When the sun goes down.

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"Quem é aquela garota ali?
Eu me pergunto o que deu errado
Que ela teve que vagar pelas ruas
Ela não aceita grande cartões de crédito
E eu dúvido que ela dê recibo
Tudo não é muito legítimo"

     Me encontro no lugar desprezível e horrendo que eu chamo de trabalho pela terceira vez na semana, estou encostada num Sedan 2010  esperando o dono do veículo chegar para poder fazer minha oferta de serviço noturno. Minha companheira de trabalho já conseguiu um cliente e eu ainda estou aqui plantada esperando há mais de 40 minutos, devia ter ficado com o cara da Harley Davidson.
      Avisto alguém se aproximar e fico em pé tentando me equilibrar no salto agulha de couro preto que estava usando. Ajeito meu vestido e sorrio falsamente para o homem de porte cansado e um pouco mais velho do que provavelmene deveria ser, ele carrega uma pasta em uma das mãos e a outra segura uma chave de carro que provavelmene seria o calhambeque que eu estava apoiando as costas a alguns segundos atrás.
- Boa noite, querido. - falo me aproximando com graciosidade. - Deseja alguma companhia para hoje à noite?
    O homem hesita em responder mas logo em seguida diz:
- Desculpa docinho, sou casado.
- Sem problemas, não sou ciumenta. - sorrio mais ainda.
Ele finge achar graça da piada e vai até a porta do carro para abri-la. Paro ao lado do senhor e coloco minha mão em seu ombro.
- Tem certeza de que não quer sentir prazer mesmo que seja uma vez no ano? - sussurro em seu ouvido. - Garanto que não vai se arrepender...
    Vejo através do vidro escuro do veículo ele arregalar os olhos e então perguntar:
- Quanto é?
- Depende do que deseja. - me posiciono atrás dele e passo a mão no interior de sua coxa. Ai como eu odeio sentir prazer em fazer isso.
- E o que a senhorita não faz? - ele se arrepia.
- Não beijo e nem libero a traseira. - respondo.
- Quanto custa uma noite na cama? Serviço completo?
- Dois mil reais. - arranho sua nuca com as minhas unhas recentemente pintadas de vermelho.
- Isso tudo? - ele se assusta.
- Quer um test-drive pra saber se vale a pena? - envolvo sua ereção com a minha mão livre.
- Bem que eu gostaria...
- Seria R$500, gatinho. Em dinheiro se não for encômodo.
    Sinto seu membro aumentar de tamanho enquanto sussurro aquelas palavras usando uma voz sensual e aveludada, o homem abre o carro e me joga para dentro dele. Fico de bruços deitada em cima dos dois bancos da frente com o freio de mão esfregando de leve na minha intimidade.
    O dono do carro entra e senta em cima das minhas pernas, me imobilizando. Merda, o que esse filho da puta vai fazer?  Sinto ele passar as mãos pelas minhas coxas até chegarem na minha bunda, ele a aperta de leve e então diz:
- Pago agora ou depois?
- Agora. - respondo em seco com medo do que ele poderia fazer a seguir.
    Ele tira uma das mãos do meu traseiro e retira a carteira do bolso da sua calça social, pega algumas notas de cem e me entrega, eu enfio as mesmas dentro do meu sutiã e falo:
- O senhor pode sair de cima de mim pra que eu possa fazer o meu trabalho?
    Ele se levanta e eu saio do carro, percebo o seu semblante de confuso e então eu sorrio colocando um dedo no seu ombro, empurro-o de leve para que ele deite sobre os dois bancos e subo no seu colo colocando as minhas pernas uma de cada lado da sua cintura.
    Fecho a porta atrás de mim e começo a abrir o zíper do meu vestido preto, tiro-o ficando apenas de lingerie de renda vermelho.
- Qual o seu nome querido? - me abaixo aproximando meus seios ao rosto do senhor.
- Phill. - ele engole em seco observando meu decote. -  E o seu docinho?
- Alice. - começo a tirar a sua blusa polo quando uma mão me impede.
- Pode tirar o sutiã por favor? - Phill diz.
- Isso é um test-drive bebê. Se me quer nua vou precisar de mais R$1.500.
- O.k... - ele pisca e deixa a cabeça cair para trás.
    Termino de retirar sua camisa e olho um peitoral muito bem definido para a idade que ele aparentava ter, passo o meu dedo indicador pelo seu abdomên até chegar no cinto que prendia a sua calça, solto a ferrilha e abaixo meu rosto até o cinto para puxa-lo com a boca. Jogo o acessório para o banco de trás e abro o primeiro botão da calça, puxo o ziper pra baixo e o seu membro salta para fora mostrando um volume aceitável, sua cueca cinza da Calvin Klein parece que vai rasgar a qualquer segundo.
- Que belo pacote temos aqui, Phill. - agarro-o com as duas mãos.
    Ouço um gemido rouco vir dele e sorrio, começo a massagear seu pênis vagarosamente com movimentos de vai e vem, Phill geme mais alto mandando eu continuar e eu acelero o processo parando segundos antes dele atingir o ápice. O homem me olha com desdém e eu então digo:
- Não vou te deixar gozar tão fácil assim. - e sento minha intimidade em cima do pênis dele. Solto um gemido precioso e sinto sua ereção crescer ainda mais por baixo da cueca.
- Ah, Alice! - ele geme.
- Isso geme pra mim, baby. - e começo a rebolar em cima do seu pau.
    Meus gemidos eram abafados pelos de Phill que eram muito mais altos que os meus, eu arranhava de leve o seu tórax e gritava seu nome de vez em quando para aumentar o ego do cliente.
    Ele agarrou a minha bunda como se fosse o seu bote salva vidas e começou a me movimentar mais rapidamente para frente e pra trás. Isso vai deixar marcas.
- Ph...Phill, oh, Phill! - eu estava começando a ficar molhada.
- Eu... vou gozar. - ouço-o dizer.
    E com esse aviso eu paro de mexer minha cintura e saio de cima dele. Pego o meu vestido e visto-o, quando estou prestes a sair do carro, Phill me interrompe:
- Mas o que é isso?
- Seu test-drive. - e saio.
                                    (...)
    Já estava no quinto cliente da noite, prestes a terminar o serviço que o Sr.Jakov havia me pago. Eu sinto o seu membro dentro de mim entrando e saindo com estocadas rápidas, estou de quatro em uma cama de motel me segurando com todas as forças no lençol vermelho de seda e mordendo o meu lábio inferior para evitar gemidos muito altos.
- Oh, baby!  - o homem atrás de mim geme enquanto tem o seu segundo orgasmo. - Você é muito gostosa!
    Sinto um tapa estalar na minha bunda e uma carga elétrica atravessa meu corpo, ah não, acabo de gozar. Deito de bruços na cama e solto o ar que estava prendendo.
- Mais uma rodada? - Sr.Jakov começa a sair de dentro de mim, ele retira a camisinha e faz um nó nela jogando-a cuidadosamente na latinha de lixo em cima da cabeceira.
- Isso custaria mais R$2.000, docinho. - começo a procurar a minha roupa, visto minha lingerie e me direciono a grande janela que cobria uma parede inteira.
    Observo os carros e pessoas se movimentarem nas ruas, nunca havia percebido essa paisagem urbana de noite, era tão linda. Deve ser porque você passou o tempo todo trepando, minha consciência pesa. Durante todas as vezes que vim para cá com o Sr.Jakov nem havia percebido que havia uma janela nessa suíte.
- Você fica linda a luz do luar. - ouço-o dizer.
    Viro meu torso - para ver o dono daquela voz grossa melhor - e sorrio com todos os dentes para ele.
- Obrigado pela transa.
- É e sempre será um prazer atende-lo Sr.Jakov. - tento soar simpática.
    Visto o meu vestido e calço o meu par de saltos preferido, me direciono até a porta e olho uma última vez para o homem sentado na cama.
- Bonsoir, Sr.Jakov.
    E saio do cômodo.
    Chego no final do corredor e encontro com uma senhora, ela sorri diretamente para mim e eu paro ao seu lado, aguardo o elevador chegar e entro no mesmo.
- A noite foi boa? - a velha me cutuca na cintura.
    Sorrio para ela e aceno com a cabeça, sua altura era média e a corcunda que ela tem nas costas era perceptível, o canto dos seus olhos tinham pés de galinha provavelmente porque foi uma mulher muito feliz a algumas décadas atrás, quem dera eu tivesse metade da felicidade que ela teve. O elevador chega no seu destino e eu saio dele, o saguão do motel era luxuoso, possuía colunas de mármore e a mesa da recepção tinha quinas folheadas a ouro. Enquanto atravessava o lugar eu conseguia ouvir os baques surdos que o meu salto fazia no piso de algum tipo de pedra branca que não conseguia lembrar o nome no momento.
    Quando cheguei na calçada chamei um táxi que parou alguns segundos depois na minha frente. Entrei no mesmo e dei o endereço de onde desejava ir, encostei minha cabeça no vidro e observei os faróis dos carros passarem rapidamente pelo veículo onde eu estava.
Deus, eu preciso sair desse emprego.​

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