dá um sorriso

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–Como assim "o que significa isso"? -perguntei, tirando minhas mãos dos ombros de Matth, pelo desconforto que os olhares de Connor estavam me causando.

–É...bem, é que... -tentou Connor, se enrolando todo ao perceber que estava tendo um ataque de ciúmes ou algo parecido.

–Desembucha Connor, qual foi a da pergunta desnecessária mano. -insistiu Matth, que também se sentiu desconfortável com aquilo.

–Bom...É que...Ah, você aí desse jeito com a London, acho que a Savannah não está gostando muito disso. -disse e virou o olhar para ela.

–E me explica o que a Savannah tem a ver comigo e com a London, cara? -continuou.

–Ué, talvez porque ela seja a sua namorada.

Arregalei os olhos, tomando um triste choque de realidade. Dei um disfarçado passo para trás, me afastando de Matth.

–Não London, quê isso. -disse, me puxando de volta para perto. -Ah, olha aí a causadora de tudo isso. -afirmou Matth ao ver Savannah se aproximando.

-Eu sei que eu causo, Matth, não precisa me dizer querido. -disse cheia de sarcasmo parando em nossa frente.

–Qual é Savannah, eu já disse pra você que nós não temos mais nada e que você tem que parar de espalhar pra todo mundo que estamos juntos.

–Ah Matth, Matth, Matth, isso é o que você diz, mas eu tenho certeza de que é só da boca pra fora, por isso quero me assegurar de que todos saibam que você ainda está comigo sabe, pra evitar chateações e ainda mais dúvidas nessa sua cabecinha tão ocupada. -afirmou ela.

–Acho que já deu a minha hora. -disse quase que como um sussurro de tão baixo, virando-me de costas.

–E eu tenho certeza de que já deu mesmo! -exclamou Savannah.

-Savannah! -exclamou Matth chamando sua atenção. –Espera aí London, eu te levo no meu carro, é arriscado você sair andando sozinha essa hora, já está escurecendo. - ofereceu Matth.

Após ouvir aquilo, olhei para baixo para tentar disfarçar a cara de plena felicidade do meu rosto, por ele estar se importando comigo e falando algo isso pra mim bem na frente dela. Mas não queria parecer desesperada, então virei-me novamente para recusar:

–Acho melhor não Matth, meu pai não iria gostar nada que eu chegasse em casa de carro, com um garoto que ele nem conhece.

–Não tem problema nenhum, eu te acompanho andando então. -ofereceu.

–Tá maluco, você tem carro pra que? Não posso fazer isso com você, ainda por cima você deve estar super cansado, pra ter que andar seis quarteirões até a minha casa.

–Ela tem razão gatinho, e também, você sempre me leva pra casa depois do treino, ia mesmo me abandonar sozinha? -questionou Savannah, se intrometendo na conversa.

–É Matth, leva a Sav no seu carro como sempre, deixa que eu acompanho a London até a casa dela, já que eu não estou podendo nem olhar pro meu carro depois das minhas notas. Não vai ser nenhum sacrifício pra mim dar uma caminhada. - ofereceu Connor, também se intrometendo.

Matth não parecia estar muito contente com aquelas propostas, gosto de achar que era porque eu também não estava nem um pouco satisfeita com o rumo que o fim do nosso dia tinha tomado. Mas mesmo assim, ele me perguntou se tinha algum problema pra mim e eu, querendo dizer que "sim, respondi que "não", que estava tudo bem e que ele podia ir, morrendo por dentro pra que ele fosse comigo.

Ele me deu um abraço de despedida que me derreteu completamente no meio daqueles músculos e daquela pele macia e quentinha, que vontade de não sair dali nunca mais...

-Até amanhã, se cuida. -cochichou me apertando um tantinho mais, no meio do abraço.

-Você também e vê se descansa. -disse ao fim do abraço, me soltando lentamente e me afastando.

-Vamos logo Matth! -pediu Savannah, revirando os olhos ao me olhar.

E mesmo com tudo, infelizmente no fim das contas Savannah ainda saiu ganhando, quando puxou Matth pela mão e eles entraram no carro juntos. Fiquei ali parada por um momento, vendo o carro ficar cada vez mais distante, com o reflexo dele no retrovisor, olhando para mim.

–Então, vamos indo? -perguntou Connor, me acordando da hipnose em que o Matth me deixava toda vez que chegava perto de mim.

–Tá, claro, vamos. -respondi.

Nós não falamos praticamente nada durante todo o percurso, eu andava olhando para frente e para meus pés, enquanto ele olhava para mim. Aquela situação estava estranha e no fundo eu sentia vontade de rir de mim mesma, por terminar o dia daquela forma depois de tudo que havia rolado. Eu poderia estar naquele carro, mas recusei por pura burrice. O que Dakota diria? Talvez Abby me desse um tapa.

–Me desculpa por ter sido um pouco inconveniente hoje. -soltou ele, quebrando o gelo.

Eu sinceramente quis dizer "um pouco, tem certeza? Você estragou tudo, minha vontade agora é de te jogar no meio da rua quando o próximo carro passar, por ter deixado a Savannah sair por cima de novo, que ódio que eu estou de você Connor!" Mas como sempre, eu não disse nada disso, não tinha essa coragem.

–Tá tudo bem, Connor.

–Tá tudo bem mesmo? É que você não parece estar nada feliz de estar aqui comigo agora.

–Não, não é isso, eu só estou um pouco cansada, quero chegar logo em casa. -afirmei.

-Tomara que seja só isso. Eu odiaria que você parasse de falar comigo de novo.

-São águas passadas, não quero relembrar. Gosto de pensar que você é um Connor completamente diferente daquele antigo Connor.

-Eu sou, eu estou tentando melhorar, prometo pra você que aquele Connor não habita mais em mim.

-Eu acredito em você. -afirmei, olhando-o brevemente e continuando a caminhar logo em seguida.

–Então dá um sorriso! Só assim eu vou acreditar que é só cansaço mesmo e que você acredita em mim. -insistiu.

–Connor para. -pedi tentando me manter sería.

–Vai, dá um sorriso London, só um! -continuou a pedir.

Sorri de lado, só pra ele parar com aquilo.

–Não, sorriso assim falso não vale, quero ver um daqueles que só você sabe dar, um sorriso daqueles seus que são capazes de iluminar até um dia de neblina! -disse ele, começando a me fazer cosquinhas e me dar cutucões na barriga.

–Para, ah, para com isso seu doido! -falei, quase sem conseguir, pois era sensível demais e estava gargalhando enquanto ele me tocava.

Tentando me desviar de suas mãos e ele tentando me fazer rir ainda mais. Isso terminou com seus braços ao meu redor, em um momento que pisei em falso, seus olhos estavam vidrados nos meus, e quando me dei conta seu rosto estava tão próximo do meu que...

A garota mais incrível da cidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora