Nono Capítulo
POV Leo
Deixei a Clary em casa e segui para a minha. Enquanto caminhava pelas ruas frias, contemplava as estrelas no céu.
Ao chegar à porta de casa, retiro as chaves do bolso só que estas escapam-me da mão, caindo no chão. Agacho-me para as apanhar quando oiço a porta abrir, levanto-me e... É o meu primo, Nick.Nick: Então priminho, tudo bem?
Eu: Nick! Que fazes aqui?
Digo entrando na sala.
Nick: Como assim? A tua mãe não te contou?
Aceno em negação.
Nick: Então... É melhor te sentares!
Eu: Porquê?
Nick: Senta-te apenas.
Sem dizer mais nada sento-me no sofá, seguido por ele que acabava de fechar a porta da rua. Ao se sentar a meu lado, ele baixa a cabeça soltando um suspiro. Consigo reparar numa lágrima a ser solta, escorrendo pela sua face.
Nick: O que eu te vou dizer não é fácil, Leo. Nada fácil. Mas... Aqui vai! Numa tarde, os meus pais decidiram viajar os dois para estarem mais tempo juntos. Fui eu que os incentivei. Eles concordaram, arrumaram as malas e puseram-se no carro para passar o fim de semana no Douro. Infelizmente, a caminho do que parecia ser o ' paraíso', tudo acabou por se tornar um pesadelo. O meu pai deixou escapar o carro do seu controlo. O veículo deles acabou por cair numa falésia. O meu pai teve morte imediata, enquanto a minha mãe foi encaminhada para o hospital mais próximo. Lá, foram feitos os possíveis para a salvar, mas sem sucesso.
O que começou por ser uma lágrima, tornou-se num mar de lamentos e tristeza. Eu estava completamente em choque, não acreditava que tinha perdido os meus tios e a minha mãe nem se tinha dado ao trabalho de querer saber. Pior, talvez soubesse e nem me tivesse contado.
Nick: Tudo ocorreu no dia 2 de novembro, o pior dia da minha vida... A culpa é toda minha, Leo. Porque é que eu os incentivei a fazerem a porcaria da viagem.
Eu: Nick, a culpa não é tua... Não é.
O meu rosto, tal como o dele, estavam completamente preenchidos pelas nossas lágrimas. Mas, apesar de tudo, eu tinha de saber ainda uma coisa.
Eu: Nick, eu sei que se calhar vou parecer ingrato mas eu preciso de saber uma coisa. A minha mãe sabia disto?
Disse enquanto limpava a cara. Ele levantou o rosto e limitou-se a responder ' Óbvio que sabia'... Enquanto eu e o meu primo sofriamos, ela andava a viajar.
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Ruivinha Dos Meus Olhos
Ficção AdolescenteClarissa, uma rapariga de 15 anos, apaixonada pela representação, sofre de bullying na escola. Para suportar a dor de ser desprezada por todos, esta refugia-se na sua grande paixão, a representação. O seu único e melhor amigo, Leo, apoia-a muito sen...