Assim que chego no orfanato, já vou direto para meu quarto e fecho a porta, tiro o vestido preto do meu corpo e o jogo no chão, logo depois, vou tomar um banho. A água quente que cai em meu corpo me faz lembrar do sangue em minhas mãos. Tento me concentrar em tirar qualquer resquício de sangue do meu corpo. Quando termino o banho, coloco uma roupa qualquer e, aproveitando o pouco de sol que ainda resta, vou lavar o vestido. Desço as escadas e vou em direção a lavanderia, com o vestido em meus braços. Chegando lá, encho tanque e jogo o vestido, deixando a água um pouco avermelhada.
-Você se machucou?- perguntou um serzinho insignificante atrás de mim. E foi só aí que fui notar, nas minhas costas havia um machucado, provavelmente provocado quando aquele infeliz me jogou contra aquela lápide, sinto o machucado arder, mas ignoro.
-O que houve com você?- pergunta novamente a menina, puxando a barra da minha blusa. -Não é da sua conta, peste.- digo, e a menina continua me encarando. -O que você está fazendo?- pergunta ela, que por causa do seu tamanho não consegue enxergar por cima do tanque.
-Não é da sua conta, peste- repito, e a menina vai embora.Segundos depois, ela volta, agora com uma cadeira. Merda. Essa cria do capeta não vai sair do meu pé?
A pequena versão do satanás sobe na cadeira e encara o tanque.
-O que é isso? Isso é sangue? O que aconteceu com você?- pergunta a menina e eu não respondo, apenas viro-me de costas para prender o vestido, já limpo, no varal.
-Você machucou alguém?- perguntou a menina, e eu encarei em seus olhos e eu vi o medo neles. Isso me fez sentir bem. Aquela garotinha estava realmente com medo de mim.
-Como já disse: não é da sua conta, cria do capeta.- disse, fria. A garota não se cansou de me irritar, e como ela ainda estava em cima da cadeira, me virei em sua direção e chutei o pé do banco em que ela estava, fazendo a garotinha cair no chão e bater a cabeça. Ela passa a mão no ferimento, e me olha, aterrorizada. Dou um pequeno sorriso quando vejo o sangue na mão da menina.
-Se contar para alguém o que houve aqui, eu vou te machucar muito, muito mesmo.
Um segundo depois, a menina já havia saído correndo da lavanderia. Eu, sai de lá tranquilamente e voltei para meu quarto, onde coloquei meus fones e fui ver um vídeo qualquer no YouTube.Passado algum tempo, Rose me chama para jantar, e eu vou.
Sento na mesa e vejo que todas as crianças me encaram, com um olhar assustado, sorrio para elas e paro meu olhar na garotinha da lavanderia e fico a encara-lá por um tempo e noto que ela está prestes a chorar, de tanto medo. Isso me diverte. Elas são apenas crianças, mas o fato delas terem medo de mim me faz sentir bem. Como se meu objetivo tivesse sido realizado. Mas eu estou apenas começando. Eu sou capaz de muito mais que isso.Eu estava pensando... Agora que essas menininhas tem medo de mim, eu poderia usar elas para alguma coisa útil, como manda-las lavar minhas roupas, arrumar meu quarto... E, tem tantas menininhas nesse orfanato que eu acho que a diretora nem iria estranhar caso uma delas sumisse, assim... De repente...
-Venham se servir!- gritou Crystal, da cozinha. Ela era a cozinheira que trabalhava aqui no orfanato, tinha 29 anos, e ela cozinhava muito bem.
Me dirijo até as panelas e empurro a menina que estava na minha frente, ela me olha e me deixa passar na sua frente e eu sorrio falsamente enquanto a menina, aterrorizada vai para o fim da fila.
Depois que me sirvo, volto para a mesa e começo a comer.
-A comida estava deliciosa- digo a Crystal, que sorri, me agradecendo, sorrio também, eu cheguei a conclusão que se eu quisesse deixar essas garotinhas do orfanato assustadas eu teria que ser amiga das pessoas que trabalhavam por aqui, pois assim, se algumas dessas inúteis crianças fossem reclamar alguma coisa com a diretora ou com Crystal, ou contar a elas que eu estou as assustando, os adultos vão pensar que isso não se passa de crianças inventando historias.
Deixo meu prato na pia e vou saindo da cozinha, quando alguém cutuca meu ombro, reviro os olhos e viro para trás. Uma das pequenas crianças infernais me disse que eu teria que lavar meu prato, eu mandei ela ir se fuder e disse que se ela não lavasse meu prato para mim eu iria quebra-lo na sua cabeça, depois a obrigaria a engolir os pedaços. Sem pensar duas vezes, a menina vai correndo ate a pia lavar minha louça.
Volto para meu quarto e me arrumo para dormir, amanha eu teria que ir para aula e não queria me atrasar.
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Vivendo com a Morte
HorrorÀs vezes a falta de algumas pessoas na sua vida podem te deixar um pouco perturbada. Às vezes a sede de vingança se torna maior que sua sanidade, se tornar maior do que sua humanidade. A sede de vingança e a sede de sangue andam lado a lado, uma só...