Dama de Branco

I - Noiva

Oiii, vamos começar em grande estilo?

Aproveitem
T.C

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Ryan já estava morando em casa a alguns dias.

Fazia questão de me encantar cada vez mais e nossa relação só melhorava.

Ele era carinhoso, prestativo, calmo e lindo, enfim, perfeito!

Retomamos nossa rotina habitual. Eu no colégio e ele no trabalho.

Meu horário de aula é na parte da manhã, à tarde vou à GASA ou passo na construção. Fico algum tempo sozinha no início da noite até Ryan chegar. Seu expediente imendava manhã e tarde e às vezes ficava de plantão.

Mas a casa nunca ficava sozinha. Minha tia e a filha sempre estavam por perto. E, com a recuperação do meu pai, ele estava mais presente.

Costumeiramente, tomávamos café da manhã todos juntos.

Depois Ryan deixava minha prima e eu no colégio, meu pai na construção o orfanato onde o colocamos como auxiliar de pedreiro; e só então, partia para o hospital.

Na sexta a noite, no fim do expediente, ele me ligou com urgência.

- Anjo vou ter que viajar.

- O quê? Por que amor?

- É uma emergência. Depois eu te conto melhor, mas amanhã chego cedo e passo o dia com você. Está bem?

- Sim amor. Toma cuidado.

- Vou tomar. Te amo!

- Tambem te amo Ryan.

Não gostei dessa subita viagem. Queria Ryan aqui comigo, mas é o trabalho dele e eu não posso argumentar.

O dia se foi e o sábado chegou.

Dormi inquieta e acordei me sentindo pertubada. A noite sem Ryan havia sido estranha.

Tomei um banho gelado para despertar e coloquei um vestidinho creme.

- Bom dia tia. - disse entrando na cozinha

- Bom dia menina. Dormiu bem?

- Não. - fiz biquinho

- Já se acostumou com Ryan na cama, não é?

- Sim tia.

- Oh menina! - disse me abraçando - Ele já está chegando!

- Ele ligou? - estranhei

- Sim e você estava dormindo. Pediu para eu comprar algumas coisas para comermos.

Olhei para a bancada. Havia pães doce, uma bengala de queijo, presunto, queijo, alface, tomate e sucos.

- Nossa tia. Isso é comida para um batalhão!

Ela ia responder, mas foi interrompida pelo barulho da porta.

- Amor? - ouvi Ryan

Corri para a sala e só encontrei uma mulher estranha de meia idade. O cabelo loiro preso em um rabo de cavalo, calça jeans e camisa preta.

- Quem é você? - perguntei

- Sou a dra. Stela da assistência social. - apresentou-se

- Assistência social? - franzi o cenho

- Amor? - Ryan chamou denovo vindo do meu quarto

- Estou na sala!

Tirei minha atenção da mulher para ir até ele, mas senti alguém agarrar minhas pernas.

- Tia!

Olhei para baixo e vi Heitor abraçado a mim.

- Heitor?

Ryan aproximou-se de nós com um sorriso encantador de quem aprontou.

- Você foi para o Paraná?

- Foi buscá-lo.

- Por que não me contou?

- Porque é surpresa.

- E ela? - perguntei referindo-me à doutora

- Ela veio nos avaliar e formalizar a adoção.

- Adoção? - perguntei, surpresa

- O tio disse que vou morar com vocês! - respondeu Heitor

Olhei para o menino e para Ryan, tentando assimilar.

- Ryan, - sussurei - não podemos adotá-lo!

- Por que não?

- Porque não somos casados!

- Não seja por isso.

Ryan colocou a mão no bolso, tirando uma caixinha de veludo vermelho e ajoelhou-se.

Abriu a pequena caixa revelando um par de alianças de ouro.

- Myrella Fernandes, quer casar comigo?

- Casar Ryan? - perguntei ajoelhando-me à frente dele

- Sim. Casar. Você, eu e nossos filhos.

- Filhos?

- Sim, muitos deles. Começando pelo Heitor. Você aceita?

Seu sorriso perfeito e seu olhar apaixonado me hipnotizaram. Não tinha como dizer Não, já estava mais do que envolvida a ele.

- Lógico que aceito Ryan!

- Ehhh! - gritou Ryan

- Mas podemos conversar? - pedi

- Claro meu anjo!

Levantamos e andamos até o quarto com ele segurando minha mão.

Encostei a porta assim que entramos e Ryan virou-se de frente para mim.

- O que foi, meu amor?

- Ryan, acha uma boa hora para casar? - fui direta - Quero dizer, depois do que acabamos de passar, não seria melhor esperar a poeira abaixar?

- Justamente por isso quero você, meu anjo! Olha amor, - disse puxando-me para sentar na cama - não vamos casar da noite para o dia. Leva tempo. Vamos com calma, quero te apresentar para a minha família e ir preparando o casamento aos poucos.

"Ainda temos que sentar e decidir como que queremos que seja a cerimônia, onde vai ser, os convidados e outros detalhes que mulher adora arrancar os cabelos para decidir."

Eu ri da naturalidade dele de falar do assunto e pensei nos surtos que eu, provavelmente, terei.

- Acha que seu pai vai aceitar isso?

- Ele tem que aceitar.

- Seja sincero Ryan.

- Amor, - respirou fundo - eu estou decidido, você sabe disso. E não vou deixar ninguém estragar nosso casamento. Vou enfrentar qualquer um que se oponha.

- E eu vou estar com você, meu amor.

- Que bom! - disse beijando minha testa - Tem só mais uma coisa amor.

- O quê?

- Você sabe que eu casei forçado na primeira vez. Agora eu quero participar de verdade, tudo bem? Desde as flores da igreja, os convites aos doces e o bolo. Quero ajudar você em tudo. Promete?

Meus lábios se abriram em um sorriso iniqualável pude até sentir uma lágrima escorrer.

- Eu prometo Ryan. - abracei-o - Você vai ser o melhor marido do mundo!