Capítulo 6

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Eu te amo. A última frase que Regina ouviu de Charming. A frase que era capaz de destruí-la e que ao mesmo tempo, era um afago em seu coração. Ser amada era uma sensação que não fazia parte de sua vida. Ele a amava. Ela sabia disso, mas não poderia aceitar o amor e se entregar ao homem que era casado com sua pior inimiga. Ela tentou destruir a felicidade de Charming tantas vezes e agora que ela podia fazer parte e proporcionar esse sentimento a ele, ela simplesmente não conseguia. Só ela sabe a força que lhe foi necessária para não se entregar ao príncipe e sim, manda-lo embora. O amor que sentia por ele tinha que ser o suficiente para ela fazer a coisa certa. Ela queria que ele fosse feliz, mas achava que isso não aconteceria ao seu lado.

Foram incontáveis manhãs, tardes e noites com o pensamento em Charming. Nas palavras ditas por ele, nas sensações causadas por ele, nos sentimentos despertados por ele. Regina era uma mulher forte, mas se quebrava em milhões de pedaços quando o assunto era amor. E naquele momento, amor tinha ganhado um lindo rosto, um corpo esculpido, a voz mais sedutora, as mãos mais viris, a boca mais macia, o cabelo mais sedoso e os olhos azuis mais expressivos existentes. Enfim, amor era sinônimo de Charming para Regina.

***

No castelo, os pensamentos de Charming estavam em Regina. Ele não acreditou em uma palavra dita por ela. Ele sentia que ela o amava, mas por diversos motivos, não admitia e aceitava a possibilidade de viver e aproveitar esse sentimento. Ele não insistiu, mas não conseguia esquecer Regina. Ele tinha uma mulher, uma família, um reino para ser governado, e mesmo assim, sua mente estava na linda morena morando a uma distância dolorosa dele. Ele só conseguia pensar na pele branca, na cicatriz milimetricamente perfeita na boca carnuda, no corpo curvilíneo, na rouca e sexy voz. Seu pensamento tinha o nome, o rosto e o corpo de Regina.

***

Semanas depois


A família Charming estava reunida no castelo para o café da manhã. A refeição estava sendo feita em total silêncio. O casamento de Snow e Charming não estava no melhor momento. Por mais que ele tentasse, o príncipe não conseguia esquecer Regina e esconder seus sentimentos não era a tarefa mais fácil do mundo.

Depois de alguns minutos e olhares suspeitos, Henry quebrou o silêncio.

– Snow, eu estava conversando com a minha mãe ontem e nós dois concordamos em uma coisa.

– O quê? – Snow perguntou confusa.

– Bem, nós já estamos na Floresta Encantada há mais de um mês e bem, é que... nós achamos que... – o menino começou a gaguejar e Emma tomou a frente da situação.

– Nós achamos que o teste da Regina já pode acabar. – Emma disse sem pestanejar, e virando o olhar para Charming que se engasgava com o café – Tudo bem com você, pai?

– Tudo. Eu só... me engasguei. Só isso. Continue – ele disse tentando disfarçar seu nervosismo. É claro que não estava tudo bem. Ele ainda amava Regina e a possibilidade de vê-la todos os dias, sem poder abraçá-la, beijá-la e tocá-la, o assombrava.

– Bem, é isso. Regina provou que mudou. Eu conversei com a Granny e ela me disse que está impressionada com o comportamento da Regina. Ela está trabalhando sem reclamar e desenvolveu uma ótima relação com todos da vila. Portanto, acho que esse teste pode acabar e ela pode se mudar para o castelo. O que vocês acham? – Emma perguntou, olhando na direção de seus pais.

– Eu ainda tenho minhas dúvidas... Eu não consigo acreditar na veracidade dessa nova Regina. E você, querido? – Snow perguntou ao seu marido.

– Por mim, tudo bem. Eu acredito nela. – Charming disse com sinceridade.

– Vamos lá Snow! Você sabe que ela está diferente. Deixe-a vir morar conosco. Por favor... – Henry implorou à avó.

Evil CharmingOnde histórias criam vida. Descubra agora