10- A verdade

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Eu não dormia, Ryan me trazia comida três vezes ao dia, já se foram três dias desde a morte de Julia e eu simplesmente não conseguia pegar no sono, eu via seu rosto em minha frente de novo, de novo e de novo. Ryan as vezes tentava conversar mas eu só queria morrer, era só o que eu queria e nem mesmo isso ele me permitia, hoje pela manhã quando ele veio me trazer comida o jantar ainda estava no mesmo lugar do dia anterior, percebi em seu semblante que sua paciência estava acabando, mas ameaças não mudariam nada, eu já não via mais valor em viver, não me sentia digna disso.

- Você precisa comer, está emagrecendo. - Ele parecia falar como um pai que fica bravo porque você está doente, eu simplesmente não respondi, me mantive olhando para o chão. - Você vai acabar desmaiando, precisa comer Lizi. - mais silêncio na sala. Ryan revirou os olhos, acho que ele percebeu que nada mudaria, ouvi ele bufar como se estivesse exausto. - Ta bom vamos fazer um trato, Lizi eu vou te dar uma banho, você está com essa roupa tem muitos dias, depois vou te dar de comer porque você deve estar muito fraca, e vou te mostrar um vídeo, depois disso vou te fazer uma pergunta, você vai me responder e essa resposta vai te levar a algum caminho e logo depois para a liberdade e se você ainda quiser a morte, eu te deixarei ir, e se você não conseguir fazer e quiser, eu te ajudo, porque Lizi, eu realmente amo você.- me mantive calada, não iria dizer nada para aquele psicopata, aquele era mais um de seus joguinhos, ele jamais me daria liberdade. - Vamos Lizi, você sabe que eu posso ser muitas coisas, mas não sou nenhum mentiroso, o que eu digo eu sempre cumpro.- quanto a isso eu não podia contestar, ele não mentiu em momento nenhum eu é que fui muito tola e achei que eram blefes e brincadeiras como as pessoas normais fazem, mas Ryan não era normal, acredito que se perguntassem se ele matou pessoas ele afirmaria que sim tranquilamente, já eu me tremeria e teria medo da verdade,levando isso em conta eu consenti com a cabeça, não tinha muito mais a ser feito. Ryan me desamarrou e me tomou em seu colo, eu me sentia como se um carro tivesse passado em cima de mim, meu corpo estava dolorido e eu não tinha forças para me mexer, mesmo que eu quisesse fazer algo eu não conseguiria. Eu quase não vi para onde estava sendo levada, mas era bem iluminado, meus olhos não estavam acostumados com a luz tão forte, ele caminhou por um curto prazo de tempo, as vezes meus olhos fechavam involuntariamente e eu me forçava a abri-los, não queria que ele tivesse a alegria de me ver desmaiar, ele já devia estar bem contente por eu estar tão fraca. Ele abriu uma porta e me sentou na tampa do vaso sanitário, o banheiro era todo branco, paredes, louças, chão, mobília e utensílios, tudo perfeitamente branco, era uma banheiro pequeno, como o de um apartamento, Ryan veio em minha direção e tirou meu vestido rasgado, depois minhas roupas intimas, e meu corpo parecia incapaz de se mexer, ele me deu um beijo na testa e eu desviei com lentidão, ele colocou um banquinho dentro do box do banheiro e me sentou lá, ligou a água que tinha uma pressão que parecia que estava massageando meu inútil corpo, olhei para meus braços e pernas e percebi que estavam mais finos, e embora a água estivesse em boa temperatura eu senti meu rosto gelar e minha visão começava a ficar um pouco escurecida e eu lutava contra aquilo. Ryan levantava meus braços, pescoço e pernas e ia passando a bucha cheia de sabão delicadamente pelo meu corpo, eu sentia mais do que via, eu só sabia que ele estava com uma camiseta branca e bem encharcado, seus cabelos desalinhados e pingando, ele tomava cuidado para que cada área fosse bem higienizada, e o serviço estava fácil até que foi necessário limpar meu tronco, ele me fez apoiar em seu ombro jogando meu braço por cima do mesmo e me levantou, eu estava quase desacordada, não conseguia ver bem, mas senti ele limpando meu tronco da maneira que conseguia, as vezes meu corpo escorregava dificultando o processo então ele tinha e me equilibrar novamente, ele tentou algumas vezes e depois me sentou no banquinho de novo, eu já não sentia muito bem meu corpo, então não sei muito bem dos detalhes, só percebi que ele lavou meus cabelos e me chamou algumas vezes para se certificar que eu ainda estava consciente.

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