53 capítulo

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Ficamos quase quatro horas ali na sala de espera, já estava anoitecendo.

Médico : Parentes do paciente Pedro Mendes.
O senhor de cabelos grisalhos falou e nós fomos até ele.

Alicia : Sou a mulher dele. Como ele está?

Médico : A bala que o atingiu, ficou alojada próximo ao seu fígado, tivemos que fazer uma cirurgia de emergência para retirar, foi demorada a cirurgia, mas conseguimos, presenciou ser feita a transfusão de sangue nele.

Menor: Ele corre algun risco?

Médico : No momento não, ele está na UTI e está em coma induzido.

Natália : E quando ele poderá acordar.?

Médico : Não sabemos, pode ser hoje, amanhã, daqui um mês ou até mesmo anos.

Ouvir aquilo, foi como dar soco no meu estômago, me fez perder o ar, fica em choque.

Alicia : Posso ver ele?

Médico : Infelizmente não, ele está na UTI, não é recomendado que haja visitantes naquele local.

Alicia : Por favor, eu te imploro, me deixa ver ele, por um minuto que seja.
Eu já estava chorando.

Médico : Tudo bem, mas é rápido, vem comigo.

Ele virou as costas e eu o segui, andamos por um longo corredor, entramos em uma sala, onde tinha diversas roupas brancas e verdes.

Médico : Veste isso por cima da sua roupa, coloca máscara, touca e isso nos pés.

Me entregou tudo e eu vesti.

Médico : Não toque em nem um aparelho.

Alicia : Ok.
Segui ele e entramos em uma outra sala.

Médico : Você tem cinco minutos.
Dito isso, ele saiu.

Virei para frente e vi ele deitado na maca, estava imóvel, só seu peito subia e descia por causa de sua respiração.
Me aproximei dele, aparelhos por todos os cantos, fios conectados em seu peito, aparelhos em seu dedo, tubo de respiração, soro e sonda. Sua boca estava pálida, na verdade, ele todo estava pálido, sua pele não tinha vida é uma coisa muito chocante e triste ver ele assim, indefeso, sem toda aquela marra, aquele sorriso que encanta, suas brincadeiras, seu geito grosso e meigo ao mesmo tempo.

Me aproximei mais dele e acaricie seu rosto, sua pele estava em uma temperatura normal, mas parecia sem vida.

Alicia : Volta pra mim meu amor, não me deixa, quero ver seu sorriso, beijar tua boca...Você vai sair desça, você falou que ia ficar tudo bem, suas filhas precisa de você, da sua proteção, do seu amor e carinho. Você não sabe o quanto tá doendo aqui dentro, meu coração tá pequenino, quero tanto sentir seu toque, seu calor...
As lágrimas descia sobre meu rosto sem controle.

Médico : Senhorita você precisa ir.
Entrou na sala, apenas olhei pra ele e confirmei com a cabeça.

Peguei na mão de Pedro, na esperança de ele retribuir o aperto de mão, mas foi em vão.

Alicia : Eu te amo.
Sussurrei, dei um beijo na sua testa e sai do quarto, fui até a outra sala novamente, tirei aquela roupa. O médico entrou.

Alicia : Quando ele vai poder ir para o quarto e receber visitas?

Médico : Assim que o quadro dele estabilizar, creio que em poucos dias.

Alicia : Vocês me liga avisando que eu posso ver-lo?

Médico : Claro que sim. As recepção ligará para você.

Alicia : Obrigado.
Segui pelo longo corredor novamente, os três me viram e vieram ao meu encontro.
Abracei a Nat e chorei novamente.

Assim que me acalmei desfiz o abraço.

Natália : Como ele está?

Alicia : Podemos ir? Lá eu conto para vocês.

Natália : Claro. Vamos.

Seguimos para fora do hospital e fomos até o carro, entramos e seguimos para o morro.

Chegamos na minha casa e eu já fui entrando, todos estava na sala, eu passei reto e subi para meu quarto, fui para o banheiro, tomei um banho.
Vesti um vestido leve soltinho e desci para sala novamente, todos ficaram me olhando, dava para ver nos olhos de cada um, que tinham chorado muito.

Alicia : As meninas estão dormindo Lu?

Luiza : Esta.

Natália : Alicia, eu sei que é difícil, mas eu preciso saber como ele tá.

Suspirei e sentei sofá.

Alicia : Bom. Não vou mentir para vocês, ele está praticamente morto. - fui sincera - Ele está, pálido, cheio de aparelhos em todos os cantos do corpo, respirando com por um tubo , o único movimento que ele faz é do seu peito respirando, a impressão que eu tive, foi que ele não estava ali.

Lipe : Eu conheço o Pedro, ele é forte, ele vai sair dessa.

Alicia : Nem parecia o Pedro, o meu Pedro, foi tão dolorido ver ele naquele estado, sem falar uma besteira, sem rir, brigar, brincar comigo sabe.
Sem perceber, as lágrimas escorriam sobre meu rosto.

A Marceli veio até mim e me abraçou.

Marceli : Tenha fé Alicia, põe Deus na frente, ele é o único que pode tirar ele de lá.

Alicia : Eu já puis Marceli, mas é muito sofrido sabe.

Marceli : Imagino.

Alicia : Gente, se vocês não se importar eu vo subir.

Thiago : Não tem problema não, vai lá descansar, qualquer coisa chama a gente.

Sorri de lado e sai da sala, fui até a cozinha, peguei um calmante que achei na gaveta e tomei dois de uma vez, tinha certeza que eu não iria conseguir dormir sem a a ajuda deles.

Subi para o andar de cima, passei primeiro no quarto das meninas, estava tudo Ok.

Fui para meu quarto, peguei uma camisa dele que estava sobre a cama, deitei, me cobri e abracei a camisa e fiquei sentindo seu cheiro, as lágrimas escorriam livremente.

O calmante fez efeito rápido e eu logo apaguei.

A Patricinha e o FaveladoOnde histórias criam vida. Descubra agora