Capítulo 6 - 25%

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Gustavo analisou calmamente a fechadura. Passou a mão por todo contorno e sentiu o material na qual ela era feita, e disse:

– Eu posso tentar abri-lo com um encantamento, mas não irei prometer nada. Essa fechadura parece ter sido enfeitiçada. – Disse Gustavo olhando para Alexander.

– Enfeitiçada? – Questionou Alexander espantado.

– Eu não sei afirmar se sim ou não, mas eu sinto que há uma presença magica muito forte nesse alçapão. – Respondeu Gustavo.

Gustavo juntou as mãos acima do umbigo, fechou os olhos e começou a entoar um cântico antigo e desconhecido aos ouvidos de seus amigos. A canção se alternava de vibrante para lenta. De súbito, a fechadura explodiu assustando todo o restante. Gustavo se limitou a abrir os olhos e sorrir de orgulho por ter quebrado aquele encantamento.

– Vamos? – Perguntou sinalizando para eles descer. Gustavo foi o último.

No final da escadaria, uma porta de ferro estava semiaberta. Alexander a empurrou calmamente abrindo-a. Quatro estátuas de ouro se posicionavam em cada canto do quarto. A estatua do norte sentava-se em um trono de ferro e as outras eram feitas de madeira. Alexander e os outros entraram lentamente admirados pela beleza delas. A iluminação do cômodo se dava por tochas presas na parede. Quando Gustavo deu o primeiro passo para dentro do salão, parou repentinamente como se algo tivesse chamado a sua atenção. Alexander foi o único que percebeu a parada abrupta de Gustavo. Aproximou-se dele colocando a mão em seu ombro.

– O que houve? – Questionou Alexander preocupado.

Gustavo olhou para ele como se houvesse recuperado uma memória perdida a muito tempo. Mas na verdade estava com a mente confusa por alguma razão. Quando sua respiração tornou-se trêmula como se estivesse assustado, empurrou Alexander para dentro do salão e, depois, pulou junto. A porta fechou-se com uma batida forte e estrondosa. As chamas das tochas sacudiam-se freneticamente até apagarem-se completamente, porém, não havia vento para aquilo acontecer.

– O que é isso? – Gritou Alexander na escuridão.

Antes que Gustavo respondesse, as estátuas abriram os olhos iluminando toda a sala. Depois, elas viraram as cabeças para eles ressoando o atrito da pedra. Uma voz rouca ecoou como trovão na sala.

– O que fazem em meu recinto? – A voz entrou nos ouvidos de Marcos causando irritação.

Angélica olhou para a silhueta de seu namorado que se formava pela pouca luz que ali estava presente. Caminhou lentamente até ele e agarrou seu braço sentindo-se finalmente segura. O amor que sentia por Gustavo transcendia reinos inteiros. A magia, quando ambos estavam juntos, se tornava uma energia de tamanho poder que até Gremos sentia medo do que eles podiam ser capazes de fazer. Nexus pouco se importava com aquele poder.

– Como você sabia? – Perguntou Angélica olhando dentro dos olhos perdidos de Gustavo.

– Tinha alguma coisa lançando feitiços na porta. E eu pude sentir – Respondeu ele sussurrando e colocou a mão na bochecha de Angélica.

Os olhos de ambos se encontraram em um sentimento vivo e forte. Mas, subitamente, os olhos de Gustavo se esbulharam surpresos com alguma coisa. Quando Angélica ia questionar o que havia acontecido, ele colocou dois dedos pedindo educadamente e mutuamente pra que ela permanece em silêncio.

– SILENCIO! – Gritou a voz tremendo o chão com tamanha força que ela possuía.

– O QUE E VOCÊ? – Gritou Marcos de volta e sentindo-se irado.

Gárgula - O destino começaOnde histórias criam vida. Descubra agora