15- O grande dia

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Mas algum tempo ali naquela sala enclausurada e eu entraria em parafuso, como se eu já não estivesse à beira da loucura, meu suor escorria por minha testa gelado como um floco de neve, minha respiração ofegante como se tivesse corrido quilômetros a fio, e ali naquela poltrona no meio da escuridão era só eu e minha insanidade que me devorava a mente, e ali eu esperava e me perguntava pela primeira vez onde estava Ryan, e por mais contraditório que possa parecer eu torcia que ele viesse me salvar e trazer a realidade novamente, ou para a "nossa realidade" que por mais torturante que fosse ainda era melhor do que a jaula na qual eu mesma me fazia refém, e ser refém de Ryan era melhor do que de mim mesma, quando Ryan criava o jogo a maldade estava nele agora quando minha mente brincava comigo? Era bem diferente.
Ouvi um som, passos, salto batendo sem Madeira, achei que fosse Ryan de sapatos sociais, mas sapatos sociais ? O que teríamos hoje? Os passos vinham cheios de eco, creio que seja um corredor vazio. Eu olhava ansiosa para aporta na minha frente, meu coração disparava e minhas pupila dilataram, engoli em seco, os passos estavam mais altos, mais próximos, quase podia enxerga-lo abrindo a porta e se materializando na minha frente com toda sua presença que enchia a sala, sua beleza intimidadora, e a capacidade de levar minha sanidade ao chão.
Os passos pararam, alguns segundos de muito silêncio, e meu coração travou, de um livre corcel foi para um difunto gelado com mais de quatro dias de baixo da terra, minha respiração que antes era de uma maratonista agora era silenciosa como uma sala de espera. Eu me petrifiquei, gelei como meu suor que escorria por minha testa e o mundo parou naqueles segundos. Passos muito suaves e pausados e depois começaram e se distanciar da porta e embora eu não tivesse dito nada eu só queria gritar "NÃO", mas não consegui, só me mantive ali em silêncio e de repente me encontrei em desespero, a respiração, o coração, as pupilas, estava tudo lá de novo, e de dentro uma vontade de correr e esmurrar a porta, mas não o fiz eu estava ali com todos os sintomas de uma loucura que vem de dentro que talvez sempre estivesse dentro. Baguncei os cabelos e gritava dentro de minha mente "não, não,não, não, isso não , não me deixe sozinha, não." Eu arranquei de mim a agulha q me conduzia soro para minhas veias, estava surtando, gritava em silêncio e esmurrava o vento, agitava minha cabeça, puxava meus cabelos freneticamente como se fosse arrancar isso de dentro de mim, e em um ato de raiva puxei o tubo de soro e derrubei o suporte, rasguei com fúria a bolsa e vi todo o líquido escorrer, derrubei a poltrona e por fim totalmente desnorteada e cega eu ouvi um ranger que me fez parar e olhar para trás. Lá estava ele, parado a porta me olhando sem expressão enquanto ajustava as abotoaduras de seu terno preto, Ryan era ainda mais bonito do que me lembrava e eu fiquei congelada esperando algo. E novamente o mundo parou, nenhum movimento ou som, ambos congelados.
O silêncio era como uma faca e naquele momento eu não sabia bem como agir diante das circunstâncias, na verdade era como se eu simplesmente tivesse sido pega no flagrante de um crime e estivesse em choque sem saber o que fazer, ele ele se mantinha se arrumando em pequenos detalhes, o nó da gravata, os botões da camisa, os bolsos da calça, sem me olhar por um só momento, sem dizer uma só palavra é aquele momento se estendia como que por horas, mesmo sendo pouco mais de um minuto.
-Olá minha ruiva.- a voz suave se direcionava a mim com um olhar sutil, finalmente sem malícia. - Posso ver que estava ocupada- ele deu um sorriso no fim da frase e eu simplesmente me mantive imóvel. Ryan fechou a porta logo atrás dele e deu poucos passos em minha  direção, diria que foram três, parou e me encarando ficou em silêncio por alguns segundos e eu me mantive imóvel como quem era pego em flagrante depois de cometer um crime, em apneia de maneira involuntária, ele respirou fundo como quem iria começar a falar, eu prendi a respiração como quem fosse ouvir um hipnótico discurso. Três segundos, tensão, silêncio, e aquele momento durou uma eternidade inteira, um momento que se passou diante de meus olhos em câmera lenta, o suor em meu rosto deslizando sob minha sobrancelha e deslizou para minha bochecha, sentia a pulsação do meu coração, galopante e outrora lenta, a língua dele que umedecia suavemente seus lábios rosados, o canto da boca que formava um suave sorriso e um pifarei que ele se permitiu liberar, vi seu pomo de Adão subir e descer engolindo em secoe finalmente vieram as palavras
Que romperam o silêncio, mas não o meu estado praticamente inerte.
- Espero que tenha refletido, pensado sobre o que falamos .- ele ficou em silencio com mo quem aguardava uma resposta, mas nada saiu de mim, não sei como e nem porquê, mas eu simplesmente estava estática, mau minha mente funcionava , parecia que eu estava vendo uma assombração ou coisa assim em minha frente, eu simplesmente me mantive sem reação, e quando ele percebeu que eu nada diria, o atreveu desconfortável, eu até quis responder mas não consegui, como se estivesse travada, ele deu outro pigarro, olhou de relance para o lado colo quem tentava se desviar do desconforto.- Pelo visto pensou em todas as possibilidades, talvez ainda esteja tentando se convencer de algo.- o desconforto foi sumindo de seu rosto, aos poucos ele voltava ao Ryan de sempre, sempre confiante de si e do que dizia.- Quer acreditar que está fazendo a coisa certa não é? Quer se convencer sobre uma conduta de boa pessoa, aquilo que esperam de você, aquilo que querem de você, mas será que isso é realmente o melhor ? Será que te fará mesmo bem ? A verdade está no seu olhar, você só espera que seja feito por outra pessoa para que você se sinta acontece consigo mesmo , pra que possa dizer olhando no espelho que é uma "boa pessoa" Aquela que todos esperam que você seja, mas você sabe ou que quer não é? Posso ver em você, mas como eu disse essa é uma decisão sua e eu irei respeitar.- ele falava pausadamente, com uma certeza no olhar, uma diplomacia que mexia com minha cabeça, eu tentava me manter fora de suas palavras, mas elas entravam em mim e na minha mente,  mas eu ainda estava ali, s se quer uma reação física, totalmente parada, ele ficou novamente aguardando alguma palavra ou resposta, mas não aconteceu. Seu olhar ficou curioso, e então ele deu mais um passo em minha direção, meu olhos se voltaram para seus pés e logo depois para seu rostos e maneira rápida e totalmente intuitiva, como que um reflexo involuntário. Minhas pupilas tremiam, e eu estava tão imóvel que quase podia sentir o movimento. -Ruiva?
Aquilo foi um despertar, foi quando vai em mim, foi como se ele me acordasse de um transe que eu tinha entrado, então eu sacudi de leve a cabeça e pisquei algumas vezes, fui me endireitado e ficando ereta novamente, passei q não pelos cabelos rápido tentando acerta-los, por fim engoli em seco, senti que quer a falar, mas as palavras não queriam sair de mim, umedeci meus lábios coma língua me preparando para dizer algo, engoli em seco, respirei, puxei o ar pelas narinas e segurei. E não consegui soltar ou falar por alguns longos segundos.
-Está tudo bem ? - ele perguntou, o olhar curioso quase preocupado estava lá, é mais um passo ele deu, estávamos a mais ou menos  um metro e meio talvez dois de distância um do outro naquela sala. -Ruiva?
E como se fosse uma segunda badalado do sino eu voltei q funcionar mais um pico, soltei o car preso em meus pulmões e apertei os punhos, como se falar fosse uma atividade de extremo esforço.
-Lizi?
Parece que ele entendeu como eu estava funcionando, a cada vez que ele me chamava eu me movia um pouco, e dessa vez pisquei mais algumas vezes tentando recobrar onde estava e quem eu era e por fim o olhei nos olhos.
-Está tudo b...?
-Está- eu o interrompi e ele que ensaiava dar mais um passo parou, minha voz parecia confusa e meio trêmula.
-Está pronta ?- dessa vez ele não ensaiou, caminhou em minha direção e agora devia estar à trinta centímetros de mim.
-Acho que sim, não tenho certeza. - eu me sentia desnorteada e confusa, tentava lutar comigo, sim minha luta interna não tinha acabado, o sim é o não em uma guerra épica em minha mente.
-Lizi, está tudo nas suas mãos, eu não te quero mal, tudo o que quero é seu bem e você sabe muito bem disso, tudo isso foi necessário para que você pudesse entender o quão longe você pode ir, o quão livre você pode ser, e de quero que seja livre tenho que deixar você escolher. -Se eu não tivesse passado o que passei eu acreditaria em suas palavras palavras e em toda q beleza que seu olhar que até parecia preocupado esbanjava. - Se olhar pra dentro de você vai ver que tudo o que eu fiz foi para que você se libertasse.
-Eu não tenho certeza se me decidi, eu... Está tudo...- ele então chegou tão perto que eu podia sentir sua respiração, tocou meu rosto e o acariciou, e para ser sincera eu estava precisando daquilo, e então uma lágrima involuntária escorreu de um de meus olhos, e ele limpou com o polegar, deslizou sua mão para minha nuca e me puxou para perto de seu corpo e então me abraçou , e eu me senti como se meu corpo fosse totalmente envolvido por ele, mas não retribui, eu me lembrava do que passou.
-Eu sei que você consegue Lizi, não deixa ninguém mais mandar em seu futuro, escolha por si, não queira agradar ninguém além de você. Você é a única pessoa que importa, não se esqueça.- aquelas palavras faziam tanto sentido, será que eu realmente estava escolhendo durante toda a minha visa por mim ? Ou eu estava fazendo o que queriam que eu fizesse ? Aquilo me tocou e me pois a me questionar. A mai de Ruan voltou para meu rosto e com um movimento delicado ele o fez subir, eu o olhei nos olhos , eu estava confusa e acho que dava pra ver bem em meus olhos, os dele, eu não pude decifrar, parecia ternura, mas Ryan poderia ter aquilo ? Eu não sabia e ficava me lembrando do que se passou, e lembrava que o homem com quem passei uma das melhores noites da minha vida me trouxe um grande pesadelo, por tanto não poderia ser ternura. Mesmo com esses pensamentos em minha mente ele me beijou, o contato de lábios suave e delicado, e separou  seu rosto do meu, eu engoli em seco, aquilo me fez bambear, ele sorriu de leve e novamente um beijo suave, ele abriu delicadamente seus lábios e a ponta de sua língua passou pelos meus, eu fui abrindo minha boca como um fresta pequena é nossa línguas se tocaram, ele então com a outra mão apertou mais meu corpo contra o dele e abriu sua boca colocando mais de sua língua dentro da minha depois puxava com suavidade mui lábios inferior, e naquele beijo, quente , mas lento ele foi me tomando e eu fui me lançando e comecei a abraçá-lo também apertava sua cintura e sua nuca e ele me segurava com firmeza, nossas respirações eram levemente ofegantes, eu podia sentir seu coração acelerar, e por um momento senti que aquilo era verdadeiro é tão intenso quanto eu sentia, ele então parou e me olhou.
-Já decidiu ?

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