Capítulo 3 - Novas pessoas ❤

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Era a primeira semana naquele inferno e, sim, eu já estava com vontade de matar alguém. Mais particularmente a pessoa que colocou esse despertador alto perto de mim, que obviamente era a Amanda, pois eu jamais faria isso.

—Acorda! Vamos nos atrasar – Ouvi a voz da Amanda ecoar nos meus tímpanos.

—Se você não desligar esse despertador eu quebro ele na sua cabeça - Vociferei.

—Se a inspetora ver você aqui vai ficar de castigo, só estou tentando te ajudar.

— Eu não quero sua ajuda. Saí fora! – Jogo uma almofada que estava ao meu lado nela.

— Está bem – Sinto a almofada nas minhas costas novamente.

Ela não disse nem mais uma palavra, obviamente magoada por minhas palavras. Será que ela não entende que não quero aproximação com ela? Depois que ouvi a porta bater, bem forte por sinal, me revirei um pouco e enfim me levantei para me arrumar. Eu não ia deixar ninguém mandar em mim assim.

Fui para o banheiro e fiz a minha higiene, vesti o uniforme e peguei o material necessário para as aulas de hoje. Pelo que fiquei sabendo – algo que prestei atenção durante a longa visita com o diretor ao colégio – no primeiro dia teriam algumas aulas apenas pela manhã e na parte da tarde uma apresentação de balé clássico. Obvio que eu pretendo fugir da segunda parte do dia e colocar em prática minha missão de procurar pelo mau caráter.

Saio do quarto em direção ao refeitório. Fiquei um pouco confusa sobre a direção dos corredores, mas logo me situei. Fui andando devagar pelos corredores e observando bem o quão grande esse colégio era. Criado para abrigar alunos, realmente. Com o preço que meu disse pagar, o diretor não fez mais que a obrigação cuidando das instalações tão bem.

— Oi – Uma voz fina e animada soou por trás de mim, então me virei. — Você é a Angelina, novata, não é? – Apenas balancei a cabeça concordando. — Somos as "guias" oficiais do colégio, podemos ajudar se quiser.

— Podemos? – A loira ao seu lado bufou, cruzando os braços.

— Claro que sim! Fazemos o que nos mandam. – Rosnou a menina que tinha iniciado a conversa, dei de costas, mas antes de poder voltar ao meu caminho ela me virou de volta para ela. — É falta de educação deixar as pessoas falando sozinhas.

— Ela claramente não quer nossa ajuda Paola – A menina ao seu lado a puxou.

— Você é muito sagaz – Pisco para ela.

— Não vai chegar ao refeitório nunca. – Ela cruzou os braços enquanto sorriu de leve.

— Não me importo – Dou de costas.

— Boa sorte tentando achar a comida! – Gritou, enquanto eu me afastava.

Como se eu fosse me virar e implorar por algo. Patético.

Demorei um pouco, mas achei o refeitório. Assim que entrei os olhares me encontraram. Mas logo se dispersaram quando a Barbie entrou logo atrás de mim, fui logo pegar algo para comer e sentei sozinha em uma mesa qualquer. Coloquei meus fones de ouvido e comi meu café, sossegada. Mesmo sentindo que alguns estavam falando de mim, eu fiquei como se não estivesse vendo.

— Porque está comendo sozinha? – Ouvi uma voz baixa, por conta do som alto no meu ouvido, e então ele se sentou ao meu lado.

Olhei-o mortalmente, mas ele não se tocou, apenas continuou falando algo que não prestei atenção.

— Hein? – Ele tirou um dos meus fones.

— Não encosta – Rosnei.

—É de vidro? Não posso encostar agora? – Ele me olhou, sem hesitar um segundo.

UMA CARTA PARA MIMOnde histórias criam vida. Descubra agora