The Professor・Student!lock

21. I need to fix my mistakes

A sensação de ser ignorado completamente irritava o professor, por mais que a ideia fosse sua. Não poder conversar com o cacheado no intervalo, nem trocar um ou dois beijos escondido na troca de aulas era estranho; como se algo estivesse faltando ali, como se existisse um buraco entre os dois.

Sherlock apenas fez o que lhe foi mandado; se afastou um pouco, agindo como se nada tivesse acontecido. Não agia de forma infantil ou imatura, apenas agia como uma aluno normal. Se John fizesse alguma pergunta na aula, ele a responderia sem hesitar. Se John quisesse conversar depois da aula, ele conversaria sem hesitar também. Mas, sempre que notava um clima diferente entre os dois, ele sempre ia embora, com a mesma desculpa de que o irmão estava o esperando em casa.

Watson não culpava o aluno; realmente foi uma estupidez sua pedir um tempo para o relacionamento. Mesmo com isso, ainda existia aqueles sentimentos dentro de si, que o faziam ter vontade de beijar cada parte do aluno sem parar. Já havia perdido a conta de quantas vezes teve que se segurar para não puxar o jovem pelo braço e levá-lo até algum local escondido da escola, onde ninguém pudesse ver ou encontrar os dois.

Ele deveria contar a verdade. Deveria, de uma vez por todas, se desculpar - por tudo, desde o começo. - e contar aquele segredo irritante que atrapalhava o relacionamento de ambos. Deveria e iria; mas, não era assim tão simples, era? Definitivamente não era.

Watson se encontrou confuso, perguntando-se se deveria ou não bater na porta da casa. Quase três semanas já haviam passado e ele não aguentava mais ter que agir somente como um professor com o cacheado; era verdade, ele sentia saudades. Ele amava tanto o aluno que as coisas costumam ficar muito confusas a maior parte do tempo, e isso resultava em escolhas bobas vindo de sua parte.

Em um movimento repentino, bateu na porta de madeira, arrependendo-se logo em seguida. Antes que pudesse sair correndo de lá - como adolescentes imaturos faziam quando estavam pregando alguma peça. -, Mycroft abriu a porta, e sua expressão calma foi trocada por um olhar bravo, intimidante.

— Sherlock está? - perguntou sorrindo, torcendo para que o irmão mais velho do aluno não estivesse irritado ou qualquer coisa do tipo.

— Não acho que ele queira te ver, senhor Watson. - Mycroft disse, preste a fechar a porta quando John colocou seu pé na mesma, impedindo-o.

— Eu prometo que eu não vou fazer nada, se esse é o seu medo. - disse forçando um sorriso. Tinha que admitir; o irmão mais velho do aluno era assustador às vezes. Sentia que se falasse ou fizesse um movimento errado, tudo estaria perdido.

— Eu tenho certeza que não vai, senhor Watson. - disse irritado, revirando os olhos quando notou que o professor não iria sair de lá tão cedo, então apenas abriu a porta e gesticulou para que o mesmo entrasse de uma vez.

John agradeceu e, timidamente, entrou na sala de estar. O professor observava tudo atentamente, assustando-se quando Mycroft fechou a porta com raiva, fazendo um enorme barulho que ecoou pela sala.

— Ele está no quarto, segunda porta à esquerda. - cruzou os braços, continuando com a aparência seria. - Eu tenho certeza de que o senhor não irá fazer nada mas, se por algum acaso, você deixar meu irmãozinho mal de novo, eu juro que te faço se arrepender de ter vindo até aqui. - disse lentamente, com uma voz grave; Watson apenas engoliu seco, concordando com tudo. - Muito bem. Pode subir as escadas, estarei esperando os dois aqui em baixo! - sorriu, mudando seu tom de voz em segundos.

Watson concordou novamente, apressando-se para subir as escadas de uma vez. Quando chegou na porta do quarto do aluno, estremeceu; o que diabos ele estava fazendo ali, na casa do mesmo? Por que ele ainda tinha essa esperança de que poderia consertar as coisas, e que Sherlock sempre estaria ali, esperando por ele? Não acreditava que o aluno poderia ser tão bobo. Quer dizer, se o mesmo não quisesse mais nada, ele iria ter que entender e aceitar sem reclamar, afinal, quem estragou as coisas primeiro foi ele.