Capítulo 21 - Uma velha amiga ❤

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Estava muito calor, senti meu corpo derreter e eu ainda estava de olhos fechados, mas me revirava na cama sem parar, talvez seja Deus me despertando para a escola bíblica. Abro meus olhos lentamente e me viro para o despertador, são sete da manhã, coloco minha mão nos olhos e esfrego, sento-me na cama e giro meu pescoço, esse calor não era comum em Londres, mas a moleza era totalmente habitual ainda mais aos domingos.

Levanto-me arrastada, e pela primeira vez estranho não ter sido sacolejada por um dos meus amigos, mas ao mesmo tempo agradeço a Deus mentalmente por isso, eu precisava descansar. Os acontecimentos atuais viraram minha cabeça eu estou uma bagunça emocional, eu não sei mais o que pensar nem como agir. Que bagunça. Chego à porta, mas uma luz ilumina minha mente que eu não tenho orado pela manhã, volto e ponho-me de joelhos em frente à cama.

"Senhor tem sido tão difícil te servir e me libertar dos hábitos antigos, da Angelina de quando minha irmã se foi é difícil tirar os resquícios dela da minha mente insana, parece tão fácil, mas não é nem eu imaginei que seria assim. Pai me ajude e me compreenda perdoe-me pelas faltas cometidas por esses dias, perdoe-me por bater na Elise eu perdi a cabeça completamente, falar da minha irmã ainda dói e quando falam mal dela eu não consigo me segurar eu sou humana, me acompanhe ao longo desse dia Espírito Santo, me guarda amém"

Depois que fiz minha oração levantei-me e fui para o banheiro, liguei a ducha e entrei logo em seguida deixando a água gelada percorrer meu corpo, aquilo aliviava. Depois do banho deixei meus cabelos soltos para secarem naturalmente, fui ao meu armário e coloquei um macaquinho florido azul e rosa, peguei uma jaqueta jeans de um azul claro que eu amava e coloquei minha bota cor de pele, apesar do calor eu sabia que depois o frio ia se instalar aqui. Depois de me vestir passei uma maquiagem de leve e sai do quarto, não parecia ter ninguém em casa.

— Olá? – Gritei descendo as escadas, eu senti o cheiro de ovos com bacon vindo da cozinha, sozinha eu não estava.

Quando desci minha mãe estava de costas fritando os ovos, mas só tinha ela na casa ao que aparentava.

— Mãe? – Chamei-a e ela se virou com um sorriso meigo nos lábios

— Oi querida – Ela respondeu e com a cabeça pediu para que eu me aproximasse. Abracei-a por trás e sentei em cima do balcão atrás dela.

— Cadê todo mundo? – Perguntei curiosa.

— Devem estar se arrumando meu amor, você acordou cedo hoje... – Ela se virou por um segundo para me olhar e voltou a se concentrar no fogo. — Você está bem? – Sua voz tomou um tom de mãe preocupada.

— Estou sim só umas coisas na escola – Eu mirei minha cabeça para os meus pés em movimento por não alcançar o chão.

— Seu pai e eu não devemos nos preocupar então? – Questionou-me.

— Não! – Respondi rápido demais. — Porque voltou antes dele? – Perguntei-lhe. Minha mãe sempre vinha com ele.

— Uma velha amiga vai vir aqui hoje querida e trazer a filha dela – Diz minha mãe.

— Quem?

— Isabel e Adrielly, lembra-se delas não é? – Questionou-me.

— Um pouco – Respondi, mas eu lembrava bem, mas se eu conversasse sobre isso com minha mãe acabaríamos brigando.

Isabel e eu sempre fomos amigas, não éramos intimas, mas brincávamos juntas, mas a mãe dela era o exemplo de pessoa que fazia as outras de marionete e eu nunca gostei dela, ela sempre fazia minha mãe pensar mal de mim e de Anna porque gostávamos de nos maquiar e usar saltos dela brincando de casinha, com o tempo minha mãe e ela se tornaram mais amigas, mas eu sempre via o lobo que tinha na pele de cordeiro, um belo dia eu descobri que ela estava roubando minha mãe.

UMA CARTA PARA MIMOnde histórias criam vida. Descubra agora