Capítulo 34 - O amor está no ar? ❤

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Meu coração acelerou só de vê-lo na minha frente, eu queria pular dali, mas sabia que não podia. Coração traiçoeiro. Estou com todos os tipos raros e exóticos de borboletas dentro da minha barriga e minha mão está soando... Frio, muito frio.

Eu estou nervosa. Mas vê-lo ali na minha frente tão lindo, eu tenho vontade de agarrá-lo, mas todos os meus lados e sentimentos ruins estão vindos à tona. A raiva dele está subindo a minha cabeça e transformando sentimentos bons em ruins. Agora tenho vontade de jogá-lo daqui, mas sei que não aguentaria a dor de perdê-lo, minha cabeça está confusa, estou tendo um conflito interno e acho que eu estou perdendo.

Aperto mais o pano na minha mão e sinto vontade de socá-lo, de beijá-lo, de matá-lo, de amá-lo. Meu Deus, como é confuso se sentir assim, é um misto incontrolável é tão bom e tão ruim ao mesmo tempo. O pior é que não posso fugir dele agora, do seu cabelo liso perfeito, da sua voz grave e dócil e do seu corpo bem definido e que transpira emoções que eu não queria conseguir ler.

— Angelina? – Ele me chama acordando-me dos meus pensamentos sórdidos. — Você está... – Ele inclina a cabeça e me encara — Bem?

— Não! Eu quero sair daqui... – Digo furiosa.

— Calma... – Ele ri e eu o olho mortalmente e ele fecha a cara — Não tem como você descer daqui.

— EU MATO O BERNARDO! – Rosno.

— Angelina, eu preciso falar uma coisa com você.

— Cala a boca! Eu não quero ouvir. Eu já ouvi o suficiente de você – Viro-me de costas e fito o chão que esta bem longe de nós.

— Vai ouvir sim! – Ele afirma. Pega no meu braço fazendo com que eu o olhe nos olhos... De perto, bem perto. Eu o afasto com as mãos e ele levanta a mão em forma de inocência. — Você não tem como me obrigar a ficar calado, você pode se calar se quiser, mas eu vou falar e não tem forma de você não me ouvir.

— Se eu me atirar daqui eu consigo não te ouvir – Digo irônica — Agora eu sei como minha irmã se sente. É isso que você faz de melhor, colocar sentimentos mórbidos nas pessoas – Vociferei e virei de costas de novo.

Meus olhos estavam marejados e eu não queria que ele pensasse que eu estava assim por ele, apesar de ser por ele. Eu não quero parecer uma derrotada, uma chorona. Eu sou forte e quero continuar assim, com essa imagem. Eu cheguei naquele colégio frio como um iceberg e dura como uma rocha, eu devia ter continuado assim para não me partir.

— É sobre isso que quero falar – Ele diz e coloco as mãos nos meus ouvidos, mas ele tira. — Olha para mim – Ele pede com a voz baixa.

Eu respiro fundo e viro-me para olhá-lo, ele parece nervoso. Ele desvia o olhar de mim e respira fundo. Acabei de dizer que sou forte, mas no primeiro pedido dele eu atendo. Eu sou fraca isso sim.

— Você me magoou me enganou, me usou... O pior é que fez o mesmo com minha irmã. O que tem a dizer em sua defesa? – Falo com a voz num fio.

— Eu não fiz aquilo – Ele diz num fiapo de voz, mas eu consigo ouvi-lo e meu coração acelera ao ponto de eu nem senti-lo mais bater.

— O que? Mas você disse...

— Eu sei o que eu disse! – Ele me interrompe e fecha os olhos, parece estar cuspindo algo ruim para fora. — Eu tive que proteger alguém, era uma promessa.

— Promessa? Essa pessoa deve ser muito especial mesmo né! – Digo irônica.

— Você pode até não acreditar, mas é verdade. Ele é realmente especial, como irmão. Fomos criados juntos e ele errou, mas a prova do arrependimento dele sou eu estar aqui. – Ele me diz olhando nos meus olhos.

UMA CARTA PARA MIMOnde histórias criam vida. Descubra agora