Gárgula - O destino começa

Capítulo 4 - 100%

Depois de muitas tentativas de vestirem as armaduras, desceram correndo pelas escadas do castelo enquanto vários servos os olhavam sem reconhecê-los. Mestres de cavalos, trabalhadores pagos, sacerdotes e sacerdotisas em aprendizado, magos com a função de proteger o castelo e vários outros servos do rei. Correram até a fonte d'água onde Nexus estava os esperando.

– Chegamos! – Disse Alexander ofegante. Apoiou as mãos nos joelhos respirando profundamente.

– É mesmo, cadela? Se você não tivesse falado, eu nunca iria saber. – Ironizou Nexus. – Tirem as armaduras agora.

– O que? Você fez tudo isso atoa? – Indagou Marcos não conseguindo deixar a raiva escapar de sua voz.

– Essa é a única maneira das cadelas aprenderem alguma coisa. – Ironizou Nexus encarando Marcos assim que percebeu a raiva dele.

– Cadela... Ele vai ver quem é cadela! – Murmurou Alexander fazendo o menor som possível para que ele não escutasse, mas Nexus ouviu. Estendeu um sorriso sarcástico por todo seu rosto deixando Alexander mais enfurecido ainda. Semicerrou os punhos, porém, manteve-se paciente.

– Vamos para o campo de treinamento. Tenho algumas surpresas para vocês. – Disse Nexus sinalizando para que eles andassem.

Nexus fez questão se andar perto de Alexander avaliando-o como um grande inimigo. A forma rígida e fria do tenente mostrava sua capacidade de liderar qualquer soldado. Um grande homem forte como uma gigantesca pedra. E, na mente de Bruno, assim deveria ser um tenente, pois, quando o capitão não estivesse, era ele quem liderava o exercito. Porém, Bruno desejou saber o passado daquele homem pra ter sua alma tão firme e pesada.

O campo de treinamento ficava posicionado atrás do castelo. Uma área de areia com os mais diversos objetos. Alvos, arcos e flechas, bonecos giratórios de panos e uma diversidade de outras armas para treinamento. Contudo, a área de treinamento era dividida em três partes principais. A região dos guerreiros, dos arqueiros e dos magos. Nexus levou-os até a região dos arqueiros onde quatro baús estavam à espera deles. Baús feitos a partir de ouro e madeira. Os mais belos que os jovens já viram em todas as suas vidas.

– Estava observando detalhes da sua personalidade. Alexander você é bruto como uma espada, mas tem traços de um grande líder. – Disse Nexus limpando a areia de cima de um dos baús. Alexander permaneceu em silêncio tentando entender o que ele queria dizer com "bruto".

Nexus agarrou a borda da tampa do baú e o abriu enquanto rugia. O interior dele era forrado com o mais belo pano com espuma vermelha. Alexander aproximou-se curioso com o que poderia ter dentro dele e viu uma grande espada dentro de uma bainha do couro mais brilhoso e negro que já havia visto em toda a sua vida. Nexus agarrou o cabo negro da espada e, antes de entrega-la a Alexander, apreciou os detalhes dela como se os melhores ferreiros tivessem gastado todos os seus tempos nela. Q

– É a sua! Pegue–a. – Ordenou Nexus girando a espada na mão de forma que a bainha ficasse em sua mão para que Alexander puder pegar o cabo.

– Minha? Como assim? – Questionou Alexander espantado.

– Sua! – Repetiu Nexus impaciente. – Você é surdo agora? – Ironizou Nexus numa tentativa de provocar ele.

Alexander, sem responder as provocações de Nexus, agarrou o cabo da espada deixando-a cair pelo peso. Não acreditava que todo aquele peso poderia estar contido em uma arma. Imaginava ser mais leve, pois os grandes guerreiros sempre golpeavam rapidamente e dava a entender que a espada possuía uma leveza como a de uma nuvem. Mas estava enganado. Agachou-se e apanhou novamente a espada sentindo seus músculos doerem imediatamente.