O início de tudo

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O pior de tudo é que eu não consigo deixar de me considerar o culpado dessa tragédia toda. Se eu tivesse mantido a calma, as coisas teriam sido diferentes.

O problema é que todo mundo tem limites, sabe? Eu consegui ignorar as primeiras três vezes que aqueles idiotas quiseram me zoar, me chamando de gatinha e gostosa, mas perdi a paciência depois que um deles apertou a minha bunda.

Apesar da minha aparência dizer o contrário, eu ainda tinha a força de um homem comum. Tudo o que fiz foi torcer um pouco o braço daquele panaca e dizer que era melhor que ele se afastasse e me deixasse assistir ao show dos Lumberjacks em paz.

Pena que esta advertência não foi o suficiente. O cara apertou os peitos da minha amiga Bia para "saber se eram de verdade". Nós partimos para cima dele, os amigos dele partiram para cima de nós e todo mundo partiu para cima de todo mundo.

Os seguranças também estavam apanhando, mas continuavam tentando separar as brigas e levar o máximo de pessoas para fora. Um deles me agarrou pelos braços e me arrastou até a saída.

Quando finalmente consegui me levantar, não consegui acreditar na quantidade de gente ferida que havia naquele lugar. A maioria tinha sofrido apenas alguns arranhões, mas estavam todos muito assustados.

Comecei a procurar a Bia para saber se ela estava bem, mas não a encontrava em lugar nenhum. E foi justamente nesta hora que notei que o interior do Presley estava pegando fogo.

Os bombeiros foram chamados imediatamente e os policiais começaram a nos afastar do local. Tivemos que nos acomodar em um terreno vazio e esperar que os paramédicos nos examinassem.

Eu estava perfeitamente bem. Só queria saber onde estava a Bia.   

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