Quando Ivy Smith salta pela janela, desafiando-se a si mesma e tudo aquilo que sempre acreditou. Abandona a sua zona de conforto e dá um passo em direção ao desconhecido.
Eram seis da manhã, quando o meu turno encerrou. Sentia-me desgastada, ensonada e com alguma fome.
Desde da uma da manhã que nenhuma chamada nos chegava aos ouvidos. As seguinte cinco horas foram passadas no dormitório com a Savannah e com as equipas. O cansaço estava representado em cada rosto ali presente.
Acabei por me despedir do pessoal com intenções de ir para casa e descansar, até ao próximo turno. Meio da semana, final do terceiro dia de trabalho.
As chamadas eram leves, problemas simples e sem qualquer perigo de vida, no entanto eram frequentes.
Troquei de roupa, para umas calças e um hoodie, pois sentia-me gelada.
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Coloquei o telemóvel no bolso e com som, caso o meu pai me ligasse.
O facto de ter feito o turno da noite, resultou numa briga entre nós. A única solução que encontrei, foi sair de casa e deixá-lo a resmungar sozinho.
Estava com intenções de ir até ao hospital, mesmo sendo seis e meia da manhã.
O meu irmão passava a maior parte dos dias sozinho. Ainda não o tinha visto, há três dias que não conversava com ele, que não o via.
Começava a sentir o tão falado peso na consciência por não o ter feito.
Sai do quartel de bombeiros, após falar com o chefe e avisar que o meu turno havia chegado ao fim.
Caminhei até à praça dos táxis. O sol já começava a querer aparecer e a aquecer a ilha, o que me agradava bastante. Não conseguia perceber como eram capazes de andar sozinhos à noite na rua.
Ao avistar um táxi vago a passar por mim, abanei o abraço, de forma a captar a atenção do homem no interior.
O carro parou perto de mim.
Entrei nos bancos de trás, murmurei que o meu destino era o hospital e logo, estava a caminho do mesmo.
Tinha uma breve noção que a hora de visitas começava às onze.
Porém, não queria esperar até ás onze, portanto tinha em mente cometer uma infração e chegar ao quarto sem que ninguém desse pela minha presença.
Assim o fiz.
Percorri os corredores do hospital, com todo o cuidado para evitar levantar suspeitas.
Adentrei no quarto do meu irmão, no momento em que não havia ninguém no corredor. Nenhum movimento, era a altura perfeita para o fazer.
