XXXI - 1° dia de ano novo

276 23 0
                                    

Eu estava literalmente de ressaca. O pior é que eu não me lembro de ter tomado muito champanhe, mas o meu estômago não estava de bom humor.

- Amor, você não vai levantar? - Ryan insistia, pelo que parece já havia passado a hora do almoço

- Não. - resmunguei

- Você está bem?

- Ressaca.

- Você bebeu tanto assim? - ele franziu o cenho

- Não muito. Fica aqui comigo?

- Sim amor. Mas depois você vai levantar para comer um pouco.

- Sim amor. - concordei e ele se deitou atrás de mim, me envolvendo com seus braços

Se alguém perguntasse qual é o melhor lugar do mundo para mim, eu diria o abraço do Ryan. Não há lugar, desde que minha mãe morreu, que eu me sinta mais amada e segura. Ela com certeza teria gostado dele e o aprovado.

- No que você está pensando amor? - Ryan perguntou, me tirando dos meus pensamentos

- Queria que minha mãe tivesse te conhecido. - falei - Ela adoraria você.

- E com certeza eu adoraria ela também. Aliás, eu tenho uma dívida eterna com a sua mãe por ter criado a mulher da minha vida. - ele disse de um jeito fofo e me deu um selinho

Adormeci mais um pouco aquecendo e aconchegando meu corpo no de Ryan.

Não sei ao certo quanto tempo dormi, sei que acordei com o barulho da minha barriga roncando, ou melhor, reclamando de fome.

- Acho que alguém já sentiu o cheiro da comida. - ouvi a voz de Ryan

Abri os olhos devagar e vi ele entrando no quarto com uma bandeja na mão e Heitor ao lado dele com uma jarra de suco e copos.

- Viemos fazer piquenique na sua cama mamãe.

- E sem bagunça, não é Heitor? - Ryan questionou

- Sim papai.

Ajudei-os a arrumar a bandeja entre nós com os nossos copos. Cada um pegou o seu prato e comeu com ele no colo.

Estava divertido comendo com eles de um jeito mais descontraído. Só era ruim quase não podermos nos mexer para não correr o risco do suco virar na cama.

Demorei para terminar o meu almoço já que, apesar da fome, meu estômago ainda estava de mau humor.

Felizmente, Ryan deu-se por satisfeito quando eu devolvi o meu prato praticamente vazio, salvo por umas duas colheradas.

- Vamos assistir filme? - Heitor pediu bastante animado

- É uma boa ideia. Será que conseguimos tirar sua mãe dessa cama?

Os dois se entreolharam e sorriram como quem está prestes a aprontar.

- Cosquinha! - gritaram antes de me atacar

Eu não me aguentava de tanto rir. Mal conseguia forças para gritar pedindo que eles parassem. Para minha sorte, fomos interrompidos por Enzo batendo na porta.

- Pai?

- Oi filho. Pode entrar.

Enzo entrou e nos viu brincando na cama.

- A assistente social está aqui.

Ryan me olhou surpreso.

- No primeiro dia do ano? - perguntei, perplexa

- Estou pressentindo uma boa notícia. - Ryan pulou da cama e ajeitou a sua roupa antes de sair

Enzo o seguiu. Heitor e eu demos uma arrumada na cama antes de sairmos também atrás deles.

Dama de BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora