The A Team (fanfic portuguesa-5sos)

I

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TRAILER EM CIMA
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2020 (presente):

"Eu quero saber tudo, desde o início." Diz a mulher sentada à minha frente, com autoridade.

A este ponto não tenho nada a perder. A verdade é o que me resta. É a única coisa que nos pode safar.

"Ok, mas antes de te dizer o meu nome, tenho de te contar a minha história."

Tudo começou em '96, quando os meus pais decidiram que era boa ideia eu nascer. A partir daí existi, outro ser humano. Ou como na minha família, outro ser humano inútil.

Falemos da minha família por um pouco.

O que é que eu posso dizer sobre eles?

Eles são o meu inferno personalizado. Na verdade eles são a razão pela qual esta história começou. A razão pela qual eu fui pelo "caminho do pecado", como muitos dizem.

Ao menos, devo-lhes isso.

Para a minha família, eu sou um génio.

Mas para o mundo, sou tudo menos um génio.

A razão é simples pela qual a minha família e o mundo me vêm de maneira diferente, a minha família é tudo menos inteligente.

No grupo de pessoas a qual sou obrigada a chamar família um 10 é razão de celebração, por isso quando eu tiro 16 ou 18,celebram e chamam-me de génio.

Se soa que me estou a queixar, isso é porque estou. Devido a esta complicação do "génio", a minha família acha que eu ficarei perfeitamente bem sozinha e que não preciso de ajuda ou do apoio deles e isso é horrível.

Sempre que me sinto mal ou sinto que preciso de falar com alguém, eles ignoram-me e dizem que eu não preciso da ajuda de ninguém. Se sou assim tão inteligente, então consigo resolver os meus problemas. E, acreditem ou não, eu ouço essas palavras constantemente.

Esta coisa do "génio" estaria bem comigo se eu fosse na verdade um génio.

Como podes imaginar, as notas que eu tenho não são suficientes, toda a gente quer tirar 19 e 20. E, por causa disso, eu não me sinto preenchida ou confiante da minha inteligência e odeio falar sobre isso, seja com quem for, família, amigos ou desconhecidos.

Mas, mudemos de assunto. Falemos dos meus amigos.

Eles fazem-me sentir miserável, para além de não compreenderem os meus princípios e as minhas crenças, eles fazem-me sentir como se fosse a pessoa mais burra de sempre e, como a minha família, eles ignoram o meu lado sensível.

Toda a gente assume que eu não preciso de apoio emocional. Na maioria das vezes, não preciso, mas há aquelas vezes em que simplesmente quero que alguém me abrace e me diga que tudo ficará bem.

Foleiro, não é?

Mas essa, impressionantemente, é uma das razões mais importantes pela qual estou aqui hoje e que vivo a vida que vivo.

Retrocedamos um pouco, para quando tudo isto começou: a altura em que só havia uma parede preta alta pela qual eu estava preparada de me atirar.

2014 (Passado):

"Mãe, onde é que estão os meus sapatos?" Eu berro pela casa.

Mas claro, ela não me ouve. Por isso procuro-a até a encontrar na cozinha e repito a pergunta.