18.

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-Quem é você?- pergunto ao homem, ainda parado em frente ao túmulo de meus pais -Um... amigo.- ele estava mentindo. Eu tinha certeza disso. Uma sensação estranha percorre meu corpo, aquele homem... Ele não me parecia estranho... alguma coisa nele soava familiar... mas eu tenho certeza que, mesmo sem ver seu rosto, eu não o conhecia. -Você é muito jovem Annabelle, deve ter sido muito difícil superar a morte dos seus pais e dos seus tios... A perda de parentes muitos próximos a nós, parentes que amamos, mexe com a nossa cabeça... e isso pode acabar te levando a  loucura. - O homem ainda não havia se movido, ele ficava apenas encarando o chão, com certeza querendo esconder seu rosto, mas algo em suas palavras me fez pensar que ele estava falando de si mesmo. Que a perda de alguém que ele amava o deixou louco... mais um calafrio percorre meu corpo.

E... espera, ele acabou de me chamar pelo nome? Mas que poha...? -Como você sabe meu nome? Quem é você?- pergunto, o homem apenas ri, uma risada seca e sarcástica, naquele momento, a sensação de perigo tomava conta do meu corpo, meus pés formigavam como se estivessem me suplicando para que eu saia correndo agora, por reflexo, eu olho para os lados para ver se encontro mais alguém, não avisto nada. Olho na direção em que o homem estava, porém ele não está mais lá. Procuro mais pouco por ele, mas não encontro nada. Agora eu apenas queria sair desse cemitério.

Confiro as horas no meu celular: a aula tinha acabado de acabar. Ótimo, eu posso ir para casa.

Sigo meu caminho até a casa de Will, e chegando lá, vejo que ele não está, então eu apenas vou para meu quarto e me deito na cama, pensando em tirar um cochilo antes de almoçar.

Acordo umas duas horas depois, e decido ja arrumar minhas malas para essa tal viagem que eu faria com Will, mas assim que me levanto da minha cama vejo todas as minhas coisas já arrumadas, e por todas as minhas coisas eu quero fizer TODAS as minhas coisas. Não tinha mais nada nos meus armários nem gavetas. Até o material da minha escola estava numa mala, guardado. Acho isso um pouco estranho, mas ignoro e vou procurar por Will, pois eu estava morrendo de fome.

-Ola- diz Will, ao passar por mim, enquanto eu ia até a cozinha. Aceno com a cabeça, cumprimentando-o também. Ele diz algumas coisas que eu não me importo e depois vamos comer.

-você arrumou minhas malas- digo, tentando puxar assunto, após um estranho momento de silêncio -Sim, eu cheguei e você estava dormindo, já arrumei suas coisas para já deixar tudo pronto para a viagem.- eu apenas aceno a cabeça como resposta, depois, o silêncio volta a reinar sobre nós.

O dia acaba sem mais novidades, e  quando a noite chega, eu vou dormir.

No outro dia eu acordo cedo e vou fazer minhas higienes matinais, coloco uma regata branca e um shots verde escuro e me olho no espelho: minha franja já estava batendo nos meus olhos, eu realmente precisava corta-la. Mas eu resolvo isso depois.

Termino de me arrumar e, quando estou pronta, pego minhas malas e vou até Will, que se encontrava na porta principal da casa, ele me ajuda a colocá-las no carro, dali, vamos até o aeroporto da cidade, onde ficava o jatinho desse amigo do Will. 
Logo, colocamos nossas malas nele e entramos, o piloto demorou um pouco, mas logo já estávamos voando.

Eu estava num jato particular com um cara que eu mal conhecia, e o destino da viagem? Eu não fazia ideia.

Vivendo com a MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora