O Pequeno Príncipe

505 32 13
                                    



ROSE


Durante meus dezesseis anos de vida, uma das coisas que eu mais tinha certeza era de que meu pai ama dormir. E uma das provas de que ele ama minha mãe era perder madrugadas de sono para cuidar de Hugo e eu.

Alguns flashes de meu pai me contando histórias e me dando lente quente costumavam invadir minha mente de vez em quando. Assim como memórias dele cuidando de Hugo.

Mas agora, nessa minha inusitada fase, as memórias pareciam pipocar de cinco em cinco segundos. Simplesmente, pelo fato de que depois de colocá-lo cuidadosamente em minha cama e praticamente engolido o jantar com medo de deixá-lo sozinho no dormitório, Scorpius continuava dormindo. E eu achava impossível ele acordar do sono gostoso que estava tendo. Ledo engano.

Enquanto Chloe Lovegood e eu estávamos debruçadas sobre livros de DCAT para o trabalho da próxima semana, Alvo e James jogavam xadrez de bruxo e Lily e Hugo conversavam com alguns amigos mais afastados, os passinhos de Scorpius desceram as escadas adentrando o Salão Comunal. Assim que o vi arrastando os pezinhos e esfregando os olhos, larguei os pergaminhos e a pena correndo até ele.

- Algum problema, meu bem? - Perguntei e ele esticou os bracinhos a fim de que eu o segurasse no colo. Assim o fiz.

- Tô com fome, Rosie. - Choramingou.

Uma onda de culpa me fez fazer uma careta.

Droga, como sou irresponsável!

- Vou até a cozinha, com certeza os elfos lhe darão algo para comer. - Já estava bem tarde, mas duvido que algum deles negaria algo para uma Weasley-Granger.

- Posso brincar? - A atenção de Scorpius se desviou para Alvo e James e meus primos prontamente assentiram. Alvo tirou Scorpius de meus braços o colocando sentadinho ao seu lado.

- Vou com você. - Chloe se levantou. - Amanhã podemos terminar isso. - Apontou para os livros e olhou encantada para o pequeno. Assenti e seguimos para fora da Torre. - Ele é uma gracinha!

- Sim, ele é. - Sorri.

- Pena que em todas as vezes que fui a sua casa, nunca o vi por lá. - Chloe comentou.

Mordi o lábio inferior, meio culpada. Chloe era filha de tia Luna, uma amiga tão íntima da minha família e minha também, e não estava confortável mentindo para ela.

- Sabe de uma coisa, Chloe...

E eu contei toda a verdade. Desde a escapada da aula até a estante de vira-tempo despencando.

- Minha nossa! - Os olhos incrivelmente azuis de Chloe se arregalaram. - Deve estar sendo muito...diferente, Rosie.

- Nem me diga. - Suspirei. Der repente, me sobressaltei com um barulho vindo do final do corredor.

- O que foi isso?!

Olhei para todos os lados, apressando o passo em direção ao ruído.

- Não faço ideia. - Chloe me seguiu, também assustada.

Encontramos uma armadura torta, com o braço caído no chão.

- Deve ter sido madame Nor-r-ra. Aquela gata parece ter vinte e uma vidas.

- Parece um trabalho muito grande para uma gata - respondi, desconfiada. - parece que a pessoa que derrubou isso não queria ser vista. Pude jurar que ouvi passos apressados. - Der repente, entrei em pânico. - Ah, não! - Arfei. - E se alguém ouviu tudo que eu te contei, Chloe!?

Meu Pequeno Amor 2 - Segunda GeraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora