5. Relationships aren't so good

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Entediado por ficar trancado em seu quarto, Sherlock decidiu descer. Olhou no pequeno relógio em cima de seu criado mudo, que marcava 2h da tarde. Sua mãe já deve ter ido nos clubes que frequentava com suas amigas; e seu irmão devia estar trabalhando. Além do mais, estava quase na hora de se encontrar com John.

Na verdade, não era em um encontro, era apenas... Algo que ambos sempre faziam antes de se conhecer; iam até a cafeteria exatamente às 3h da tarde. A única diferença agora é que os dois se conheciam, o que facilitava as coisas, ou não. Provavelmente dificultava um pouco, pois agora o cacheado tinha o frequente medo de fazer alguma besteira - como ele sempre fazia.

Para Sherlock, isso era a coisa mais desastrosa do mundo. Se apaixonar por um homem um pouco mais velho que você, e que ainda por cima é seu professor de história. Quer dizer, se aquilo fosse amor. Sherlock entedia tudo e qualquer coisa, menos sentimentos. Os sentimentos dos outros eram até mais fácil de serem vistos e compreendidos, mas os seus próprios sentimentos... Não sabia nem por onde começar a observar e deduzir. Era demais para seu cérebro.

Desceu as escadas e viu um pequeno pote na mesa da cozinha. Aproximou-se do objeto, e viu um bilhete escrito:

Não deixe de comer, Sherlock!
Nem que seja um pedaço, eu te imploro.
-Mamãe

Suspirou, pegou o pote e o guardou na geladeira. Não iria comer aquilo de qualquer maneira. Não gostava de comer muito, comida atrapalhava e deixava seu raciocínio mais lento para as coisas. Talvez de noite comeria um pedaço, se desse vontade.

Dirigiu-se até a sala e pegou seu sobretudo preto, que estava jogado no sofá. Vestiu-o junto com seu cachecol azul escuro, que tanto adorava. Saiu de casa logo em seguida, rumo à cafeteria.

Chegou no estabelecimento em poucos minutos, adentrando no local e já fazendo seu pedido. Queria ir falar com John o mais rápido possível. Mas, o que deveria falar? Essa era uma de suas principais preocupações. De qualquer forma, inventaria algo na hora.

O pedido ficou pronto e a atendente o entregou para Sherlock, junto com uma piscadinha. O cacheado apenas murmurou algo e a ignorou, indo em direção à mesa em que John estava sentado.

Chegando, travou na frente da figura do homem loiro, que parecia estar entretido até demais nos livros para notar a presença de um Sherlock totalmente envergonhado.

— Joh– Sr. Watson - disse tentando manter a calma.

John reconheceu a voz e o cumprimentou com um sorriso, indicando para que se sentasse na cadeira a frente, e assim fez.

— Achei que você não iria vir. - disse arrumando um pouco os livros para que abrisse espaço na mesa. - E por favor, não precisa ser formal comigo fora da escola. Pode me chamar só de John, se quiser.

— Certo, John. - disse. - Então... Como é ser um professor? - Brilhante Sherlock, brilhante! Que ótima maneira de começar uma conversa. Da próxima vez, pergunte coisas idiotas como "Que número você calça?".

É bem interessante. É uma sensação incrível sentir que, de alguma forma, você ajudou um pouco a formar a mente de alguém. Mesmo a maioria dos alunos acharem que história é chata, ou até mesmo sem motivo para aprendê-la, eu adoro ler livros e ensinar os outros o que eu aprendi na faculdade. Talvez eu consiga mudar a opinião dos adolescentes sobre história, não sei. - riu - Além do mais, todas as salas que eu estou dando alunas parecem ser bem interessantes, principalmente a sua.

— Sim, é uma sala inesquecível. - disse com deboche na voz.

Antes que o loiro pudesse responder, seu celular começou a tocar. Demorou um pouco para tirá-lo do bolso, vendo o ID da chamada e atendendo provavelmente no décimo toque.

— Mary? - disse colocando a mão sobre o rosto, um tanto incomodado. Perguntava-se o que a loira queria agora.

Sherlock ficou pensativo enquanto John estava no telefone. Estava falando com uma garota, sem dúvidas. Mas o que Mary era? Sua mãe?, impossível, John não parecia estar tão alegre falando pelo telefone, então devia ser outra pessoa. Tia, prima, amiga ou... namorada. Confesso que o moreno ficou um pouco triste, chateado, quando esta ideia passou por sua mente.

— Mary, por favor, agora não. - disse murmurando para que não começasse a gritar com a loira pelo celular. - Conversamos de noite, estou ocupado. - e desligou o aparelho.

— Alguma amiga sua? - ousou em perguntar. Estava com medo da resposta, mas queria saber.

— Não, minha namorada. - suspirou - Sério, nunca tenha a sorte de namorar alguém. Relacionamentos só trazem problemas.

— Sim, claro. Não é como se eu quisesse um relacionamento mesmo. - disse com um breve sorriso. Ficou um pouco magoado com as palavras de seu professor, claro, mas o que poderia fazer? Ele tinha toda razão. Relacionamentos não são coisas boas. Se importar com os outros não é uma vantagem. O amor é uma desvantagem. Precisava entender isso logo, antes que fosse tarde de mais. Mas, dessa vez, ele não queria entender.

The Professor・Student!lockOnde histórias criam vida. Descubra agora