Acordo com o barulho do despertador, rapidamente o desligo para não acordar Dylan, me levanto vou ao banheiro faço minha higiene e tomo um banho rápido, me envolvo em um roupão felpudo volto para o quarto sento na cama e começo a dar beijinhos nas mãozinhas de Dylan e com a voz bem baixinha começo a acordá-lo.
- Vamos acordar anjinho. - Digo e continuo a brincar com ele até que ele acorde, dou um banho no meu anjinho o troco e o levo para a sala, ligo a TV para que ele assista um desenho enquanto me arrumo.
Escolho um terninho preto com uma camisa branca, deixo meus cabelos soltos e passo um pouco de maquiagem com um batom clarinho. Tenho 1,70 de altura, meu olhos são claros e meu cabelo é castanho, muitas pessoas já me elogiaram, mas nunca me achei linda só me acho normal.
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Volto para a sala e Dylan continua vidrado na TV, vou para a cozinha e preparo meu café, forte e sem açúcar, preparo duas torradas coloco o cereal do Dylan no potinho com leite e corto alguns morangos para acompanhar, trago Dylan para a mesa e tomamos café, depois vamos juntos escovar os dentes, assim que terminamos pego minha bolsa e a mochila do meu anjinho, descemos para a garagem acomodo meu anjinho na cadeirinha e seguimos para a creche, meu carro é um Toyota Camry preto, carro bem comum aqui nos EUA...
Chegamos na creche tiro Dylan de sua cadeirinha e caminhamos até o portão de entrada, dou um abraço demorado em Dylan e dou um beijinho em sua bochechinha rosada.
- Amorzinho se comporte a mamãe vem te ver na hora do almoço, tudo bem? - Ele assente um sim com a cabeça e fala. - Te amo mama. - E isso me derrete por dentro, digo que o amo também e o entrego para a monitora da creche, fico ali parada olhando até que ele some pelas portas da creche, mesmo depois de quase três anos o deixando na creche ainda sinto um vazio quando faço isso.
Quando ele começou a dizer as primeiras palavras chorei quando ele me chamou de mama, nós só temos um ao outro e mesmo ele sendo meu sobrinho jamais o impediria de me chamar de mamãe, mostro para ele as fotos do papai e da mamãe e mostro as fotos de Charlotte, explico que ela também é a mãezinha dele, só que ela teve que voltar para o céu e agora é uma estrelinha que olha por ele todos os dias, quero que ele saiba que foi muito amado e que minha irmã o ama muito independendo de onde ela esteja agora.
Volto para o meu carro e sigo para a empresa, entro no estacionamento e sigo para o elevador, aperto o 25º andar que aonde eu trabalho.
Saio do elevador e dou bom dia a Sra. Judith que está sentada na sua mesa revirando alguns papéis, ela é uma senhora simpática e deve ter mais de cinquenta anos, trabalha a mais de 30 anos como secretária do Sr. Gregory o dono da empresa.
Sigo para minha sala ela é moderna e elegante assim como o resto do edifício, as cores branca, cinza e prata predominam e tem um banheiro privativo o que é ótimo. Para dar uma alegrada no ambiente monocromático tenho um vaso de rosas na minha mesa, toda semana eu mesma compro as rosas e as arrumo no vaso, normalmente compro cor de rosa ou amarelas, adoro o perfume das rosas.
Ligo meu notebook e começo a verificar alguns e-mails em seguida começo a analisar alguns contratos, minha manhã segue tranquila. Na hora do almoço sigo para o elevador aperto o botão e fico aguardando ele chegar, quando a porta se abre para minha infelicidade Austin do RH está lá dentro, assim que me vê já abre um sorriso com seus dentes amarelos.
- Olá Sophia que coincidência nos encontrarmos aqui. - Ele diz como se parecesse feliz por me ver, dou um sorriso fraco entro no elevador e aperto o botão do térreo, Austin exala a cheiro de cigarro o que me da ânsia me sinto perto de um cinzeiro ambulante, ele tem 1.80 de altura, deve ter uns 40 e poucos anos, cabelos pretos e olhos castanhos, desde que comecei a trabalhar aqui ele me chama pra almoçar com ele ou tomar um café, sempre recuso acho ele nojento e ele me olha de um jeito as vezes que da medo, ficamos naquele silêncio desconfortável até que o elevador para em mais alguns andares e mais pessoas entram.
Sempre fui muito tímida com relação aos homens e nunca tive um relacionamento, sim nunca tive um namorado, sei que parece algo absurdo para alguém de 25 anos, mas minha timidez nunca me deixou namorar no colégio ou na faculdade, sempre que algum rapaz tentava se aproximar eu meio que entrava em pânico com medo de ser zoada ou algo do tipo, a única vez que beijei um garoto foi aos meus 13 anos de idade, estava na biblioteca da escola quando Jimmy O'Donnell me deu um selinho e eu fiquei com tanta vergonha que sai correndo de lá como se estivesse sendo perseguida pelo diabo.
Depois que ficamos só eu e Dylan eu meio que me anulei do mundo como mulher, que homem vai aceitar uma mulher com um filho? Ainda mais um homem da minha idade que provavelmente gostaria de sair para festas e baladas, como eu ia manter um relacionamento com alguém nessas condições? Sem falar que tenho medo de que alguém maltrate Dylan, sei que isso parece exagerado, mas é comum você ver casos de homens que maltratam crianças ou fazem coisa pior...
Para evitar qualquer tipo de problema nesse sentido vivo para trabalhar e cuidar do meu anjinho, às vezes recebo cantadas e convites para sair só que sempre recuso e no caso de Austin nem que ele fosse o último homem do planeta aceitaria sair com ele, ele me dá nojo.
O elevador finalmente chega ao térreo e sigo para um restaurante que fica a uma quadra da empresa, peço uma salada e filé de frango, almoço rápido e vou para a creche, chegando lá entro e vejo Dylan brincando no parquinho com outras crianças, assim como eu muitos pais também tem essa rotina de vir à creche ver seus filhos na hora do almoço, meu anjinho me vê e corre na minha direção.
- Oi bebê da mamãe - Digo me abaixando e abraçando Dylan, ele sorri e fala. - Saudlade mama. - Fico com ele o máximo que posso, me despeço e sigo para a empresa.
O resto da tarde é bem tranquila, encerro o dia na empresa e sigo para a creche aonde pego Dylan e vamos para casa, chegando lá sigo a mesma rotina de todos os dias, dou banho nele e enquanto faço o jantar ele brinca com alguns de seus brinquedos na mesa e ficamos conversando, pergunto como foi seu dia, ele me fala que pintou desenhos, e brincou de massinha, ele fala muitas palavras erradas, mas por sempre estar com ele consigo entender tudo.
Termino de preparar o jantar e arrumo a mesa para comermos, toda noite ele me dá um pouco de trabalho pra comer legumes e verduras, então sempre tenho que negociar com ele.
- Vamos lá anjinho, se você comer esse pedaço de brócolis eu prometo que te dou sorvete de chocolate! - Seus olhinhos brilham e sem precisar falar mais nada ele come todo o brócolis, ele ama sorvete e sim estou fazendo chantagem, mas acredite quando se trata de crianças e legumes tudo é válido.
Terminamos o jantar e enquanto Dylan come seu sorvete eu lavo a louça e limpo a cozinha, tenho uma faxineira que vem duas vezes por semana dar uma geral na casa, mas tento manter tudo organizado, assim que termino Dylan me puxa pela mão até o seu quarto, sento no chão com ele e começamos a brincar com seus carrinhos Hot Wheels, quando percebo que ele já está cansado o levo ao banheiro para que ele escove os dentes e voltamos para o quarto, ligo a TV e coloco Bob Esponja logo meu anjinho adormece, arrumo o cobertor sobre ele e dou um beijo em sua testa, sigo para o meu quarto tomo um banho, hidrato meu corpo, coloco uma camisola e pego um livro novo que comprei recentemente, vou para o sofá da sala e começo a ler o livro, é um romance, nos últimos tempos os livros tem sido meus grandes companheiros.
Sei que minha vida parece chata e monótona, mas nunca gostei de festas e baladas, sempre gostei de ler livros, assistir filmes e séries, por mais que minha vida pareça chata para alguns eu entendo que assim está bom, tudo no seu devido lugar, às vezes lendo esses livros sonho acordada que talvez um dia possa encontrar alguém que goste das mesmas coisas que eu e que aceite Dylan, mas o medo e minha timidez é maior do que qualquer desejo ou vontade de tentar algo, sempre tive propensão a ver o lado ruim das coisas, e depois do que aquele monstro fez com a minha família acho que isso piorou.
Acabo adormecendo no sofá e acordo de madrugada com o pescoço doendo, sigo para o meu quarto me enrolo no cobertor e caio em sono profundo.
