O dia errado

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Eu nunca levei muito jeito com garotas, mas sempre me senti muito seguro ao lado da Carla. Nós estávamos passando muito tempo juntos e eu acabei percebendo que não dava mais para enrolar. Então, aproveitei o show dos Lumberjacks para oficializar nosso namoro.

No começo, achei que tinha escolhido a data perfeita para fazer isso. Afinal de contas, estávamos celebrando o retorno da banda que tocou naquele mesmo palco no dia em que nos conhecemos. Por alguns instantes, tudo estava perfeito mesmo.

Foi como se aquela galera toda tivesse desaparecido, deixando apenas Carla e eu. Não pensávamos em mais nada, não sentíamos mais nada e não ouvíamos mais nada. Quando finalmente escutei a gritaria, só tive tempo de abraçar minha namorada para protegê-la de uma garrafa que havia sido atirada em nossa direção.

Nos abrigamos atrás do balcão de bebidas e observamos o Presley ser tomado pelo caos. Eu nunca tinha visto tanta gente brigando ao mesmo tempo. Para onde quer que olhássemos, encontrávamos pessoas se batendo, garotas fugindo e até alguns coitados gritando de dor enquanto tentavam estancar o sangramento de suas feridas.

Já estava na cara que os três seguranças contratados para o show não estavam dando conta do recado, então tratamos de sair do Presley o mais rápido possível.

Enquanto todos se aglomeravam nas saídas de emergência, Carla e eu escapamos da confusão pela área restrita aos funcionários.

Do lado de fora do bar, o clima continuava tenso.

As sirenes das ambulâncias e das viaturas da polícia traziam um pouco de esperança para todos.Mas, pelo jeito, precisaríamos da ajuda dos bombeiros também.

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