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Cenas do último capítulo:
-acho que já pode soltá-lo Rick.- Glenn diz, se referindo ao homem sentado e amarrado no chão.
O líder se aproxima, se ajoelha ao lado da pessoa, e o desamarra.

-vamos para Alexandria.

***
-todos prontos?- o líder pergunta assim que acaba de carregar sua pistola.

-sim... Agora vamos, porque as estradas são estreitas mas são compridas.- Carol diz sem animo, e com ironia.

-você e esses seus ditados- Daryl diz passando por ela com um ar de riso, e deixando seus braços trombaram, arrancando da mulher um sorriso divertido.

-Ok, vamos!- Abraham diz, dando um grande tapa na porta da igreja, chamando a atenção de todos.
...
Quando alcançaram os 4km, Aron pede para parar o carro.

-Rick, preciso pegar um amigo.

-você disse que estava sozinho.- o homem se exalta.

-Se acalme ok? É o que sempre fazemos... Ordens superiores.

-quem é ele?- Daryl pergunta.

-ele me acompanha no recrutamento.

-eu e Daryl vamos com você.- Rick diz.

-Ok. Ele ficou esperando naquele ônibus.- ele diz apontando.
...
-mike! Sou eu!- o homem chama se aproximando do automóvel.

-Aron? Que bom que chegou bem!- o homem diz.

Os dois selam os lábios em um beijo, enquanto Rick coçava o nariz contendo um riso, e Daryl encarava a cena totalmente constrangido.

-mike, esses são Daryl e Rick.-Aron diz envergonhado.
 
-olá, vão ir para Alexandria?- o homem pergunta.

-sim, nós vamos.
...
-gente, vamos ficar por aqui. O sol já vai se por, e eu acho melhor não nos arriscarmos a noite.- Rick diz.

-ali para trás tem um celeiro, podemos ficar lá.- Sasha diz saindo do meio das árvores.

-Tudo bem.-Rick murmura.
 
Ao chegarem no celeiro, todos juntaram suas coisas, e se acomodaram.

-vou buscar alguma coisa pra comer.- Daryl diz jogando sua besta nas costas, e logo deixando o grupo.
...
Por incrível que pareça, fazia calor na floresta, e apesar do suor fazer cócegas no pelo de seu peito enquanto se movia entre as árvores, isso agradava ao caçador. O calor deixava mais lento os animais tanto quanto ele mesmo, e ele não tinha dúvida de que haveria alguma carne para alimentar o grupo.
Até agora, além de um esquilo correndo entre as árvores pouco antes de avistar um veado, praticamente não vira sinais de habitação humana, e nem ouvira os gemidos horrorosos de algum errante.
Ele seguia o animal com bastante facilidade, movendo-se em silêncio cerca de 10 metros atrás dele, com os olhos atentos a qualquer movimento suspeito á sua volta.
Seguir o animal não seria o problema. Aos 6 anos, Daryl havia passado uma noite perdido na floresta, e apesar disso ter acontecido 35 anos atrás, era uma experiência que ficaria com ele por muito tempo. Afastou a lembrança, e seguiu adiante com determinação.
Sua bolsa pendia de um jeito estranho às costas junto com seu arco e flechas, e talvez ele a devesse tê-la deixado no acampamento.
De repente, as árvores começaram a ficar mais finas e afastadas umas das outras, e se abria uma clareira com os poucos raios de sol que ainda restava, atravessada por um córrego estreito, talvez o mesmo em que ele e Carol tinham coletado água mais cedo, e ele não se apressou, em vez disso, deixou que a criatura desfrutasse da beleza daquele fim de tarde, na ignorância de que não haveria outro. Ele observou-o abaixar o pescoço grosso e mergulhar os chifres na água antes de levantar a cabeça e sacudir as gotas de água por cima de todo o couro.
Sem tirar os olhos da criatura, ele mudou de posição, e um braço puxou a flecha para trás. Veados eram raros na situação que se encontravam, e mesmo com esse pensamento, sua mão permanecia firme. Desejou a ele felicidade no momento de sua morte e deixou a flecha voar na direção do alvo. O veado caiu sem emitir um som, esperneou por um estante e então ficou imóvel.
...
-uau cara! Já estamos nos alimentando bem assim a dois dias por tua causa, obrigado.- Rick diz apertando o ombro do amigo, recebendo em troca dois socos fracos como brincadeira.

-NaaH... Vou ficar na vigia até o meio da noite, depois alguém entra no lugar.- Daryl diz sem se importar, depois de receber uma série de agradecimentos pela comida, e vendo todos já se acomodando para descansar.

-eu fico.-rick diz já se levantando.
...

Carol é atacada por uma forte cólica, que a impede de continuar a dormir. Ela alcança sua bolsa, e em um dos bolsos encontra uma cartela de remédios, pega um deles, e toma apenas com um gole de água.
Ela levanta, e repara em Daryl sonolento fazendo vigia.

-hey... Rick não ia ficar no seu lugar?- ela pergunta.

-acho que ele acorda daqui a pouco...- responde.

-vai descansar um pouco, eu fico aqui- ela diz se sentando ao lado do homem.- minha cabeça dói, não vou conseguir dormir.

-tá... Qualquer coisa chama.- ele diz meio receoso, entregando a ak-47 para a mulher, e logo se levantando.

Quando o homem se vira Carol sorri, não sabe o porque exatamente. Talvez seja em pensar em que Daryl se tornou, o quanto ele evoluiu e amadureceu ao percorrer desses cinco ou seis anos, ela não sabe ao certo, ou até mesmo pelo motivo de se dar tão bem assim com ele, coisa que poucos conseguem.

My way | Caryl.Onde histórias criam vida. Descubra agora