estava conseguindo me irritar.

— Não faz nada. – Paola chegou perto de mim às pressas. — É isso que ela quer.

— Olha só. A coisa está ganhando seguidoras. Eu só disse a verdade, nada demais. – Continuou Elise.

—Será possível! – A professora jogou alguns livros no chão. — As duas, para fora! Agora! – Vociferou.

— Eu não fiz nada. – Digo.

— Professora, a Elise que está provocando a Angelina – Amanda toma a minha defesa.

— Eu não preciso que me defenda! – Rosnei.

— Você é sempre assim mesmo? – Leonard murmura me perguntando.

— Eu não vou sair. Eu sou a irmã do dono desse colégio e você, professora de quinta, não manda em mim! – Elise retruca e uma confusão se inicia quando os alunos querem defender a professora.

— Pelo amor... – Levanto da cadeira e saio.

Respiro fundo. Eu precisava desse ar fresco me impregnando. É só o primeiro dia e eu já queria explodir esse colégio.

—Está tudo bem? – A voz, que eu sabia de quem era, me assustou um pouco, mas continuei imóvel.

— O que foi agora? – Rosnei.

— Você é muito falsa. – Kathy cruzou os braços, escorada na porta.

— Você quer realmente começar uma briga? – Cerrei meu punho.

— Não. Não vale a pena com você. O negócio é que, eu já saquei tudo. Você perdeu sua irmã e agora está nessa defensiva. Eu sinto muito por ela, mas... Eu tenho certeza que essa coisa de garota durona não é você, ou seja, você é falsa. – Ela coloca a mão na maçanete e volta para sala.

Elise sai como um furacão da sala de aula, então, aproveitando a oportunidade, vou atrás dela que nem ao menos enxergou a minha presença até chegarmos ao refeitório. Ela estava soltando alguma bobagem com a supervisora, que obviamente era sua amiga. Entre no refeitório e ela me olhou.

— O que você quer?

— Me devolva minhas coisas. – Disse. — Eu estou pedindo numa boa Elise. Me devolva. – Estendo a minha mão.

— Espera sentada. – Ela passa por mim e bate no meu ombro.

— Deve ser muito desconfortável para você, não é? – Ela para de andar e se vira para mim.

— Do que está falando?

— Essa pose toda. Você não tem amigos de verdade. Por isso compra aquelas duas seguidoras suas e maltrata quem não quer nada com você. – Cruzo os braços.

— Eu estou mostrando meu verdadeiro eu, e você? – Ela ri e cruza a porta do refeitório.

Talvez eu realmente não esteja sendo eu de verdade, mas isso não me interessa em nada no momento. Eu só quero acabar com isso logo. Eu quero voltar a paz de antes. Apesar de que, acho que isso nunca vai acontecer, pois me falta um pedaço extremamente importante.

Depois de alguns minutos sentada no refeitório, pensando sobre como eu descobriria um jeito de ter meus pertences de volta, o sinal toca e os alunos começam a vir e a pegar badejas com seus almoços. Saio dali depressa e vou andar pelo jardim. Era grande e não tinha ninguém. Era perfeito.

Eu não queria mais arrumar briga por hoje e nem ouvir a voz de Amanda que estava me irritando. Agora, provavelmente, todos estão falando sobre o que aconteceu com a minha irmã e eu não estou nenhum pouco afim de ver seus olhares de pena sobre mim.

UMA CARTA PARA MIMOnde histórias criam vida. Descubra agora