UMA CARTA PARA MIM

Capítulo 43 - Eu te amo ❤

Só faltam mais dois capítulos para o FIM pessoal! Eu estou triste por terminar essa obra que fiz com tanto amor, mais feliz pela repercussão que ela teve, obrigado ❤ O nome do capítulo é dedicado de mim a todos que leem minha história ❤

Vincent narrando ❤

Eu estava completamente apavorado e impotente, sem ter o que fazer, meu corpo vibrava e tremia quando eu imaginava as três morrendo carbonizadas ali dentro. Seria algo terrível, o pior jeito de morrer, em minha opinião, meu coração está apertado e eu estou completamente fora de mim, o mundo a minha volta já não existo mais, eu só consigo pensar nelas e em pedir a Deus que as livre disso. Apesar de Isabel ser a causadora disso, eu não poderia desejar a morte dela, eu sei que ela esta doente agora, ela precisa de ajuda. E além disso, ela precisa pagar pelo que fez.

Eu tentei me aproximar da janela aonde Angelina havia jogado algo para tentar sair, mas os policiais me afastaram, assim como afastaram Bernardo e os pais de Angelina. Eles estavam tão, ou mais, nervosos quanto eu, a mãe delas não parava de chorar um minuto sequer o pai delas estava tentando ser forte, mas eu imagino o quanto dói ver as filhas numa situação dessas.

Os bombeiros finalmente conseguiram arrombar a porta da frente, mas quando abriram a porta da sala onde elas estavam o fogo se espalhou ainda mais, meu coração parecia estar fora do meu corpo, minhas pernas tremiam a cada barulho estranho ou a cada silencio perturbador, eu olhava ao redor e via tudo em câmera lenta, parecia que nada disso ia acabar e a cada minuto sentia Angelina mais distante de mim, e a cada segundo me sentia mais perto de desfalecer, de não agüentar meu corpo em pé.

Eu sentei em um dos bancos de tronco que havia na frente da escola e comecei a respirar descontroladamente, eu estava sentindo falta de ar. Eu precisava suportar, afinal, elas estão sofrendo mais que eu, eu precisava ter fé no meu Deus. Cada vez mais gente chegava à escola para ver o que estava acontecendo, curiosos.

— Vince? – Senti uma mão no meu ombro, mas não virei para olhar — Nós vamos fazer uma oração em grupo, venha comigo – Agora sim eu me viro e vejo Bernardo com o olhar quase derrotado e consinto em ir.

Ele me guia até uma área mais afastada de tudo o que está acontecendo, mas dava pra ver perfeitamente a movimentação, mesmo que de longe. Alguns estão chorando, outros apenas olhando, e uns lutando para tirá-las de lá, e nesses que meus olhos estão fitados com um fio de esperança, é nesse fio de esperança que vou me agarrar forte, mesmo que seja um fio fraco e frágil. Eu quero me agarrar a ele, porque no fundo da minha alma eu sinto que preciso dela perto de mim para poder seguir em frente, é como se ela fosse um presente de Deus para mim.

— Então gente, a situação está ruim por aqui e nossas amigas estão presas correndo perigo, nós não podemos fazer nada a não ser orar por elas e pedir a Deus para que fique tudo bem. – Vitória disse e todos concordaram.

— Oremos então! – Paola diz.

— Jesus, nós estamos aqui diante de Ti, para lhe pedir que salve as meninas dessa tragédia, não as deixem padecer assim, naquele lugar. As três são jovens e tem uma longa vida na sua presença, pedimos por todas elas, até mesmo Isabel que foi quem causou isso, mas sabemos Pai, que ela precisa de ajuda, da Tua ajuda, então lhe pedimos oportunidade para vê-las novamente, não tire elas de nós. Não tire Angelina nem Anna de nós, nós as amamos demais. Confiamos em Ti e no Teu socorro, que tudo seja feito para a sua vontade, amém – Amanda orou, rapidamente.

Voltamos para mais perto da escola, e tensos, ficamos observando os bombeiros destruindo a janela e tentando entrar por outros lugares, a fumaça estava cada vez maior e mais densa, escura. De longe vi Angelina tossindo escorada na parede junto a sua irmã. Essa demora me deixa impaciente, não saber o que fazer não ter o que fazer me deixa infeliz, essa sensação de impotência me faz sentir totalmente inútil.