Capítulo 6: Estraga prazeres

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— A-Adrien... O quê f-foi?
— Bem, eu acho que você vai precisar de uma ajuda. — O loiro soltou o braço da garota, que continuava o encarando.
— Não precisa, eu dou um jeito. E o seu motorista deve estar te esperando, seu pai vai ficar preocupado com sua demora.
— Ei, não precisa se preocupar. Já avisei o Gorila para vir me buscar na sua casa mais tarde. Afinal, você vai precisar tirar as minhas medidas. — Deu um sorriso.
— Gorila? — Marinette começou a rir.
— É assim que eu o chamo, realmente ele parece um. — Ao ver o sinal verde, o garoto cortou as risadas da amiga. — E então, vamos?
A garota mexeu a cabeça positivamente, que logo guiou o modelo até sua casa, apesar de ele já conhecer o caminho. Decidiu entrar pela entrada normal ao invés da padaria, para que seus pais não atrapalhassem. Quando estavam prontos para entrar no quarto, Marinette se lembrou dos retratos espalhados pelo local.
— Você se importa de esperar aqui um pouco? É que... M-meu quarto está a maior bagunça e... Não quero que você veja isso. — Deu um sorriso forçado, esperançosa de ele compreender.
— Tudo bem. — Adrien se sentou no sofá e ficou aguardando a menina, que havia entrado no dormitório como um jato. Lá dentro, soltou um suspiro de aliviada e começou a retirar tudo que possuía sobre o modelo, além de mudar a tela de fundo de seu computador para uma sua com Alya. Guardou tudo em uma caixa rosa, embaixo da escrivaninha.
— Acho que conseguimos. — A kwami observou ao seu redor e sobrevoou pelo lugar para ter certeza.
— Ufa, essa foi por pouco. — Passou a mão pela cabeça para demonstrar que estava aliviada. — Se esconde Tikki. — A pequena criatura vermelha entrou na bolsinha. Marinette abriu a porta e chamou o garoto, que subiu ansiosamente. — Vamos começar tirando as suas medidas. — Pegou uma fita métrica de dentro de uma gaveta de um pequeno armário que ficava em cima da escrivaninha.
— Onde você prefere que eu fique?
— Aqui mesmo. — Pegou um lápis e seu bloco de desenho para anotar.
— Então tá, estou pronto então. — Abriu os braços e ficou rodeando o quarto apenas com o olhar, enquanto a jovem designer de moda o media dos pés a cabeça e anotava tudo. — Como você vai tirar as suas?
— Não sei. Talvez pegar alguma peça de roupa minha e usar de modelo, como normalmente faço. — Deu um suspiro e anotou a ultima coisa que faltava.
— Então fique parada. — Retirou a fita das delicadas mãos da amiga e começou a medi-la.
— Sabe que não precisa fazer isso, né?
— Aproveite hoje você pode se sentir uma... — Colocou a mão no queixo para fingir estar pensativo. — Uma modelo famosa. — Piscou e terminou seu "trabalho".
— Não sei se levo jeito para ser uma. Mas mesmo assim obrigada pela ajuda. — Se jogou na cadeira rosa.
— Leva sim. — Tentou anima-la. Viu uma folha no chão e pegou. — O que é isso?
— Ah isso? É uma música que eu fiz sobre a Ladybug. — Olhou para Adrien, envergonhada, não era para aquilo estar ali.
— Você também compõe? — Se sentou na cadeira ao lado da amiga, curioso pela resposta.
— Na verdade não, eu apenas escrevi o que estava na minha cabeça. — Voltou seu olhar para o bloco e começou a desenhar suas idéias.
— Posso ler?
— Mas é claro! Por que não poderia?
O garoto começou a ler a letra silenciosamente enquanto Marinette continuava desenhando e, ás vezes ela desviava o olhar para ver as reações do amado.

"Uma akuma, mistério de Paris,
Esta é a minha história, um pouco estranha,
A magia negra, me desespera,
E o Chat Noir não é nenhum anjo.

Oh oh oh, a vida me girou
oh oh oh, meus pés estão fora do chão
oh oh oh, e quando o sol se põe
Esteja por aqui

A Ladybug, amuleto da sorte,
Lady Magia e Lady Charme!
A Ladybug, Lady do coração,
Sendo heróica em caso de emergência!

No outro dia, eu estou de volta na escola
Eu penso sobre ele, ele é tão legal
Ele olha para mim, eu olho para longe
Mas será que ele me vê de outra forma?

Oh oh oh! Ele me girou
Oh oh oh! Meus pés estão fora do chão
Oh oh oh! E quando o sol se põe, é quando eu me torno

A Ladybug, amuleto da sorte,
Lady Magia e Lady Charme!
A Ladybug, Lady do coração,
Sendo heróica em caso de emergência!

A Ladybug, amuleto da sorte,
Lady Magia e Lady Charme!
A Ladybug, Lady do coração,
Sendo heróica em caso de emergência!

A Ladybug!"

— O que você acha da Ladybug? — Colocou a folha sobre a mesa e ficou observando a menina.
— E-Eu?! Eu a acho... Legal... E você? — Voltou a encara-lo.
— Ela é incrível. — Se arrastou na cadeira e ficou olhando para o teto.
— Pera aí! — Se aproximou. — É impressão minha ou você tem uma queda pela heroína de Paris? — O loiro corou e pediu para que ela guardasse segredo, que prometeu com um grande sorriso no rosto, o amor de sua vida amar sua other-ego já é um começo, estava sem palavras. Finalmente, terminou seu belo croqui. — O que achou? — Mostrou para o colega, que ficou maravilhado.
— Ficou perfeito! Você realmente é muito talentosa, Marinette. — Desta vez foi a garota que ficou envergonhada.
No desenho, havia uma mulher com um belo vestido avermelhado com alguns detalhes pretos, e também um homem com um terno de cor escura.
—Gostaria de mudar alguma coisa?
— Não, está perfeito assim. — Piscou. — Vamos começar a fazer?
— Claro. — Pegou os tecidos, que já tinha em casa e começaram a fazer. A jovem tinha que explicar algumas coisas ao rapaz, mas era bem paciente e explicava com carinho.
— Marinette, o jantar está... — Sabine abriu a porta e se deparou com os dois trabalhando no traje. — Ah oi Adrien, não sabia que estava aí. Gostaria de jantar com a gente? — O garoto olhou no relógio do celular e percebeu que ainda tinha tempo de sobra antes de seu segurança chegar.
— Eu adoraria. — Se levantou acompanhado da menina e desceu para comer com a família Dupain-Cheng.
— E então, o que estão fazendo hoje? — Tom perguntou enquanto todos se sentavam nas cadeiras.
— Estamos fazendo a roupa do desafio da gincana. — Os dois responderam junto, que ao verem a ação, ficaram envergonhados e começaram a comer.
— E como está sendo a gincana? — A mulher chinesa perguntou curiosa.
— Legal, nós somos os líderes da equipe vermelha. — O garoto se manifestou e continuou a comer. — Aliás, a comida está deliciosa.
— Que bom que gostou. Você poderia vir mais vezes. — Decidiu não comentar nada sobre a dupla, pois sua filha já estava vermelha como um pimentão.
A televisão estava ligada, transmitindo sua programação normal, até que foi interrompida pelo plantão apresentado por Nadja Chamack.
"Uma selva em Paris? É o que parece. Pessoas estão se tornando animais selvagens sem uma causa conhecida. Árvores estão crescendo, interditando ruas e invadindo casas. Espera, parece que recebemos uma gravação de um telespectador." A gravação começou a ser transmitida, mostrando uma garota pequena, de pele acinzentada utilizando uma máscara negra no rosto, com duas marias-chiquinhas na cabeça e um vestido verde, aparentemente feito de folhas com uma varinha em formato de estrela na mão, transformando vários parisienses em diversos tipos de animais, inclusive o dono da filmagem, fazendo o vídeo terminar e o canal ficar fora do ar. Sabine abraçou Tom, assustada. Adrien estava prestes a abrir a porta para sair, mas uma voz o interrompeu.
— Aonde você vai? — Marinette perguntou se aproximando.
— Vou tentar acalmar o povo que está bem.
— É muito perigoso! — Colocou a mão no ombro dele, preocupada.
— Não se preocupe, eu não tenho medo. — Saiu e fechou a porta. Desceu as escadas e Plagg saiu do bolso interno de sua jaqueta.
— Parece que entramos em uma loucura animal. — O pequeno kwami reclamava.
— Alguém deve ter sido akumatizado. É hora de transformar! — Colocou o braço direito para frente e disse suas palavras. — Plagg, mostrar as garras! — O gato negro entrou em seu anel e o transformou em Chat Noir, que dalí saiu pulando de telhado em telhado procurando a vilã.
Enquanto isso, no quarto de Marinette, a garota também estava prestes a se transformar.
— Hawk Moth é um estraga prazeres, por uma vez na eternidade você estava conseguindo falar com o Adrien sem gaguejar. — A kwami vermelha dizia para a garota ironicamente, que ficou corada com o comentário.
— É... Mas agora temos trabalho a fazer! Tikki, transformar! Yeah! — Agora, ela era Ladybug, a super heroína de Paris. Foi para a varanda e saiu voando com o auxílio de seu ioiô.

A Vingança dos AkumasOnde histórias criam vida. Descubra agora