A mulher perfeita

8- Decisões

Eu estava totalmente levada pela raiva acumulada em mim e que explodia, enquanto podia ver nos olhos de Julia que ela estava lutando por sua vida e em total pânico, mas eu não me importava, as coisas que ela tinha feito rodavam em minha mente, a nossa luta foi ficando calorosa ao ponto que agarrei a cabeça de Julia e bati contra um computador, ela ficou visivelmente zonza e sangue começou a sair de seu supercílio, ela tentou agarra minhas pernas mas eu chutei sua barriga, Julia caiu no chão e eu comecei a me aproximar dela, ela engoliu em seco e então eu subi em cima dela, Julia tentou me enforcar, mas acredito que estava muito chocada e muito assustada para fazer isso, então eu acertei uma sequencia de três socos em seu rosto e quando parei percebi mais cortes e sangue em minhas mãos. Por um momento parei, "o que eu estou fazendo?" eu me levantei chocada como o que estava fazendo. Julia não se moveu, não reparei se ela ainda estava acordada ou como ela estava, estava chocada de mais com minhas próprias atitudes.

- O que aconteceu? estava indo bem querida, estava mostrando para ela quem realmente manda.- Ryan estava totalmente chocado e até desapontado.

-Esta não sou eu, esta não é a Lizi. -eu dizia olhando fixamente para minhas mãos com o sangue de Julia, meus olhos estavam arregalados e eu estava apavorada comigo mesma.

-Sim esta é você, uma versão livre e sem medos de você mesma Lizi, veja só esta se livrando de suas fraquezas- ele se aproximava de mim lentamente- E esta mulher é uma de suas fraquezas.

-Não, não Ryan.

-Vamos faça como as baratas, seja mais forte que você mesma.- ele segurou minhas mãos e olhou em meus olhos.

-Ryan, não compare uma vida á uma barata.

-A barata também é um ser vivo e você a matou mesmo assim, porque era a sua fraqueza e você precisava elimina-la.- eu engoli em seco, ele estava tentando me persuadir, mas eu não conseguia, um sentimento forte de arrependimento tomou meu coração e lágrimas começaram a escorrer. -Lizi? - ele passou a ponta dos dedos no meu rosto limpando minhas lágrimas, e então elas se tornaram abundantes. - Lizi, pare.- ele disse de maneira doce a branda, mas eu simplesmente não conseguia parar. -Lizi por favor olhe só, você está expondo fraqueza novamente.- eu não conseguia me controlar me sentia horrível.- Lizi pare agora !- ele começou a ficar mais firme em suas palavras, mas o choque com aquilo que eu estava me tornando estava acabando comigo. -Lizi eu estou mandando parar, seja forte e mate esta ameaça!- novamente firmeza, entre lágrimas eu sinalizei com a cabeça que não. -Se deixar ela sair daqui ela vai rir de você de novo.- eu não conseguia me mexer ou reagir então me lancei ao chão e abracei minhas pernas chorando descontroladamente olhando para dentro de mim mesma e tudo o que eu tinha feito, o mal que causei, até mesmo para aquelas pobres baratas. - Já chega! pensei que conseguiria isso sozinha, mas pelo visto mesmo que eu não queira vou ter que transformar isso em uma lição, pelo visto ainda não aprendeu.- ele me agarrou pelo braço e me forçou a me levantar de maneira muito brusca, depois começou a caminhar em direção á uma mesa que estava á três metros de mim, a mesa na qual ele estava antes, ele abriu a gaveta e tirou de lá um saco preto médio e voltou a caminhar em minha direção, seus passos eram firmes e dinâmicos, algo estava por vir e eu tremi por dentro, Ryan colocou a mão dentro do saco e agarrou Julia pelos cabelos obrigando ela a se levantar , ela gritou, um pouco de dor e um pouco de medo misturados em seu grito, o suor se misturava com o sangue em seu rosto, e o meu que estava lavado por lágrimas sessou de chorar para agora entrar em pânico quando vi que um dos objetos que estava na sacola era uma faca muito afiada, não sei bem se era mesmo uma faca ou um punhal.

-RYAN! O QUE VOCÊ VAI FAZER ? - entrei em pânico e gritei desesperada.

-Bom, você tem duas opções, ou você mata ou eu mato, só que se eu matar...-ele sorriu- Ah Lizi... se eu matar eu garanto que serão os momentos mais agonizantes de toda a vida dela. - eu tremi, sabia que Ryan não blefava, como ele disse, ele não mente, o que eu deveria fazer? se eu a matasse teria que conviver com esse crime e se eu permitisse que ele a matasse eu tenho certeza que ele me faria assistir e jogaria essa culpa em mim, então o que eu deveria fazer? Minha mente rodou.- Vamos Lizi, está em suas mãos como ela vai morrer, porque de um jeito ou de outro ela morre hoje, junto com o que ela representa para você.- engoli em seco, a vida, ou melhor, a morte de uma pessoa em minhas mãos. E então minha mente clareou, era algo simples, era algo fácil, não sei como não tinha pensado, Ryan teria que acreditar que eu iria fazer, ele tinha que achar que eu era "perfeita" que eu não deixaria "meu passado em pune" e então quando ele estivesse convencido disso eu simplesmente disporia meu triunfo, trocando a vítima do assassinato que com certeza aconteceria ali, ficaria claro que foi em legitima defesa e eu escaparia das garras da justiça, mas eu teria que tomar cuidado, se Ryan desconfiasse pelo menos por um instante seria a minha vida que estaria prestes a acabar naquele escritório. Eu vi as lágrimas de Julia, e seu olho que não estava inchado estava arregalado, percebia que ela tremia também, como eu podia ter colocado ela nessa situação? Ela havia me feito mal, mas aquilo passava dos limites. -Lizi seu tempo está se esgotando...- Ryan se mantinha firme em suas palavras e agora seria agora que eu deveria ser destemida, que eu deveria fazer uma escolha.