It's something I know you can't do
Separate sex with emotion
I sleep alone, the sun comes up
You're still clinging to that notion .- Mas eaí você transou com ele? - Angel perguntou depois de eu contar a minha odisséia dessa semana.
Depois de eu tê-la encontrado no corredor, nós fomos para o quarto dela. Angel era uma das pessoas que mais me ajudaram a me ajustar aqui, acabamos virando amigas de longa data e quando saí da boate acabamos não tendo muitos meios de comunicação. Além de ser uma funcionária de confiança do Chefe, ela também era a mais velha do alojamento com seus vinte e sete anos. O nome verdadeiro da Angel é Beatriz e só o mais próximos sabem disso, pois não é aconselhável compartilhar informações pessoais aqui na boate.
- Claro que não. - olhei para as minhas mãos. - Mas bem que eu queria.
- Ah, então ele era bonito! - ela deu um tapa na minha coxa de um jeito brincalhão.
- Sim. Ele era muito bonito.
- Ai amiga, você tem que ver esse Will de novo. - ela se jogou na cama d'água e bufou. - Quem dera eu encontrasse alguém assim.
Deitei do lado dela e encarei o teto. Quem dera eu fosse igual a ela que consegue se apegar. Viro meu rosto para ela e sorrio, Angel solta uma risada contagiante e eu a acompanho. Já são quase 17h30 e ainda não nos arrumamos para o show. Me levanto e pego minha bolsa com a lingerie.
- Ei pra onde você vai?
- Já tá quase na hora de abrir a boate e a gente tá aqui rindo e falando sobre homens. - respondi revirando os olhos.
- E quem liga pra isso?! - ela gesticulou com as mãos. - Você some por quase um ano e aparece só pra substituir a Carmen, e nem pra me avisar presta. Se atrasarmos uns 10 minutos ninguém vai perceber.
Penso por alguns segundos, não quero arranjar encrenca com o Chefe mas o que a Angel diz é verdade. Não nos vimos muito nesse último ano e seria muita perda de tempo eu vir aqui e não ficar um pouco com a minha melhor amiga. Largo a bolsa no chão e volto a me deitar ao lado da Angel, ela me abraça e ficamos assim por um tempo até alguém bater na porta.
- Quem é? - A pessoa do meu lado grita.
- Se arrumem logo. - uma voz feminina disse e depois foi embora.
- Não enche Charlie! - Angel respondeu.
- Acho melhor a gente se arrumar mesmo Angie. - repreendi.
- Ok. - ela se dá por derrotada e levanta da cama.
Pego a bolsa de volta e saio do quarto para dar mais privacidade a minha amiga. Vou para o banheiro no final do corredor e encontro algumas meninas tomando banho, como o toalete é para todos os empregados aqui da boate nós acabamos dividindo os boxes. Encontro um box sem ninguém usando e entro nele. Coloco a bolsa no chão e tiro a minha roupa sem pressa, pego a lingerie recém-comprada e a visto, a calcinha ficou levemente grande na parte de trás mas como vai ser retirada logo eu acabei não me importando.
Guardo as minhas vestes, ponho a bolsa em um armário e saio do banheiro, vou até o salão ainda vazio e vejo uma fila sendo formada no fundo. Isso é novo. Percebo que Angel está lá também e paro ao lado dela.
- O que está acontecendo? - sussurro.
- Temos um cliente especial hoje e ele pediu todas as garotas de programa da boate para avaliar cada uma. - ela respondeu.
Fico um pouco desconfiada, ajeito meu cabelo e respiro fundo, hoje eu tenho que ganhar uma grana. A porta da entrada se abre e apenas um homem entra. O Chefe sai em disparada para acompanhá-lo e o traz até nós. O cliente parecia jovem, tinha um cabelo rebelde de cor castanha e várias tatuagens pelos braços, alguns anéis compunham a sua mão esquerda e o que mais me chamou atenção foram seus olhos, que pararam exatamente em mim. Mas deve ter sido apenas coincidência já que eu era a última da fila.
- Qual o seu nome? - ele perguntou com uma voz rouca.
- Genebra.
O homem me inspecionou de cima para baixo e vice-versa, então deu um passo para o lado e fez o mesmo com a pessoa do lado. Ele esfregava as palmas da mão uma na outra enquanto passava pelas meninas. De vez em quando mordia os lábios e lançava um olhar para mim e para Angel, já estava começando a ficar um pouco desconfortável com tanto suspense mas faltava apenas três garotas para a fila acabar.
- E então? Qual o senhor deseja? - o Chefe questionou.
- Aquelas duas no final e essa aqui. - ele apontou para mim e minha amiga enquanto encarava Julieta com olhos famintos. - O resto saia.
Rolei os olhos e fiquei parada no meu lugar, observando as não-escolhidas entrarem no corredor. Victoria passou por mim e me lançou um olhar voraz, eu apenas dei de ombros e me virei para Angel. Ela estava um pouco nervosa, estalando os dedos e encarando o chão.
- Está tudo bem? - sussurrei passando a mão no seu braço de leve.
- Que? - ela saiu do devaneio e se virou para mim. - Está sim. - e então fingiu um sorriso.
Ignoro a falsa expressão dela e volto a fitar a parede azul iluminada pelas luzes vermelhas, o Sr.Cliente Especial colocou os braços para trás e agora estava vindo em minha direção. Ele lança um sorriso maroto para Angel e crava os seus olhos em mim. Começo a ficar inquieta, esse homem certamente me deixa desconfortável.
- Como hoje eu tenho dinheiro apenas para uma noite, uma mulher e um quarto. Vocês devem me impressionar para eu decidir qual que irei contratar. - O jovem argumentou.
- E como você quer que façamos isso? - engoli em seco e falei.
- Dançando. - e lançou um sorriso, dessa vez para mim.
- E quanto o senhor vai pagar? - Angel perguntou.
Dessa vez o Chefe interferiu a conversa:
- Como ele já pagou a minha parte, a escolhida ficará com o preço que o Sr.Elbe achar viável pagar.
- Eu irei pagar depois do serviço feito. - o homem interrompeu.
Nem fudendo.
Quero o dinheiro na minha mão antes, docinho.
As pontas dos meus dedos começaram a formigar, mas não posso dispensar um desafio não é mesmo?
- Então, - ele junta as palmas fazendo um eco pelo salão. - quem vai ser a primeira?
O Sr.Elbe vai até uma cadeira largada em um canto do alojamento e se senta, uma mão no braço de madeira envelhecida da mesma e a outra passando o dedo indicador no lábio inferior. Angel dá um passo á frente e abre um pouco as pernas, uma música de fundo começa a tocar. Não sei se é da minha cabeça ou é realmente o que estou ouvindo, mas por algum motivo o início da canção parecia as batidas do meu coração.
A voz do Alex Turner reverberava no meu estômago criando borboletas dentro da minha barriga. Angie estava dançando muito bem, ela sabia exatamente onde botar as mãos, quando mexer no cabelo, o momento certo para rebolar e que cara fazer a cada estrofe da música. Até eu estava querendo agarrá-la e comê-la naquele chão mesmo. A pontada embaixo do meu umbigo estava começando a ficar cada vez mais forte enquanto eu via Angie se movimentar e eu não conseguia evitar de olhar.
O ultimo acorde do baixo sinalizou que a canção havia acabado, antes de eu dar um passo a frente, Julieta já estava quase sentando no colo do homem. Vasculhei o salão silenciosamente procurando pelo Chefe, mas parecia que ele já havia voltado para o escritório. Retornei meu olhar para a garota da vez e a melodia era reconhecível, mas só quando chegou no refrão que eu me lembrei. Era Ghost Town do Adam Lambert, a batida é contagiante mas a agitação da Julieta já estava ficando exagerada. Parecia que tava recebendo um santo de tanto jogar a cabeça para frente e pra trás.
O Sr.Elbe fez um gesto para parar a música e o DJ obedeceu. A sua mão passou levemente na parte interna da coxa e depois voltou para o braço da cadeira. Julieta um pouco abalada, retornou para o lugar onde estava antes e agora era minha vez. Eu tinha uma canção em mente, então fui até o balcão onde estava o DJ e sussurrei no seu ouvido:
- Earned it.
Voltei para o centro do salão arrastando uma cadeira, coloquei-a exatamente na frente do homem com as costas dela viradas para ele e me sentei de pernas abertas. Me apoiei e mexi meu pescoço dando pequenos estalos. Quando o The Weeknd começou a cantar, eu fechei meus olhos e passei a mão direita pela minha clavícula até a parte de cima dos meus seios. A outra mão agarrava a base da cadeira.
- Cause girl you're perfect. - ouvi o homem a minha frente sussurrar de acordo com a letra. Deixei um sorriso escapar e continuei encenando.
Levantei do assento e fui até o bar. Meus pés se moviam conforme a música, durante o caminho eu passava as mãos pelo corpo e lançava alguns olhares para o cliente, quando cheguei no balcão de mármore, peguei uma cerveja Long Neck vazia e voltei para frente do Sr.Elbe. As suas pernas estavam abertas então aproveitei e coloquei a garrafa entre elas com os meus dedos envolvendo o pescoço da garrafa como se fosse o membro dele.
Sem encostar no jovem, deslizei minha mão pelo frasco e dei um selinho na boca do vidro. Me afasto e deixo a garrafa onde a pus, fico de costas para ele e seguro as costas da cadeira. Passo meus dedos pela lateral da minha perna até os meus pés deixando uma visão ampla da minha traseira para o Sr.Elbe, já estava me entediando do ritmo então levantei o braço e fiz um gesto para a música parar. Sentei no assento novamente e ouvi a respiração ofegante do homem. Soltei um pequeno riso e olhei nos olhos dele.
- Todas as três foram muito bem. - ele disse me fitando. - Julieta já pode ir embora.
A ruiva saiu em passos largos e xingando alguns palavrões, saí da frente do cliente e voltei para o lado de Angel. Ela estava meio cabisbaixa, tentei anima-la dando um apertinho na parte debaixo da sua bunda mas parece que não adiantou. O cliente se levantou e passou a mão pelo banco onde eu estava sentada, os olhos dele passavam de mim para a moça ao meu lado e vice-versa. Quando parou na nossa frente ele ofereceu o braço para mim e disse:
- Aceita ser minha companheira para esta noite?
Olhei para Angel, os olhos delas estavam arregalados e encarando o chão, ela deve conhecer esse cara.
Mas que merda Beatriz. Revirei os olhos e cruzei os braços. Levantei meu queixo e respondi:
- Não.Eaaaaaai galerows, tudo bom com vcs? Já deixei esse capítulo prontinho semana passada pra não rolar mais atrasos (por enquanto rsss). Espero que tenham gostado e tô aceitando comentarios e criticas construtivas sobre a história. Beijao mamae ama vcs.
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Diário de Alice
RomansaVício (do latim victium, que significa falha ou efeito[1] ) é um hábito repetitivo que degenera ou causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem. Ela não quer saber de nada. Ela é furacão, tempestade e terremoto, tudo ao mesmo tempo. T...