vou até tirar uma foto

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Sua mão veio por trás do meu pescoço, trazendo minha boca até a sua, encostando-as. Eu não tinha reação para aquilo, foi tudo tão rápido que não soube como agir. Minha boca estava colada na dele, nossas respirações estavam em compasso, e então ele beijou meu lábio inferior lentamente, quando tive um estalo de realidade e desviei o rosto.

-Connor o que você tá fazendo? -perguntei, soltando-me de seus braços, agitada.

-Nossa, London me desculpa, eu não faço ideia do que estava se passando pela minha cabeça pra fazer isso. Eu agi completamente por impulso. -explicou-se.

-Você não podia ter feito isso Connor. Me dá licença, eu preciso ficar sozinha. -disse seguindo em frente.

-Espera por favor, me deixa pelo menos te levar até sua casa, não é seguro você andar sozinha nesse deserto. -pediu, insistindo.

-Não precisa mais, acho que eu tenho a plena capacidade de atravessar a rua sozinha. -informei apontando em direção a minha casa, que estava próxima.

-London, por favor não me diz que vai deixar isso atrapalhar a gente, atrapalhar isso que nós estamos construindo e que tá tão bacana. Por favor, não fica com raiva de mim por causa disso, por favor, estávamos nos dando tão bem de novo.

-Pois é Connor, estávamos nos dando muito bem mesmo, mas como amigos, e você confundiu as coisas. Entende, eu não quero que passe disso. -alertei, sendo rígida pois o momento pedia.

-Me desculpa de verdade, eu realmente não sei o que deu em mim, mas por favor, não me deixa no escuro. Não volta a me ignorar mais uma vez, mesmo com tudo que eu já te fiz, me dá mais uma chance.

-Não não não, não toca nesse assunto, eu não quero relembrar essas coisas. -disse referindo-me a nosso passado complicado.

-Eu não vou mais falar disso, por favor me perdoa vai, não vou fazer nada que você não quiser que eu faça. -continuou a insistir.

Revirei os olhos ainda com raiva, mas tentei ser compreensiva, só quepra mim, aquele Connor legal e amigo que ele vinha sendo, acabara de perder vários pontos comigo, e seria difícil continuar me aproximando da forma como eu estava. No fundo, por mais que eu quisesse acreditar nele, ainda sentia medo de aquele Connor inconsequente, cheio de si e egoísta, ainda estar ali dentro em algum lugar, pronto pra sair a qualquer hora.

Olhei para ele daquele jeito, me pedindo desculpas como um cd riscado que só repetia um verso da música, e resolvi relevar, em agradecimento aos maravilhosos momentos que ele havia me proporcionado naquele dia com Matth, afinal foi ele quem me convidou para ver o bendito jogo, e querendo ou não, nossa aproximação não foi totalmente sincera da minha parte, haviam segundas intenções escondidas.

Pra quebrar o gelo daquele clima estranho e ruim de "fiz besteira e não sei como me redimir", me aproximei dele rapidamente dando um beijo em sua bochecha.

-Ainda existe esperança! -exclamou ele.

-Ah cala essa boca! -disse e logo em seguida atravessei a rua correndo para entrar em casa.

-Boa noite London Clark, eu não vou te decepcionar! -gritou bem alto.

-Tá maluco? Vai pra casa garoto! -respondi, entrando.

Já era tarde da noite, estava sozinha no meu quarto, e comecei a refletir, pensando em tudo que tinha acontecido mais cedo: o Matth me deu atenção de uma forma que eu nunca imaginaria, e me fez sentir tão especial, agiu de uma forma tão fofa. E além do mais, o que foi aquela cena com o Connor? O que foi aquele beijo?

Estava me questionando se em algum momento eu tinha dado motivos pra ele achar que tinha liberdade pra fazer aquilo, eu fiquei me perguntando se era possível que ele estivesse gostando de mim. Acho que isso nunca iria acontecer, eu não sou o tipo dele, não sou loira, não tenho corpo de líder de torcida, nenhum vestígio de bronzeado, eu sou a London, a branquela, a sem sal, a magrela, como ele mesmo costumava me chamar. Em que planeta o Connor se interessaria por mim? Seria no mesmo planeta em que ele queria me beijar?

A garota mais incrível da cidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora