Psicose - A árvore forca [COMPLETO]

Onde está o Peter?

Depois disso o pai do Leon levou a gente pra casa, eu ainda tinha aula no outro dia, e sinceramente nem cabeça pra estudar eu tinha mais, estava cansada, mas eu não ia desistir agora. Não mesmo.

***
Não foi preciso que a mamãe me acordasse, dormi até bem essas cinco horas, sem bons sonhos ou pesadelos. Me arrumei, e fui tomar meu café. Pensei no Leon. Tomara que fique bom logo.
Me despedi da mamãe e fui pra escola. Quase chegando, pude ver os alunos dando meia volta. Logo penso que, oh Deus, de novo não!! Então corri e desejei que fosse outra coisa.
- O que aconteceu Douglas? - Perguntei.
- Ah, você acredita que alguém veio aqui à noite e destruiu toda a encanação da escola? Agora não tem água e vamos passar quase duas semanas sem aula - Ele disse indignado e fazendo bico. É, ele é um nerd mesmo.
- Graças - Falei. Ele me olhou sem acreditar no que eu tinha dito, mas entendeu errado.
- O quê? Isso só prejudica os alunos, porq...
- Douglas! Calma aí! Você entendeu tudo errado, é que eu pensei que.. Ora essa, não te devo explicação. -Também fiz bico e dei meia volta como os outros. Talvez Peter e Lívia já soubessem. Não me preocupei. Também não fui direto pra casa, resolvi ir ao teatro da cidade; antes de todos esses assassinatos costumávamos ir até lá e conversar, eu, Lívia, Peter e ainda o Matt.
Peguei uma pulseira de autorização e entrei, fui dar uma volta por lá, é bem grande. Vi os lustres, colunas de bronze grandes e velhas. Sempre com o fone no ouvido eu escutava "Photograph" do Ed Sheeran. É. Chorei.
- Por que isso está acontecendo comigo? Por quê? - Meu celular vibra, em meio às lágrimas o pego e nem olhei o contato.
- A.. Alô! - Falei soluçando.
- "Amora"!! - Aquela voz computadorizada de novo.
- Quem diabos é você? E o que quer de mim?
- Eu só quero sua amizade amor!
- E para isso precisa matar meus amigos, precisa me ver triste? Se é que me vê!
- ( risos) Eu te vejo todo dia bobinha. Mas você é tão inocente para perceber. Agora vou te fazer sofrer um pouco mais.
- Mas pra quê? Já não basta tudo isso?
- Só mais um pouquinho.. É tão divertido te ver assim. Sendo torturada psicologicamente, e tão logo será torturada fisicamente amor!
-Você NUNCA vai conseguir. Tenho amigos que me protegerão!
- Hahahaha... Veremos então se esses "amigos" vão estar lá pra te proteger quando sua hora chegar.
- Mas...
- tuu tuu tuu
- Alô? Droga! Agora, eu é que vou matar esse filho da mãe miserável!!! - Não fiz alarme. Saí do teatro calmamente, olhei ao redor e vi que não tinha como alguém estar me seguindo peguei um táxi e fui à delegacia.
- Olá boa tarde, em que posso ajudar? - Disse a mulher da recepção.
- Quero falar com o delegado e com o detetive também.
- Você é de maior?
- É urgente moça não tenho tempo pra "frescurites"! - Falei.
- Ok. Aguarde aqui.

Ela demorou uns três minutos por lá e depois me chamou e eu a segui até a sala do delegado.
- O que é tão urgente minha jovem? - Ele perguntou enquanto anotava alguma coisa naquela "ata" preta.
- Quero falar com o senhor e o detetive apenas.
- Podem sair. - Os outros funcionários saíram um atrás do outro.
- Sim, pode falar.
- Vocês já sabem dos assassinatos não é mesmo?
- Ah sim, mas
- Não tem "mas". Apenas escuta.
O delegado olhou para o detetive de pé e olhou de volta para mim, arqueou a sobrancelha e disse:
- Certo. Pode começar.
- Ontem eu estava na casa de minha amiga, e enquanto ela tinha ido na casa de sua prima fiquei aguardando com seu irmão mais velho; após uns trinta minutos ficamos preocupados, pois o local é perto e ela demorava; foi então que o telefone tocou e Dionatha o atendeu. A voz estava com efeitos, computadorizada, e então essa pessoa ameaçou o Dionatha, e disse que se ele não se afastasse de mim haveriam consequências drásticas, e ameaçou ainda a vida de Lívia minha amiga.
- E você não acha que foi uma brincadeira dr mal gosto?
- Não! Até porque no último enterro, encontrei uma rosa que continha o cordão que tinha dado para a Lívia. Esse assassino me, nos, vigia! Preciso de ajuda, preciso pegá-lo. E a justiça será feita!!!
- Certo. Grampearemos os telefones de ambas as casas, e quando ele ligar de novo saberemos a sua localização exata.
- Assim espero.

***
Cheguei em casa e fiquei a pensar - Agora saberemos quem é essa pessoa e por quê matou meus amigos.
Pensando no Daniel, lembrei-me que uma semana antes da tragédia, ele me convidara para sair. Apesar de não ser tão bonita quanto a Lívia eu era o crush de alguém, né?! O Mike até ficou com ciúmes porque ele me chamou também mas eu...já... Ia sair com o... Daniel. - Oh Céus!! Por que não lembrei disso antes. Resolvi então ligar pro Peter.
-Tuu tuu tuu. "Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa postal e estará sujeito à cobrança..."
- Droga! O que será que ele tá fazendo? Tamanha dez horas da manhã...
Liguei várias vezes... Só dava caixa postal. Talvez ele tivesse trabalhando, sei lá.. Não ia ter aula mesmo. Resolvi assistir meus animes, aproveitar pra passar o tempo.
Disse pra mim mesma que ia ligar só à tarde. Tudo tranquilo, nada de barulho, nenhuma preocupação. Foi tudo normal. Eu e mamãe almoçamos e depois -como sempre - me tranquei no quarto, tava escutando música e acabei pegando no sono.
Acordei e vi que já eram cinco da tarde.
- Melecaaa! Dormi demais. Eita, nem liguei pro Pee. - Resmungei, peguei o celular e tentei ligar de novo. Chamava chamava, mas nada dele atender.
- Miserável. Depois reclama quando eu não atendo. Quando tu ligar eu não vou atender, ah vá se ferrar. - Falei jogando o celular na cama.

"Vibração". 18:33
-Alô... - falei desgostosa.
- Amora?
-Sim, sou eu... O que foi Lívia?
- Você está bem?
- Éer.. Estou sim.
-Tá. Não quero que se preocupe amiga mas..
- Mas? Fala logo, não enrola pelo amor de Deus!!
- Bem, eu estou aqui a dona Mirna
- A mãe do Pee? Por que?
- Eles estão preocupados porque ele saiu pra trabalhar hoje às 08:00 horas e era pra ter chegado às 17:00. E já são 18:35 agora.
- Tá. Diz pra eles que se acalmem. Talvez tenha se atrasado por motivo de transporte. Já eu chego aí. - Como eu queria chegar mais rápido fui de táxi - amo pegar táxi - Em cinco minutos eu já estava lá.
- Boa noite dona Mirna - falei. Nisso, já eram 18:45, e nada do Peter nenhuma ligação, nenhuma notícia.
- Amora, estou muito preocupada..
- Onde ele foi trabalhar, ele foi trabalhar no campo, lá na fazenda do seu Walter. Ele ia ajudá-lo a derrubar uma casa velha por lá....
- Por Deus dona Mirna, fazenda? Não sabe que não é seguro ele ficar perto de fazendas, e .... Árvores....- Falei sem pensar. E quando elevo minha cabeça dona Mirna já estava lagrimando.
- Meu filho não; temos que fazer alguma coisa, vamos procurar, qualquer coisa.. Por favor Amora!! - Eu tinha que ser forte, mas não dava. Já foi difícil superar a perda do Matt, mas Pee, ele é meu irmão de outra mãe. Sempre tão doce e atensioso, me ajuda sempre que possível. Ele não.
Começo a chorar. Um mal pressentimento se apoderou de mim, e aquele aperto no coração ficava mais intenso.
- Ainda não acabou dona Mirna, a senhora tem um carro?
- Te..tenho..
- Onde está o sr. Marcos?
- Ele viajou por uns dias à trabalho.
- Ok. Eu dirijo. Você vem Liv?
- Eu quero muito ir. - Ela disse triste - Mas não posso, você sabe como é.
- Sei sim. Entendo. Torça por nós!

Eu não pensava em mais nada. Ela me levou até o carro; um Logan 2014 preto, que máquina. Matt me ensinou a dirigir, seu legado estava em mim. Liguei o carro e pisei fundo no acelerador.
- Vamos direto pra fazenda do seu Walter. - Mirna falou.
- Deixa comigo.

Acelerei o carro ainda mais. Íamos numa estrada sem iluminação. A única luz que tínhamos era a do farol do carro. Ainda bem que não ficava tão distante da cidade, e lá tinha sinal de celular.

Lá estávamos. Eu e dona Mirna, com uma enorme esperança de que Pee estivesse lá.
- Biiiih biiihh...-businei. Saí do carro e iluminei o caminho com o flash do celular, sempre correndo. Dona Mirna vinha mais devagar um pouco mais atrás.
- SEU WAAALTER.? Tá aí?
- Oi minha "fía" tudo "bão"?
- Seu Walter, onde está o Peter? - perguntei aflita.
- Ah o Peter saiu daqui bem "cedim". Era umas quatro horas da tarde!