Capítulo 29.

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Oi amoras ♡
Ultimos capitulos.
Estão preparados pra começar a dizer adeus a essa história e os personagens?

Nem eu. Acho que vou chorar.

-X-

"Eu me mudei pra longe de você e tudo o que eu quero é ver você aqui ao meu lado, querida, as coisas não são tão claras.

Nós sequer tentamos, sequer falamos sobre
Nós sequer pensamos na longa estrada
E mesmo que seja doloroso, aonde quer que eu esteja
Eu sinto sua falta."

Sunburn - Ed Sheeran.

Pov Skye.

Acordar pode ser doloroso, pois te obriga a tomar decisões que você não quer de fato tomar. Te obriga a encarar as coisas, a vida, quando tudo o que você quer é se esconder e fingir que está tudo bem.
Minha mãe sempre me dizia "Finja uma mentira até ela começar a ser verdade."  Quando eu estava nervosa em relação a algo.

Isso nunca funcionou pra mim.

Crescer pode ser doloroso. Porque é quando você tem que tomar certas decisões que ninguém pode tomar por você. E de repente tudo começa a ficar estranho, mais complicado, a vida começa a dar voltas inimagináveis, e é uma coisa que você não tem controle. Não é como se alguem te desse uma lista de coisas que vão acontecer amanhã. Não podemos planejar nossa vida, porque a verdade é que o destino não segue roteiros.
Quando crescemos e nos tornamos adultos, ficamos ocupados, sem graça e sem tempo pra brincar, com a correria do dia-a-dia esquecemos de aproveitar cada segundo que temos, porque esquecemos que a vida é repentina, porque nunca sabemos o dia de amanhã, o minuto seguinte ou nosso proximo passo. Um segundo pode mudar uma vida inteira.
As coisas são assim: uma hora está tudo perfeitamente bem e então... tudo é apagado.

Quando acordei em um quarto de hospital semanas depois do acidente que me tirou a memória, me disseram que poderia ter sido pior. Disseram que eu atravessei o parabrisa do carro porque estava sem o cinto de segurança e que se não fosse a neve que amorteceu a queda, eu poderia morrer.

Agora tudo o que eu consigo pensar é: o que é pior do que perder parte da memória? O que é pior do que perder parte de quem você é? Se a morte for como um cobertor quentinho onde eu dormiria pelo resto da eternidade os melhores dos sonos, então não me parecia tão ruim, porque eu sinceramente já estava cansada de tudo isso.
Mas isso seria desistir, e eu tenho certeza de que Perrie ficaria muito brava comigo por desistir.
Perrie vai ter que me desculpar um dia. Não estou dizendo que eu vou morrer ou algo assim, não vou nem desistir, só vou dar um tempo as coisas.

4 meses depois.

Nova York acabou se tornando minha cidade preferida nesses meses que se passaram.

Depois de transferir minha vaga na faculdade de Londres pra NYU à 3 meses e meio atrás, parece que as coisas começaram a dar certo.
Ocupo minha mente com os estudos e o meu novo trabalho  em uma loja de discos bem em frente ao Central Park aqui em Manhattan. - o que posso fazer? Eu gosto de trabalhar nesses lugares.

Começo a ter certeza de que trancar minha faculdade de Arqueologia pra começar a cursar Psicologia à algum tempo atrás, foi uma boa ideia desde o começo. Parece que com toda essa rotina agitada as pessoas precisam de psicólogos aqui em Nova York.

O cheiro da loja de discos de algum modo me lembra a Londres e sua estrutura antiquada. As vezes sinto saudades de Londres e as coisas que deixei lá.

Tentei convencer Perrie a se mudar comigo pra cá, mas isso significaria ter que deixar Niall. Sinto saudades dos dois, e de Harry.

No dia seguinte do qual eu acordei naquele hospital, eu e Harry conversamos quase civilizadamente - decidi que precisava de um tempo pra pensar e organizar tudo, e mesmo que tenha sido seu gêmeo naquela festa e não ele, ainda tinha a traição do dia do acidente que causou tudo isso. Ele diz que eu cheguei a tempo de não deixar acontecer nada, mas desde quando isso ameniza a situação?

- Você está me dizendo que se eu não tivesse chegado teria acontecido? - gritei e o chutei.

Com aquele jeito lento dele me disse - Não, não foi isso o que eu quis dizer Skye.

-Harry, acho que a gente precisa dar um tempo. - ele me olha serio.

- Como assim um tempo? - eu sempre fui contra essa coisa de "dar um tempo". Sempre dizia que pedir um tempo é admitir pro mundo que você é covarde demais pra tomar uma decisão. Eu poderia estar sendo hipócrita, mas eu realmente precisava de um tempo pra pensar sozinha antes de tomar qualquer decisão. Precisava colocar os prós e contras em uma balança e ver qual pesava mais. Ou era isso, ou eu ia embora. Pra sempre.

Entendam que ele me traiu. Uma traição não é qualquer coisa. Nós passamos dois anos juntos e ele me traiu. Por mais que ele esteja dizendo que não aconteceu nada, como eu posso simplesmente acreditar?
Sabe porque as pessoas devem evitar a mentira? Porque quando alguem descobre que você está mentindo sobre algo toda a verdade que você falou na vida entra em duvida. A mentira é como uma bomba atômica: ela nunca vai danificar só o ponto onde ela foi jogada.
E além do mais, ele também omitiu a verdade de mim enquanto eu estava sem memória. Juntando as peças agora eu sei porque ele não gostava de falar sobre o assunto.
Será que ele se sente culpado pelo o que aconteceu?

- Um tempo Harry. Eu preciso pensar em tudo o que aconteceu. Não está sendo fácil pra mim. - ele fica de pé andando de um lado pro outro e passando a mão pelo cabelo.

- E isso vai levar quanto tempo?- passa a lingua pelos lábios deixando-os molhados, uma mania que ele tem porque diz que o frio os deixa muito seco.

- Eu não sei. Mas você não precisa concordar com isso. Se você quiser seguir em frente com a sua vida eu... - eu não ia entender - se eu disser que ia entender eu estaria mentindo. E se eu te dejar felicidades vou estar sendo babaca porque eu sou a felicidade. - ele sorri um pouco com a minha capacidade de fazer piadas em assuntos serios, ele sempre diz isso - É uma pena que você não deu o devido valor a isso. - seu sorriso desaparece e ele muda de assunto.

- Você vai querer que eu saia do apartamento? - bebe a água que estava em um copo ao lado da minha cama.

- Não, não. Ele é seu. Pode ficar lá. E eu estava pensando que seria melhor eu respirar novos ares, tipo, o de Nova York. - dito isso, Harry se engasga e ainda tossindo fala - tenta falar.

- Nova York? Skye, você está tentando me matar? Pra que tudo isso? Você tá pedindo um tempo ou divórcio? - semicerro os olhos.

- Não somos casados legalmente. Eu sempre quis ir pra Nova York, você sabe.

- Mas o Gabriel mora lá.

- Jesus Harry, quem lembra do Gabriel? Eu estou indo pra lá pra sair dessa bolha de preocupação, tirar ferias de tudo isso. - nesse momento ja estou de pé perambulando pelo quarto.

- Tirar férias de mim? - indaga. Odeio quando ele faz esse bico. Vontade de bater nessa cara linda.

Suspiro.

- De tudo. Eu passei por muito e eu estou meio que te odiando agora. Eu não estou terminando com você, a não ser que você queira, eu só preciso pensar Hazz.

- Mas... eu te amo. - sabem o quanto foi dificil ir embora depois de ve-lo ali, chorando na minha frente?

A razão de eu ter ido embora foi pra, futuramente, poder responder seu "Eu te amo" com mais certeza de que estaria sendo sem ressentimentos ou marcas de um erro do passado.

Last First Kiss || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora