A mulher perfeita

3- O nosso momento

Estava ansiosa, quando a campainha tocou, eu mal podia me conter, mas era só o porteiro, avisando que os interfones estavam com problema de novo, meu rosto foi de plena alegria á decepção profunda em segundos.

- Ta bom Zé, obrigada.- Eu disse fechando a porta. Ele já estava na metade do corredor quando voltou correndo e me impediu de fechar a porta.

-Espere dona Lizi, Espere.- ele estava um pouco ofegante quando chegou na porta, Zé era engraçado com aquelas pernas pequeninas e aquele sobrepeso. -Dona Lizi, tem um rapaz te esperando lá em baixo... é boa pinta o moço em?!- Meu sorriso voltou na hora, me animei e sai pela porta toda contente, quase me esqueço de tranca-la. Desci as escadas como um jato, mas fiz questão de diminuir o paço quando cheguei próximo ao térreo, "nada de parecer desesperada Lizi" eu repetia essa frase dentro da minha mente.

Quando eu o avistei na recepção do meu prédio minhas pernas bambearam, nossa ele era tão bonito, o Zé tinha razão, ele era boa pinta mesmo, muito mais bonito que nas fotos que ele pouco postava, e muito mais bonito do que nas chamadas de vídeo, mesmo que eu ainda só pudesse vê-lo de costas, aqueles ombros largos, os braços grandes, o cabelo bem cortado e alinhado, lindamente escuro, as pernas sutilmente grossas, tudo tão harmônico, mesmo vestindo blazer e jeans, pude ter uma boa noção de toda a beleza que estava na minha frente, tive que respirar fundo antes de terminar de descer as escadas, e no terceiro degrau ele se virou por conta do som do meu salto durante meu caminhar.

-Nossa! Você está divina, ainda mais linda do que imaginei- fiquei sem jeito, nossa como ele era lindo, aqueles olhos, nossa aqueles olhos escuros e cheios de intensidade, pequeninos, mas lindos, aquela boca suavemente rosada e sutilmente carnuda, aquele queixo anguloso com a barba por fazer, as sobrancelhas tão bem arqueadas e grossas, o nariz anguloso, parecia esculpido na era romana de tamanha perfeição, sua pele ela delicadamente dourada, como se o sol o tivesse beijado, e o seu sorriso...Nossa que sorriso, até perdi meu fôlego por alguns segundos quando ele sorriu para mim.

-Você também está lindo. Não acredito que estamos no conhecendo finalmente- eu sorri sem jeito, ele se aproximou de mim e tomou minha mão, a acariciou por alguns segundos, eu não conseguia olha-lo, estava tremendamente tímida, as mãos dele eram grandes e firmes como imaginei que fossem, estava ansiosa para senti-las em volta de meu corpo.

- Venha, deixe-me sentir você, deixe-me abraça-la.- antes que eu pudesse responder ele me tomou em seus braços, um abraço quente e aconchegante, eu sentia seu cheiro, e que perfume maravilhoso. Ele soltou o abraço e começou a me olhar de maneira terna.- Estou ansioso para a nossa noite.

-Eu também estou. - Finalmente consegui encara-lo, aquele sorriso desconcertante estava lá em seu rosto, ele me conduziu gentilmente ao carro, claramente não sou a pessoa mais entendida do assunto, mas era um carro grande com pneus grandes, ele era totalmente preto e espaçoso. Me sentei no banco do carona e ele o ligou. Parecíamos adolescentes indo para o primeiro encontro, riamos quando nossos olhos se encontravam, e toda a sensualidade que eu planejei ter foi por água abaixo com aquele olhar.
Chegamos ao restaurante, ele reservou uma mesa bem separada das demais, para que ficássemos á sós, fizemos nosso pedido, e por ventura ambos eramos amantes de massa.

-Estive contando os dias para te ver.- ele disse pegando em minha mão.

-Eu também estava ansiosa para conhecer essa pessoa misteriosa que você é.- ele deu risada

-Não sou misterioso, garanto que em no máximo três dias que passarmos juntos você saberá exatamente quem sou, só espero que não queira fugir de mim.- rimos juntos, como fugir? com um homem daquele minha ultima vontade seria fugir.

-Mas me diga, correspondo a suas altas expectativas?- eu o indaguei em meio a risos.

-Até agora sim, mas quero ter certeza que você é a mulher perfeita para mim. - seu olhar era profundo, parecia me penetrar, ainda estávamos sorrindo, mas os risos em si já tinham se ausentado, estava me lembrando como se flertava, e como deveria fazer isso com alguém que eu já conhecia de certa forma. O jantar foi bastante agradável, e as vezes durante o jantar ele me lançava olhares maliciosos, eu os devolvia da melhor forma possível, finalmente a sensualidade que eu queria estava começando, fiquei animada com isso e passei a me insinuar, queria deixa-lo em desespero para sair de lá, eu mexia no cabelo, acariciava meus lábios, passava a mão lentamente pelo meu decote, e as vezes mordia o lábio, ele estava entendendo a mensagem, e seus sorrisos ficavam cada vez mais maliciosos. Quando o jantar acabou, fomos até o estacionamento, estava bem escuro, tinha poucos carros, mas a noite estava linda. Eu parei na frente do carro, e me encostei suavemente na porta, Ryan veio em minha direção, deu um sorriso torto para mim.