Capítulo 4 - 25%

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Enquanto isso, no reino de Gárgula, durante a noite, Gremos apresentou os quartos aos jovens. Alexander colocou a mão na maçaneta e abriu-a. Nunca vi uma coisa tão bela, pensou Alexander maravilhado. Havia uma cama tão grande que Alexander jurava ser de casal, mas Gremos insistiu que era uma cama de solteiro segundo os padrões de uma nobreza. Uma lareira construída com blocos de tijolo se erguia do outro lado. Uma gigantesca estante preenchida de livros novos cobria outra parede. Um lustre magnífico de ouro e diamante com velas novinhas em folha prontas para serem acesas pendurava-se no centro do quarto. Ao lado da cama, havia uma bancada feita da madeira mais brilhosa e de maior qualidade de todo planeta Light Font.

– Aqui será onde vocês ficaram até que a profecia se conclua. Contudo se caso quiserem ficar até depois... – Falou Gremos gesticulando com as mãos. – Serão bem–vindos.

Alexander olhou para todos os lados do quarto. Sabia que ele ficaria ali por um bom tempo. Era de se imaginar que ficaria, pois para derrotar uma treva, com toda certeza do mundo, teria que passar por um longo e duro treinamento. Ou então, seria esmagado tão facilmente quanto uma barata é ao pisa-la.

– Amanhã o guarda Nexus irá leva-los para um treinamento... – Gremos pensativo entrelaçou os dedos. – Melhor dizendo, uma aula sobre armas.

– Por que aula? – Questionou Alexander sem olhar para Gremos. Estava fascinado demais com o quarto e perdido em memórias. Vou honrar o meu pai, pensou Alexander consigo mesmo.

– Um bom guerreiro tem que ser preparado tanto fisicamente quanto logicamente e psicologicamente. – Disse o Sacerdote colocando a mão na maçaneta.

– Entendi... – Compreendeu Alexander bocejando e olhando para a cama que parecia gritar em sua mente para que se deitasse nela.

– Aproveite o quarto enquanto apresento ao restante os quartos deles. – Disse Gremos fechando a porta.

As chamas se balançando e o tronco seminovo colocado para queimar trouxe as lembranças mais fortes de seu pai. Sentiu saudades dos abraços que ele lhe dava. Sentiu saudades dos carinhos da mãe. Sentiu saudade de tudo o que era bom em sua vida. Caminhou até a cama deixando uma lágrima escorrer pela sua bochecha. Alexander se jogou na cama deixando que o colchão macio se modulasse em sua costa. A sensação era tão boa que Alexander nem mesmo percebeu seus olhos fechando até adormecer por completo.

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Naquela noite, Alexander sonhou com uma enorme cortina de fumaça negra cobrindo sua visão para todas as direções que olhava. O chão tremia e algo monstruoso dava risadas estrondosas. Ele sentiu medo, mas não sabia pra onde correr. Além disso, nem mesmo conseguia se mover. Parecia um tipo de paralisia muito forte que apenas atingia seus pés, mãos e boca. Em certo momento, um enorme frio que chegava a queimar a pele ergueu-se do chão como se alguma outra coisa estivesse acompanhando-o. Os olhos de Alexander se encheram de lágrimas de medo. Quando olhou para cima, através da pouca luz que passava pela cortina de fumaça negra, via-se a sombra de duas asas preenchidas de penas negras batendo com força. Mas o sonho de Alexander não durou por muito tempo. ♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠♠

Alexander acordou assustado e com um guarda balançando-o de um lado para o outro rapidamente para que ele acordasse. Ele estava tão atordoado do sonho que demorou escutar o que o guarda estava gritando.

– ACORDE CADELA! – Gritou Nexus se afastando quando percebeu que havia conseguido finalmente despertado ele.

Alexander sonolento esfregou os olhos. Mal conseguia manter eles abertos por causa da luminosidade das velas que, provavelmente, um servo devia ter acendido durante a madrugada.

Gárgula - O destino começaOnde histórias criam vida. Descubra agora