Aula de Poções

495 36 12
                                    


SCORPIUS


Alvo, o menino que era primo da Rose, me levou para dentro de uma sala escura, cheia de fumaça e com cheiros esquisitos. Tinha um montão de gente lá, sentada, parecendo esperar alguém.

Ele botou três banquinhos na frente de uma mesa. Depois, olhou pra mim, parecendo segurar pra não rir.

- Tudo bem, Scorpius. Vem cá – ele levantou os braços na minha direção. Cheguei perto dele, e Alvo me levantou pra cima, me botando em um dos bancos e, logo depois, sentando em outro.

- O que vamos fazer aqui, Alvo?

Ele fungou, fazendo uma coisa engraçada com os olhos.

- Na teoria? Nada útil – tossiu baixinho, rindo – mas esta é nossa aula de Poções.

- Poções – repeti, pensativo. Já tomara algumas em casa, mas nunca tinha visto como fazer uma. Devia ser legal.

Ouvi passos atrás de mim, e virei para trás, vendo Rose chegar, engasgada, até a mesa em que a gente estava.

- Demorou – Alvo bufou, afastando-se para Rose sentar ao meu lado – por que Hugo te barrou lá atrás?

Rose me olhou assustada, apesar de fazer carinho em meus cabelos. A mão dela era macia, como um travesseiro de penas.

- Ele quis... se desculpar – ela suspirou, fazendo a mesma coisa que Alvo tinha feito com os olhos – quer ajudar... também.

Alvo batucou os dedos na mesa.

- Não fez mais que a obrigação. Cara, ás vezes é assustador como Hugo me lembra o tio Rony. Os dois são tão impulsivos...

- Falando em impulsividade – Rose falou, virando a cabeça para Alvo – obrigada.

- O que? Por lembrar Belmore da verme que ela é? – ele riu – não foi nada, priminha. É bom, de vez em quando, botar aquela criaturinha nojenta no lugar que lhe cabe. Pena que não consigo lembrar que feitiço usei, ou eu poderia pensar em aprimorá-lo... em vez de cabelo, fazer cair aquele peito inflado dela.

- Alvo! – Rose tapou meus ouvidos, a boca travada para não gargalhar – prefiro assim... ou você gostou da detenção que recebeu?

- Ah, pare, Rosie. Tirar tripas de sapo das mesas da sala de Poções por duas semanas? Já vi castigos piores.

Ele indicou um livro em sua mochila enquanto falava. Rose pareceu entender, mas eu não.

Tudo aquilo era muito estranho. Castigos? Aulas de Poções? E um monte de gente que não era parente, junta no mesmo lugar?

Ainda não tinha a menor idéia do por que estava ali. Era muita coisa estranha acontecendo.

Rose me olhou, e pareceu perceber minha cara confusa.

Ela segurou meu rostinho, piscando, como se estivesse com medo.

- Eu sei que tudo parece estranho, Scorpius. Deve estar com muitas dúvidas – Rose segurou minha mão – eu prometo que vou explicar tudo quando puder, está bem? Lembra do que eu disse? Que ia cuidar de você? – fiz que sim com a cabeça – então, é o que vou fazer. Nada de ruim vai acontecer com você aqui.

Vi que ela não estava convencida do que estava falando.

Olhando pra Rose, tive certeza que, qualquer que fosse o motivo, ela sabia o que era melhor pra mim. Sabia, agora, que podia confiar nela.

Meu Pequeno Amor 2 - Segunda GeraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora