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Volto a sala de aula, e algumas pessoas me encaram, outras tentam disfarçar, mas nenhuma delas diz uma palavra. Nem mesmo o professor. Eles sabiam do que havia acontecido comigo, então eles me deixavam em paz.

Sentei na minha minha cadeira e fiquei lá, olhando para o professor que havia começado a dar a matéria.

A aula demorou muito para passar, e quando o sinal bateu, sai rapidamente da sala, sem nem mesmo esperar minhas amigas. Quando elas me alcançaram, eu disse: - Vou para casa. Vocês vem comigo ou vão ficar aqui?-
-Vai matar aula?- me perguntou Angie, eu respondi que sim e fui até a parte de traz da escola, lugar onde o muro da escola era um pouco mais baixo, e era por ali que as pessoas saiam quando queriam matar aula.

Quando eu já estava em cima do muro, pronta para pular, viro para Angie e Sophie e pergunto a elas se as duas vão comigo, elas negam, eu reviro meus olhos, Angie e Sophie são muito certinhas, e isso me irrita. Pulo o muro. Estava livre da escola. Mas o que eu faria agora? Eram quase 9 horas da manhã e minha aula só acabava 12:30. Fiquei um tempo andando pela cidade, fui até a padaria, depois fui ao cemitério visitar o túmulo dos meus pais, sinto saudade deles. Sento ao lado do local em que eles estão enterrados e fico lá, lembrando daquele dia, do dia que eles morreram. Ninguém nunca achou o assassino. A polícia desistiu de procurá-lo após se passarem 2 meses sem nenhuma informação do monstro que fez isso à meus pais.

De repente, ouço um barulho um pouco distante de mim, o que era estranho, pois não havia ninguém no cemitério. Ignorei. Aquele cemitério era um pouco afastado do centro da cidade, quase ninguém passava por aquelas ruas, e o cemitério, sempre estava vazio. Novamente, escuto barulhos ao longe. Olho na direção deles, e vejo varias pessoas vestidas de preto chegando no cemitério, acho que haveria um enterro agora.

Fiquei um tempo parada no lugar em que estava, olhando atentamente para as pessoas de preto, homens e mulheres, até mesmo algumas poucas crianças estavam presentes. A maioria chorava, outros consolavam os aflitos, e outros ainda, se mantinham calados. Após ficar um bom tempo parada, observando o enterro de longe, decidi me aproximar. Fui andando discretamente até para perto das pessoas que rodeavam o morto. Me posicionei atrás de uma árvore, e fiquei lá, observando alguns homens enterrarem o corpo do morto. As pessoas ainda ficaram uma meia hora olhando para o chão, onde fora enterrado o falecido, depois foram embora.

Quando a última pessoa deixou o cemitério, sai de trás da árvore e fui ler o nome do defunto. Brian Dacke. Por algum motivo senti um arrepio percorrer meu corpo quando li esse nome.

Olho à minha volta, sozinha novamente. Peguei meu celular para conferir as horas: 11:50. Logo eu teria que voltar para casa.

Sigo meu caminho até em casa, andando lentamente, pois ainda tinha tempo até a aula acabar. Passei em frente a um beco e levo um grande susto quando sinto uma mão me puxar para dentro dele, olho para ver quem era: um homem de mais ou menos uns 40 anos alto e um pouco gordo, ele vestia roupas pretas. Ele começou a tentar me agarrar, como se fosse me sequestrar, e eu, comecei a me debater loucamente para me soltar dos braços daquele louco, até que avisto uma coisa parecida com um cabo de vassoura quebrado eu pego o mesmo, e com toda a força que havia no meu corpo, acerto o nariz do cara com o pedaço de madeira. O homem cai duro no chão, provavelmente desmaiado.

Eu rapidamente deixo o lugar e vou correndo para casa, que ainda ficava um pouco distante dali.

12:45. Eu estava na porta da minha casa, me sinto aliviada de ter fugido daquele maluco, e penso no que teria acontecido comigo se ele tivesse me sequestrado.

Ignoro esse pensamentos e procuro pela chave de casa na minha bolsa, logo depois, abro a porta:
- Tia, Tio, Cheguei!- Grito, sem resposta. -Tia? Tio? Estão em casa? - Eles tinham que estar. O carro está na garagem e eles nunca saem a pé...
Vou até a cozinha a procura deles e a porta está fechada, bato na porta, silêncio. Abro-a. A cozinha está vazia. Ando até a porta da dispensa e me deparo com uma cena horrível.

Vivendo com a MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora