Capítulo 2 - Profecia

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Gremos andava de um lado para o outro impaciente esperando os soldados que tinha convocado. Estava ficando cada vez mais sem paciência. Sentou-se em seu sofá e começou a bater o dedo no couro verde do sofá enquanto esperava eles chegarem. Olhou para as labaredas da lareira e fez elas se balançarem freneticamente com a magia dele. Acomodou–se entediado no sofá olhando para o teto.

Gremos era um velho de 78 anos com barba e cabelo bem curto. Sempre estava usando uma túnica. Eram túnicas sempre bem caras por sinal, feitas com linho de maior qualidade e tecido pelas mãos mais habilidosas. Afinal ele é o sacerdote mais cofiado do reino e o amigo mais próximo do rei. Logo, para Gremos ter a intimidade do rei misterioso, precisava ser muito seguro.

Gremos balançou a cabeça de um lado para o outro e tentou imaginar o motivo dos guardas estarem demorando tanto. Depois de alguns minutos, eles finalmente entraram com rapidez dentro do quarto de Gremos. Levantou-se e disse contente:

– SOLDADOS! Eu necessito que vocês encontrem quatro adolescentes que moram na área leste de Gárgula. Eles moram na vila de Wourtefill. Para encontra-los devem ir até a Escola Gárgula de Wourtefill.

– Mas que jovens, meu senhor? – Questionou Nexus, um dos maiores soldados de Gárgula e também de alta confiança do rei e de Gremos.

– Marcos, Bruno, Gustavo e Alexander. Eles moram na vila de Wourtefill na área leste. Pelo menos foi isso que a profecia disse – Mencionou o Sacerdote com orgulho de conseguir traduzi-lo.

– Vocês conseguiram traduzir o pergaminho? – Perguntou Nexus surpreso com aquele fato.

– Finalmente conseguimos meu caro. Comunicarei ao rei sobre isso. – Respondeu Gremos. – Mas agora vão em busca dos escolhidos.

– Mas e se caso não encontrarmos eles? – Perguntou um soldado qualquer no meio de vários outros. Um total insignificante aos olhos de Gremos.

Gremos refletiu sobre a pergunta dele e chegou a uma conclusão:

– O destino vai se encaminhar de responder sua pergunta, meu jovem. – Respondeu Gremos com nada menos que melancolia em sua voz.

Os soldados desceram correndo pelas escadas com uma velocidade abrupta. Todos os servos do castelo ficaram olhando a tropa passando por eles. Saíram do castelo e caminharam até o estábulo para pegar os cavalos. Subiram neles e começaram a trotar pela estrada que levava para a área leste de Gárgula. Antes passaram pela área de treinamento dos arqueiros. Todos que estavam treinando naquele momento pararam para olhar a frota trotando para algum lugar. Era muito difícil ver a tropa sem que não houvesse nenhum aviso de participação do reino em guerras. Nexus tinha o cavalo mais forte e era o único cavalo branco dentre eles. O cavalo mais rápido de todos. Quando chegaram à estrada, Nexus fez um comando para que ele corresse mais rápido com a rédea e gritava palavras para o cavalo acelerar, e logo estava avançando com muita velocidade abrindo metros de distância entre o restante dos soldados.

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Enquanto isso, na área leste de Gárgula, os escolhidos estavam rindo entre si sobre alguma coisa que Gustavo havia falado. Alexander estava entediado e mal riu junto com os outros. Apenas virou os olhos e respirou fundo de tédio da piadinha de Gustavo. Bruno olhou curioso para Alexander quando percebeu seu suspiro. Ele era o mais observador entre os quatro.

– Está tudo bem, Alexander? – Pergunta Bruno impulsivamente sem ter medo de ter feito uma pergunta boba.

Alexander tentou esconder o tédio num sorriso por mais que Bruno percebesse que ele estava apenas disfarçando.

Gárgula - O destino começaOnde histórias criam vida. Descubra agora