Psicose - A árvore forca [COMPLETO]

"Última chance- hora do adeus"

Dionatha mais uma vez foi ao encontro de dona Maleena, foi apertando os punhos como quem põe muita força sobre os mesmos, mas ao ficar a menos de dois metros dela, ela sacou uma pistola e apontou em direção dele.
- Para! - Gritei - Você pode se recuperar mãe, ainda podemos viver em paz, por favor, por favor, você tá destruindo minha vida, e por quê? Pra nada, sem motivo nenhum....
- Tudo acontece por um motivo. Tudo o que eu quis, sua amiguinha Lívia quis também, mas ela não foi forte o suficiente então fez o que fez, pois se não fizesse, seu irmão sofreria as consequências. Que boba, nem aqui ela estaria mais, por que eu cumpriria minha palavra? Mas só queríamos você por perto da gente, não longe. Você quer ir pra longe da mamãe, eu vou ficar sozinha e solitária, você quer que eu viva assim? Pela eternidade? Você não precisa dessas pessoas - ela dizia ironicamente e gesticulando - tem a mim, você é minha, eu te trouxe a este mundo, tens que ficar comigo, filha.
- BASTA! Esta não é minha mãe! A minha mãe de verdade morreu, junto com toda essa droga de vida! Se você quiser matar o Dionatha, mate-me na mesma bala! - Ela baixou a pistola, olhou para os pés e gargalhou. Voltou a apontar a arma para nós, Dionatha me apertou forte, e dona Maleena olhando para ele disse:
- Se não posso tê-la ninguém mais a terá! - Engatilhou a arma, me virei para Dio e o abracei, se fosse meu último suspiro que fosse em seus braços.
- Amora, eu te amo. - Ele disse lagrimando.
- Eu também...eu também te amo.
Um barulho não muito forte se fez presente naquela sala, e um grito de muita dor eu pude ouvir, seguido de um xingamento.
- Aaaaaarhghh, desgraçado, filho da putaa!!
- Como ousa ainda falar de minha mãe? - O barulho agoniante outra vez, mais gritos perturbadores. Me virei lentamente sem coragem de abrir os olhos, mas então fui abrindo bem devagar, e vi que aquela a quem eu chamei de mãe, estava ao chão agonizando de dor, e em pé ai seu lado, meu herói, Peter, que com um cacete abateu suas duas pernas e o som que ouvimos foram os seus ossos sendo quebrados.
- Peter! Você está bem!! - Exclamei.
- Sim, eu estou meu amor. Eu estou. E não vou deixar nada nem ninguém te machucar. - Ele disse me consolando.
- E quanto a ela? - Falei olhando para dona Maleena.
- Nunca mais vai andar, essa coisa é potente. Mas não vai morrer, vai conviver com isso o resto de seus dias miseráveis. Olhei para Dio, que ao me ver abraçada com o Peter descaiu-lhe o semblante, me soltei de Pee e fui até ele.
- O quê que foi? - Pergunto tocando em seu rosto e enxugando-lhe as lágrimas, mas ele não me respondeu - Estou aqui contigo, e você comigo, não haverá mais motivos para chorarmos, enfim, está terminado, podemos seguir nossos caminhos... Em paz.
- Sim, Amora. Seguir nossos caminhos..- ele disse encarando o teto - Mas eu só quero um caminho, o teu, e sei que não podemos ficar juntos, foi a vida que quis assim, sei o quanto gostava da Lívia, era a única coisa que nos mantinha próximos, e agora ela se foi, e você está livre de mim. Seu caminho está livre para ficar com o... Peter. Sei o quanto vocês dois se gostam. - Abracei-o mas ele me afastou dele.
- Peter e eu somos só amigos Dio, nunca tivemos nada, não é Pee?- falei o encarando. Ele fechou os olhos e apertou, em seguida os abriu e caiu-lhe uma lágrima.
- É verdade. Nunca tivemos nada, não que eu não quisesse - Ele disse sem chão - Mas você sabe, não escolhemos a quem vamos amar, é como dizem: o amor pode machucar às vezes, mas é a única coisa que nos mantém vivos! Então Amora - Ele se aproximou e tomou minhas mãos - Quem sabe essa não é sua última chance de ser feliz, não a perca, vá com ele. - Seus olhos vermelhos e cheios de água fizeram com que eu me emocionasse.
- Eu te amo Peter, não importa aonde eu vá, você sempre estará comigo, jamais te esquecerei porque sabe...- Lágrimas fluíam dos meus olhos agora - você é o irmão que eu nunca tive, e e-eu agradeço muito por t-tudo.
Apesar de todo aquele clima chato, senti uma pontinha de alegria. Minha mãe seria internada por causa das pernas dilaceradas e assim que se recuperasse seria transferida para um manicômio e também seria vigiada 24 horas por dois policiais caso tentasse alguma coisa, sim, tudo está bem agora.

No dia seguinte:
- Estão todos aqui.. - Digo. Dionatha me olha e faz uma careta sem entender.
- Eles - Aponto logo à frente - Adam, Mike, Beth, Nina.. Todos.
- E o quê que tem? Eram amigos dela, não eram?
- Eles a abandonaram, e a mim também. Quando eu precisei deles, nenhum veio pra ajudar, agora querem parecer vítimas também? - Falei com raiva.
- Não importa, ela nem tá aqui pra saber disso, vamos esquecer isso tudo. - Dionatha disse esperançoso - Mas.. 
- Mas... ? - Repeti.
- Você tem certeza que quer ir comigo para a Califórnia? Tem certeza que quer deixar toda a sua vida construída aqui e..
- Sim. Eu já disse que sim. - Falei e o abracei.
                         *  *  *
Você deve estar se perguntando quanto ao que houve com o Leon. Tudo o que soubemos foi que ele fugiu não sabemos pra onde. Ele confessou que matou o Daniel e o Matt - Deixou isso por escrito em uma carta no quarto de sua mãe - a pedido de Lívia, e pediu muitas desculpas - inclusive pra mim porque ele sabia que eu tinha uma queda por ele.

- Já que você está mesmo decidida - começou Dionatha - Temos que ir, senão perderemos nosso vôo. - Sorrindo eu acenei positivo com a cabeça
- Deixa eu me despedir do pessoal.

- Estou indo pessoal, vou sentir falta de vocês.. Ah oi Nina, espero que fique bem, e manda um beijo pra sua mãe, desculpe por alguma coisa... - Falei com todos, e deixei pra falar com o Pee por último porque ele é o mais importante.
- Não precisa me agradecer por nada. - Ele disse com as mãos para trás. - Você não me deve nada, eu... só quero que saiba que eu também te amo, e sempre vou te amar, e peço que não esqueça do seu irmão aqui...
- Eu prometo Peter. E, adeus meu irmão.... - Virei-me e saí.

~Peter falando:
- Eu nunca vou te esquecer Amora, e é por isso que você vai ficar comigo; talvez não hoje, talvez não agora, nem amanhã. Mas eu vou atrás de você não importa aonde esteja, vou atrás de você mesmo que seja, NO INFERNO!