Se matou. Que estranhas palavras. Daniel não parecia ser o tipo de pessoa que queria morrer. Sempre alegre, bagunceiro. Mas ninguém conhece a vida de ninguém. Morte. Uma coisa estranha de se viver, sendo que a gente morre.
Ninguém merece a morte. Até os que a merecem não merecem.
Nina - a até então namorada dele- estava com algumas lágrimas nos olhos. Estava sentada na escada do pátio sozinha e pensativa. Fui até ela.
- Sinto muito Nina. - Ela olhou para mim e disse:
- Eu sei que ele não se matou. - E saiu.
Nossa cidade sempre foi pacata e pequena. Quando acontecia alguma coisa todos já sabiam e até aumentavam a história.
Voltando para casa, passando pelas ruas todos comentavam sobre a morte de Daniel.
As palavras de Nina não saiam da minha mente - "Eu sei que ele não se matou" - O que ela quis dizer!? Talvez ela apenas esteja confusa. Triste. Ou coisa do tipo.
Chego em casa, mamãe estava terminando de fazer o almoço.
- Oi mãe.
- Oi filha. - Ela disse apreensiva- O rapaz que morreu... ele era seu amigo?
- Não. Apenas colega de classe.
- Hum... Entendi, e como foi que...
- Tô cansada mãe - Interrompi- Vou para o quarto.
Depois do almoço, deitei, relaxei. Dormi.
Acordei com gritos desesperados pot meu nome.
-Amora! Amora!- Era a voz da Lívia- Num susto, pulei, caí da cama, levantei e saí correndo.
- O que houve? Por que os gritos? E.. Cadê a dona Maleena?
- Amora! - Disse ela ofegante. - Os meninos lá da escola, eles resolveram ir lá na fazenda e..
- E você me assusta por causa disso Lívia? Quer me matar do coração?
- Não Amora você não entende. Os médicos disseram que há indícios de agressão física no corpo do Daniel. Ele foi assassinado. - Assassinado. Mais uma vez me lembro das palavras de Nina. Um assassino em Charlestton.
- Não se preocupe Lívia. Vou resolver isto.
- Como?
- Vou com eles.
- Você tá louca?
- Lívia calma. O que pode acontecer? Além disso todos vão estar lá não é? Inclusive a Nina.
- É mas.. Não tem mais. Eu quero saber mais sobre o assunto. Que horas eles vão sair?
- 18:00 horas.
- OK. Não se preocupe. Vou ficar bem.
Lívia saiu. Talvez tenha ido pra casa ou pra lanchonete. Olhei no celular 17:30. - Droga. Daqui há meio hora os meninos vão sair. - Me arrumei o mais rápido que pude. Quando deu a hora peguei o celular de novo pra ligar para o Matt. Eu iria com ele e com o Pee.
- Alô, Matt?
- Oi Amora, já está pronta?
- Estou sim. Só te esperando.
- Falow. Dois minutos chego aí.
- Tá. Tchau.
Tinha que avisar minha mãe - mas espera ela não estava em casa quando a Lívia veio aqui. Onde será que ela foi?
Bí bi. Não dava mais tempo. Matt tinha chegado.
- Oi Matt - disse ansiosa. - Oi pee.
- Oi Amora!
- Oi Amora!- Disseram juntos.
Matt. É um bom amigo. Até que ele é bonitinho. Cabelos negros olhos igualmente escuros, de pele bem clara, e claro um sorriso de tirar o fôlego. Deve ter de altura 1,70 m, mais ou menos.
Mas, somos apenas amigos.
- Vai Matt, acelera.
- Pode deixar.
- Uhuu... - gritei levantando as mãos.- Adoro esse seu carro conversível.- Matt deu uma gargalhada.
- Chegamos.- Eu e Pee falamos juntos.
- Que lugar macabro. - Disse Matt.
- É realmente, assustador. Vamos até a árvore onde encontraram o Daniel.
- Pegue a lanterna Pee. - Eu disse.
- Com certeza. - respondeu.
Andamos por um caminho meio largo, até chegarmos realmente no terreno. Avistamos o velho casarão abandonado.
- Aquele senhor, como é mesmo o nome dele?
- Steal. O nome dele é Mark Steal Pee. - eu disse.
- Sim esse mesmo. Ele ainda toma conta deste lugar.
- Não sei. Talvez venha olhar de vez em quando.
- Olhem. - disse Matt apontando- Lá está a árvore, ainda com a corda. - Paramos e ficamos olhando por alguns minutos. Então lembrei de que os outros não tinham chegado ainda.
- Gente, será que aconteceu algo com... - Mal acabei de falar e o pessoal chegou, fazendo a maior barulhada. Chegaram até onde nós estávamos e um silêncio tomou de conta do local.
- Vamos gente! Nada vai acontecer- Disse Adam, um valentão do time de futebol.
- É mesmo. Vamos logo com isso. -Concordou Mike.
Adam, o valentão, cabelos castanhos escuros e olhos cor-de-mel, se achava o tal; já o Mike era mais humilde. Um moreno claro de cabelos ondulados e olhos verdes esmeralda.
Éramos mais ou menos umas dezenove pessoas. Sendo apenas cinco garotas, eu, Nina e outras três amigas.
-Pessoal!! Vejam só isso!- Exclamou Adam.- É um tipo de canivete alemão.
- Espera, mas o Daniel não usava canivetes..
- Verdade..- concordavam uns com os outros.
- Alguém já viu alguma pessoa na escola com um desses?
- Eu vi... Uma vez.. - disse Beth. Uma garota mimada, mas simpática. - Uma vez eu vi o Matt com um desses!
- Matt? Não. - eu disse- isso não tem fundamento.
- É verdade Amora, mas é do meu pai está em minha casa- disse ele preocupado.
- Calma amigão, não estamos te culpando disso.- Falou Mike.
- Bem.. - Começou Adam - Já que não tem nada de mais aqui, vamos até o casarão pra ver se há algo que nos seja útil.
- Isso mesmo. Vamos.. - concordaram os outros.
Chegamos ao casarão. As meninas mimadas todas cheias de mimimi, disseram que não entrariam. Mike e Adam empurraram a grande porta, que ao desemperrar, se abriu vagarosamente fazendo um ruído assustador de porta enferrujada.
- Buuuh!! - Brincou Pee.
- Aaah...- gritaram as patricinhas.
- Para Peter. - disse Beth, dengosa.
- Entrem rapazes.- Desafiei.
- Primeiro as damas- disse Adam.
- Medrosa! - disse eu, enquanto entrava.
O lugar era assustador. Só com o pequeno foco amarelado da lanterna, não se via muita coisa. Olhando para o teto, havia teias de aranhas pra todo lado. Alguns móveis abandonados, entre eles um guarda roupa estilo colonial, bem antigo. Logo atrás de mim, vinham os meninos, olhando e mexendo nas coisas.
Eu olhei ao redor, Pee estava bem ao nru lado, mas, onde estava o Matt?
- Vocês viram o Matt? - Perguntei.
- Eu não o vi. Você viu Mike?
- Não, também.
Saí correndo como louca, naus uma vez tropeçando, perguntei às meninas sobre Matt. Ele não estava lá.- Será que ele é o assassino? - pensei- não, não pode ser.
Peter e Adam me seguiram. Ainda correndo fui até a árvore.
Havia algo na corda. Os meninos correram para mim.
Foquei para ver o que era..
- Nãaaaaaaao!!!! Maaaatt!!!
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Psicose - A árvore forca [COMPLETO]
Mystère / ThrillerAs pessoas mais doces são as mais perigosas. Primeiro livro da saga Psicose.