1. Cappuccino

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Sherlock Holmes era um garoto de 16 anos diferente dos adolescentes normais de hoje em dia. Em vez de ir à festas, sair com amigos ou namoradas preferia ficar trancado em seu quarto fazendo seus tão amados experimentos. Se auto nomeava um sociopata auto funcional e detestava ter que fazer contato humano, não se dava bem com as pessoas de qualquer forma.

Sua inteligência acima do normal o afastava dos outros, recebendo xingamentos como aberração ou até mesmo psicopata. Mas tudo isso era apenas palavras sem significados para ele; pelo menos era o que o garoto pensava, ou gostava de enganar a si mesmo.

Na parte da manhã, depois das sete horas, já estava sozinho em casa. Seu pai estava sempre viajando, por culpa de seu importante cargo no trabalho; sua mãe não trabalhava desde que ficou grávida, mas nunca ficava parada em casa (sempre estava saindo com as amigas ou sozinha); e por fim, seu irmão mais velho, Mycroft. Mycroft ocupava um pequeno cargo no governo britânico, mesmo que Sherlock falasse que ele era o governo britânico.

Se sentindo entediado sem nada interessante para fazer decidiu ir para a cafeteira (que aliás, também era uma pequena biblioteca) que sempre costumava passar depois das aulas; ou de manhã nos finais de semana e quando não tinha aula. Já que suas aulas iriam começar apenas no dia seguinte, seria ótimo passar um tempo relaxando.

Caminhou algumas quadras até chegar ao local. Entrou e viu o homem loiro que sempre via de manhã tomando um café e lendo livros de história. Ele era supreendentemente bonito, e pela aparência parecia ter no máximo vinte e quatro anos. Era só o que faltava; se apaixonar por um homem, mais velho ainda por cima. Mas obviamente aquilo não era amor. Sentimento é um defeito químico encontrado no lado frouxo do ser humano. Pelo menos pensava desse jeito.

Saindo de seus devaneios percebeu que ficou muito tempo encarado o homem que o mesmo começou a perceber e a olhar esquisito para Sherlock. Passou a mão de leve em seus cabelos provavelmente bagunçados, envergonhado, e foi fazer seu pedido.

— Olá. Cappuccino de novo? - perguntou a adorável atendente que sorria. Há um tempo estava tendo uma quedinha pelo garoto, era extremamente notável.

— Hm, sim. - resmungou Sherlock. Há um tempo havia percebido a paixonite desnecessária da atendente, e achava aquilo horrível. Não era como se garotas deixava-o alarmado; mas mesmo assim. Não conseguia se imaginar com algum outro ser humano.

Quando o cappuccino ficou pronto a atendente entregou para Sherlock e deu uma leve piscadinha seguindo de uma risada, o que fez Sherlock revirar os olhos e rapidamente se sentar no seu lugar de costume. Na mesa ao lado do homem loiro.

Tomou um gole de seu cappuccino
enquanto observava de leve o homem lendo seus livros de história. Se perguntava o porquê de tantos livros antigos; seria para alguma coisa para faculdade? Se é que ele ainda fazia uma. Sendo para faculdade ou não, era incrível como o loiro ficava atraente com toda sua concentração voltada aos livros. Estava como de costume; seus cabelos loiros levemente penteados, com alguns fios de sua franja caindo em seu rosto. Vestindo uma camisa social azul-bebê junto a uma calça preta e um sapato da mesma cor. Sem falar de seus óculos. Combinavam perfeitamente com seu rosto.

— Você está ouvindo? - uma voz não tão conhecida chegou até Sherlock enquanto o moreno voltava a realidade. Gelou quando percebeu quem estava falando.

— Sim, quer dizer nã–Sim? - Céus, como estava patético. Nunca se engasgou tanto em uma frase.

— Eu disse que você está derrubando seu cappuccino na mesa, - O homem loiro espiou um pouco em baixo da mesa - Aliás, acho que caiu um pouco na sua calça.

Sherlock ficou corado até as orelhas e rapidamente colocou o copo em cima da pequena mesa e pegou um guardanapo, passando de leve na sua perna para tentar pelo menos deixar a marca mais clara.

Por outro lado, o homem loiro tentava segurar a risada, falhando. Acabou caindo na gargalhada o que apenas deixou Sherlock ainda mais corado.

— Me desculpe, - disse parando de rir ajeitando seus óculos e olhando reto para o moreno que agora não sabia se saia correndo ou se cavava sua cova ali mesmo - Você é sempre assim?

— Assim? - perguntou franzindo a sobrancelha de leve, encarando os lindos olhos do loiro. Era uma mistura de várias coisas, e era bonito, igual a um oceano depois de uma tempestade.

— Desastrado, eu acho? - sorriu e Sherlock fez uma cara de confuso - Oh, me desculpe. Não quero te ofender apenas–

— Não, sem problemas. Talvez eu seja, pelo menos ninguém nunca me falou. - sussurrou suas últimas palavras olhando para seus sapatos.

— John, John Watson. - O loiro estendeu a mão para cumprimentá-lo, e assim fez.

— Sherlock Holmes. - respondeu sorrindo, ainda um pouco embaraçado.

E assim passaram a manhã, conversando sobre coisas relacionadas a história, já que John parecia ser fascinado com isso. Sherlock se sentiu bem pela primeira vez na vida conversando com alguém. Era diferente, podia sentir isso. Seria pela sua idade? Impossível. Se fosse assim, seu irmão Mycroft (que tem vinte e oito anos) não iria ser tão irritante e infantil. Idade é apenas um número, não faz o caráter ou a mente da pessoa.

Deixando isso de lado, Sherlock gostou de conversar com John. Foi uma conversa simples e interessante, conversando sobre assuntos do mesmo gênero.

Não podia se esquecer de agradecer ao Cappuccino depois.

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Apenas um pouquinho para vocês pegarem o gostinho c:
Also, é Bottomlock e um relacionamento Teacher x Student. Se não gosta, acho melhor não ler.

The Professor・Student!lockOnde histórias criam vida. Descubra agora